Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

WJ Solha é um gênio e nunca será esquecido; e ainda será universalmente reconhecido

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Tendo voltado a visitar o Facebook, estando a apreciar, dentre outras belas páginas, aquelas excelentes conversas de Solha com seus amigos, notei-lhe uns traços de desencanto; ele dizia que estava sendo esquecido, embora os amigos lhe afirmassem que não. Neste caso, o gênio está errado, os seus amigos estão certos. Os gênios não são esquecidos. Solha é um gênio e sabe disso, embora não goste que se diga. O reconhecimento universal que, cedo ou tarde, sempre vem para os gênios, virá para Solha; é questão de tempo.

Por falar em tempo, eu ganhei tempo. Vejam só: para escrever este post, fui pesquisar, no Google, uma obra de Solha da minha especial predileção, aqueles "Brevíssimos ensaios ilustrados"; e o que encontro? Ora, encontro, na cabeça da página, dois textos meus, um de 2011 outro de 2012, publicados aqui neste Blog ROCHA 100 (ganhei tempo e também um tantinho de orgulho literário). Eu os arrasto pra cá, e pronto: entrei na conversa. O primeiro, que é curtinho, vai inteiro; do outro, que é longo, vai só o início. Eis aí:


quinta-feira, 17 de março de 2011

“Breves ensaios ilustradíssimos” ou “Brevíssimos ensaios ilustrados”: do genialíssimo Solha

O mais importante trabalho artístico-cultural (inclusive filosófico; sendo a filosofia a papa fina da cultura) do Brasil está sendo feito na Paraíba, no site “eltheatro.com”, por WJ Solha. Os tais ensaios tratam desde Deus até ao diabo. Com espantosa erudição e surpreendente clareza (os eruditos costumam ser obscuros). E as ilustrações? Ah, as ilustrações! Sabem aquele tom sarcástico em que uma pessoa, depois de explicar algo bem explicado, pergunta: “Tá bom ou quer que desenhe?”?. Sem sarcasmo, é isso que Solha faz: ele desenha as ideias e os conceitos, com o melhor acervo pictórico do mundo, onde se incluem obras do próprio Solha. O site “eltheatro.com” é, de longe, o melhor site de cultura do Brasil, e concorridíssimo. Mas Solha tem ainda a obrigação de transformar os seus “Brevíssimos” ou “Ilustradíssimos” em livro. Um livro grande, deste tamanhão, de luxo, em capa dura e papel couché, na mais requintada técnica de policromia. Será o maior lançamento de 2011. Ou de qualquer ano em que for lançado.


sexta-feira, 13 de julho de 2012

WJ Solha e o Marco do "Marco do Mundo"

W. J. Solha é um gênio. Escrevi isso mais de uma vez e ele não gostou. Que é que posso fazer?
Faz tempo - eu já considerava o romance Israel Rêmora uma obra-prima, mas nem sabia que Solha era pintor -, estando a perambular pela Reitoria da UFPB, deparei-me com uma exposição de quadros de Solha retratando personagens de Shakespeare: em se tratando da arte da pintura, foi o maior impacto artístico da minha vida. Recentemente, Solha publicou no excelente ELTHEATRO.COM uma longa série de ensaios intitulados "Breves e Ilustradíssimos" (ou "Brevíssimos e Ilustrados", uma coisa assim); nem todos breves, mas todos geniais. Ensaios artístico-filosóficos de espantosa erudição, sem similar no Brasil.
Genialidade na Paraíba, aliás, não é coisa rara; e Solha é paraibano, de Pombal, embora tenha nascido em São Paulo.
Admirador e fã, tenho, não obstante, implicado com uma determinada intenção filosófico-literária de W. J. Solha: a desconstrução do cristianismo. Tal implicância se explica facilmente pelo fato de ser eu um cristão devoto e fervoroso. Porém, o que é difícil de explicar é o seguinte: apesar de pretender desconstruir o cristianismo, a maior e melhor parte da obra do angustiado gênio de Pombal é repassada, ou transpassada, por genuíno espírito cristão; se não a fé e a esperança, pelo menos a caridade.

Parêntese: embora a angústia seja tema recorrente na sua obra (daí o epíteto acima referido), Solha não é, de fato, um angustiado. Também não é doido. Esse, aliás, é o único possível motivo para se desconfiar da genialidade de Solha, porquanto os gênios, de ordinário, são abilolados e sofrem horrores com a chamada "angústia existencial".

Todavia, embora sereno, equilibrado, ponderado e lógico, o Anticristo de Pombal teve lá, um dia, sua agonia. E recebeu a visita de, vejam só...: Jesus Cristo; em pessoa.
Pior do que Tomé, um teimoso rude, o sofisticado intelectual marxista não acreditou no que seus olhos viram.
Isso faz tempo. Voltemos aos dias de hoje.


segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

"Ainda que Cristo nascesse mil vezes em Belém..." - Angelus Silesius

Angelus Silesius (1624-1676), pseudônimo de Johannes Scheffer, nascido em Breslau, na Polônia, foi grande místico cristão, médico, jurista, filósofo e expoente da poesia barroca alemã. É dele, no meu entender, a mais bela e forte mensagem de Natal jamais escrita; esta:


“Ainda que Cristo nascesse mil vezes em Belém,
Se não nascer dentro de ti, tua alma ficará perdida.
Em vão olharás a Cruz do Gólgota
A menos que dentro de ti, ela seja novamente erguida.

domingo, 25 de dezembro de 2016

A Luz do Mundo - Mensagem de Ano Novo


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(Por especial pedido do meu querido irmão Fernando, tenho publicado esta mensagem todo fim-início de ano, desde 2005)

Caminhava Jesus com seus discípulos quando avistou um cego de nascença. Os discípulos quiseram saber se o infeliz estava pagando os pecados próprios ou os pecados dos pais. Jesus respondeu que nem o cego nem os pais haviam pecado, mas era necessário que naquele sofredor se manifestassem as obras de Deus; e dispõe-se a curá-lo, dizendo: "Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo" (João: 9, 5).
     Todos nós somos cegos de nascença; não cegos da visão, mas cegos do entendimento. Cegos da visão, alguns. Cegos do entendimento, todos. Não que a razão humana não possa conhecer, mas ela só conhece pelo tato aquilo que melhor conheceria pela vista.
     A razão humana, a rigor, apenas tateia a verdade; sendo da essência mesma desta nunca se revelar na sua inteireza.
     Acresce que esta humana razão conhece sempre melhor o que importa menos, e pessimamente o que importa mais.
     Porque muito mais importa a verdade moral do que a verdade factual, muito mais as verdades interiores do que as verdades exteriores, muito mais as verdades da vida eterna que não vemos do que as verdades da vida efêmera em que vivemos.
     Por isso foi necessária outra luz, além da luz da razão.
     Se a razão tudo pudesse entender, não careceria Deus de enviar uma nova luz ao mundo.
     Desde que apareceu no mundo, há 2017 anos, essa luz aquece e ilumina sem cessar, e seu combustível é o amor.
     A denominação de "mago", na Antiguidade, indicava o sábio, especialmente da mais excelsa sabedoria da época: a sabedoria astrológica. Os três reis magos são, portanto, os três reis sábios.
     Estes sábios, ao seguirem a estrela, iam a procura de uma luz nova, uma luz que pudesse iluminar mentes já saturadas de toda ciência, cansadas de muitas procuras, desesperançadas de tantas decepções.
     Eles a encontraram, a luz em botão, na forma de um bebê em uma humilde manjedoura.
     Essa pequenina luz se fez a Luz do Mundo.
     Hoje, neste início de 2017, por mais saturado, cansado e desesperançado que você esteja; esta luz esta ao seu alcance.
     Procure-a com o coração.

Washington Rocha

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

27/10: nova data do Debate da Liberdade

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API convida ao Debate
O Presidente da Associação Paraibana de Imprensa (API), jornalista João Pinto, vem de comunicar que será realizado na manhã da quinta-feira dia 27/10, às 10 horas da manhã, na sede da entidade, importante evento político-cultural que houvera sido anunciado para data anterior, mas adiado. Trata-se de um Debate em torno do binômio Liberdade e Democracia, com Mesa composta por intelectuais e ativistas políticos de diversas – por vezes conflitantes – correntes de pensamento . O Debate será coordenado e mediado pelo Secretário-Geral da API, jornalista Cristiano Machado. Outros detalhes, no Convite anexo:

API - Associação Paraibana de Imprensa
Convida para Debate sobre o livro
“Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia”
Autores:
Catarina Rochamonte – Iremar Bronzeado
Washington Rocha – Manuel Alves da Rocha

Mesa Debatedora:
Cristiano Machado (Coordenador/Mediador)
José Octávio de Arruda Mello – Romeu de Carvalho – Calistrato Cardoso
 José Emilson Ribeiro - Hildeberto Barbosa – Rodrigo Freire - José Ronald Farias
Gonzaga Rodrigues - Rui Galdino – Dan Bronzeado – Washington Rocha 

Local: Sede da API – Av. Visconde de Pelotas, 149, Centro – João Pesssoa-PB
Data: 27 de outubro (quinta-feira) às 10 horas da manhã.



segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Jararaca sem cabeça, mortadelas sem juízo

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Neste memorável domingo, 2 de outubro de 2016, os eleitores do Brasil acertaram a jararaca na cabeça. Há de se convir, porém, que Lula, o chefe Jararaca, já parecia estar sem cabeça desde quando, furioso com a Justiça, afirmou que era uma jararaca ferida, mas que só lhe haviam acertado o rabo. Na sequência desse discurso estúpido, a jararaca sem cabeça caprichou na falação desatinada, bravateira, grosseira e cretina; sempre aplaudido e elogiado por uma legião de mortadelas sem juízo, onde brilham intelectuais e artistas famosos. O resultado, que já se podia vislumbrar, veio de forma arrasadora: o PT saiu das urnas arruinado. Caiu, como disse O Antagonista, para a Segunda Divisão dos partidos políticos. E se o Jararaca e seus mortadelas continuarem negando a realidade, mentindo, bravateando, embromando; se seguirem nessa toada, em 2018 vão cair da Segundona para a terceira, quarta ou quinta divisão: o PT vai virar partido nanico.

Sempre se pode aprender com derrotas. Na oposição, quem sabe, o PT pode parar de roubar e se reciclar. Além de deixar de roubar, o PT poderia também aprender qualquer coisa com algumas lições que os eleitores das muitas cidades brasileiras depositaram nas urnas. Uma delas é esta: impeachment não é golpe, o impeachment de Dilma não foi golpe. Vejam que os partidos que apoiaram o impeachment foram amplamente referendados pelo sufrágio universal da Democracia. O discurso do "golpe", além de mentiroso, tem se mostrado altamente contraproducente para os mentirosos que dele fazem uso: estão todos afundando politicamente. Lula, por exemplo, que elegia qualquer poste pelo Brasil afora, não elege mais nem o próprio filho dentro de casa; em São Bernardo.

Enfim, o PT caminha para o fim; mas não precisa ter pressa.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Argumento convincente: por recomendação do presidente da API, jornalista João Pinto, o Debate da Liberdade foi adiado para depois das eleições

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O Debate que a Associação Paraibana de Imprensa promoveria hoje (quarta-feira, 28 de setembro) sobre o livro "Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia" foi adiado mais uma vez. O jornalista João Pinto, presidente da API, argumentou que realizar o evento tão próximo das eleições municipais poderia comprometer o sucesso do mesmo. Sem dúvida o argumento é convincente. O presidente João Pinto garantiu que na próxima semana - pós-eleições - a Diretoria da API se reunirá para marcar uma data definitiva. Portanto, o Convite, tal como abaixo reproduzido, continua valendo, esperando apenas a modificação da data. Contamos com vocês.

API - Associação Paraibana de Imprensa
Convida para Debate sobre o livro
“Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia”
Autores:
Catarina Rochamonte – Iremar Bronzeado
Washington Rocha – Manuel Alves da Rocha

Mesa Debatedora:
Cristiano Machado (Coordenador/Mediador)
José Octávio de Arruda Mello – Romeu de Carvalho – Calistrato Cardoso
 Hildeberto Barbosa – Rodrigo Freire - José Ronald Farias
Gonzaga Rodrigues - Rui Galdino – Dan Bronzeado – Washington Rocha

Local: Sede da API – Av. Visconde de Pelotas, 149, Centro – João Pesssoa-PB

Data: será anunciada logo após as eleições municipais de domingo

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Gonzaga Rodrigues, decano do jornalismo paraibano, estará na Mesa do Debate da Liberdade

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Mestre da crônica, democrata intrépido, ícone e decano do jornalismo paraibano, Gonzaga Rodrigues aceitou nosso chamamento e estará nesta quarta-feira na Mesa do Debate da Liberdade. É uma grande honra e mais um motivo a tornar imperdível este evento promovido pela API. Vejam no Convite, abaixo reproduzido, como ficou a Mesa Debatedora.

API - Associação Paraibana de Imprensa
Convida para Debate sobre o livro
“Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia”
Autores:
Catarina Rochamonte – Iremar Bronzeado
Washington Rocha – Manuel Alves da Rocha

Mesa Debatedora:
Cristiano Machado (Coordenador/Mediador)
José Octávio de Arruda Mello – Romeu de Carvalho – Calistrato Cardoso
 Hildeberto Barbosa – Rodrigo Freire - José Ronald Farias
Gonzaga Rodrigues - Rui Galdino – Dan Bronzeado – Washington Rocha

Local: Sede da API – Av. Visconde de Pelotas, 149, Centro – João Pesssoa-PB

Data: 28 de Setembro (quarta-feira)  às 17:00 h.

sábado, 24 de setembro de 2016

Declaração de voto: Luciano Cartaxo Prefeito/Durval Ferreira Vereador

Washington Rocha
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Eu fui às ruas e fiz discursos pelo impeachment de Dilma Rousseff, da mesma forma que fiz quando da campanha pelo impeachment de Collor de Mello. Então, do ponto de vista político-ideológico, de forma coerente, resolvi não votar em partidos ligados ao lulopetismo, a poderosa aliança da esquerda autoritária com a direita fisiológica que, sob a égide da corrupção, governou o país por 13 anos. O próprio PT já fala, novamente, em refundação; para isso, o melhor caminho é que volte à oposição e faça política sem o dinheiro fácil da corrupção. Assim, um dos motivos pelo qual voto em Luciano Cartaxo é que ele, em muito boa hora, saiu do PT. Motivos de vizinhança, amizade ou parentesco não há, conheço Luciano superficialmente. Vamos aos motivos administrativos. Considero Luciano Cartaxo um prefeito regular, mais para bom do que para ruim. Das suas realizações destaco as creches, os restaurantes populares a 1 real a refeição e a reforma/revitalização do Parque da Lagoa/Parque Solon de Lucena. Ficou muito bom o Parque, sendo preciso lá um ou outro reparo para ficar excelente.


Meu voto para vereador terá uma motivação político-ideológica um tanto, digamos assim, nostálgica; e que inclui alguma amizade. Eu muito me identifiquei com o trabalhismo e militei no PDT ao tempo de Leonel Brizola (o PDT entrou em declínio e, tristemente, tornou-se satélite do PT; mas isso é outra história). Por esse tempo e no contexto de uma aguerrida militância, conheci Durval Ferreira. Juntos com outros companheiros trabalhistas viajamos ao Rio de Janeiro para tratar com a Direção Nacional de certos temas espinhosos do PDT paraibano. O comandante da nosso caravana foi o excepcional quadro político, intelectual brilhante, extraordinário homem de cultura Raimundo Nonato Batista, amigo querido da mais saudosa lembrança. Brizola nos recebeu com grande atenção, no seu apartamento de Copacabana. De volta à Paraíba, esse grupo que foi ao Rio permaneceu junto tentando resgatar o PDT no nosso Estado do fisiologismo e personalismo em que se ia afundando. Pois bem, hoje meu contato pessoal com Durval é quase nenhum, mas ficou a recordação dos tempos áureos do trabalhismo brizolista. As motivações político-administrativas mais locais serão fáceis de explicar e os pessoenses poderão avaliar. Considero Durval Ferreira o melhor Presidente que a Câmara Municipal de João Pessoa já teve (pelo menos até onde alcançam minha memória e minhas pesquisas). Com ele, a CMJP manteve sempre equilíbrio e serenidade, com altivez. Tocou os trabalhos, a Câmara produziu bem. Em suma, sob a Presidência de Durval Ferreira, a CMJP deu conta do recado. Tanto isso é verdade que seus pares o reelegeram presidente da Casa do Povo nada menos de cinco vezes. Seria lamentável que tão experiente, testado e reconhecido edil ficasse fora da próxima legislatura. Devo acrescentar que até pouco tempo tinha outro candidato a vereador, pois contava com que Durval Ferreira fosse candidato a vice-prefeito na chapa de Luciano Cartaxo. Não aconteceu como eu previa e queria. Sendo assim, espero que meu candidato preterido, um bom amigo, compreenda e me desculpe.


Luciano Prefeito-55/Durval Vereador-11411

Voto e faço minha campanha, que é apenas a de pedir voto para meus candidatos.
Viva a Democracia! Por uma João Pessoa mais justa, igualitária, próspera, segura e feliz! 
Washington Alves da Rochae-mail: rochealves@yahoo.com.br   ;   (83) 98744-2140.



quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Primavera Azul: API realiza debate sobre Liberdade e Democracia (adiado para 28/09)


URGENTE - Por motivo de força maior a
API-Associação Paraibana de Imprensa
Resolveu adiar para a próxima quarta-feira (28/09), no mesmo local e horário o Debate sobre o livro
“Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia”


A Associação Paraibana de Imprensa –API – realiza na próxima quinta-feira (22), às 17 horas, um debate sobre o livro “Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia – Artigos e ensaios sobre política e sociedade”. O debate será mediado pelo jornalista, Cristiano Machado, secretário geral da API.

A obra foi organizada pela filósofa Catarina Rochamonte e conta com a participação de mais três escritores: Iremar Bronzeado – Professor da UFPB, Washington Rocha, Mestre em Filosofia pela UFPB e Manuel Alves da Rocha – Desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco.
O prefácio do livro é de Lucas Berlanza, um dos expoentes da nova geração do pensamento liberal no Brasil. “Se você abrir este livro, também será convocado. Acredito que dirigirá um olhar muito mais rico e agradecido às instituições e dádivas que recebemos dos que nos antecederam na longa epopeia humana, e perceberá o quanto vale a pena dedicar algo mais para defendê-las dos predadores, prontos a ludibriar os incautos. Não seja um incauto. Para tanto, você pode começar por aqui. Vire a página”, prefaciou Berlanza.
O livro “Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia”, foi lançado em 12 de março, com muito sucesso, em Olinda e, em João Pessoa, no dia 14 de abril, na Fundação Casa de José Américo, na Praia do Cabo Branco, em seguida foi relançado na Livraria do Luiz e na Academia Paraibana de Letras.
A obra já mereceu análise crítica de autores como o historiador José Octávio de Arruda Mello, do médico e romancista, Romeu de Carvalho, do médico e artista plástico, José Ricardo de Holanda Cavalcanti, da geógrafa e romancista, Gelza Carvalho. com textos publicados no jornal A União, portais e blogs.
E, de Hildeberto Barbosa, considerado o maior crítico literário da Paraíba. “Não há democracia sem liberdade. Uma é o fundamento da outra, e, tanto no plano político quanto em âmbito filosófico, liberdade e democracia convergem no sentido da possibilidade de uma existência fraternal entre os homens. Entrelaçadas no núcleo da mesma dialética, ambas, nos limites históricos de suas respectivas práticas, podem estabelecer as fundações de uma ética humanística que transcende as necessidades materiais e procura exercitar os desafios da espiritualidade”, destacou Barbosa sobre o livro.
(republicado do site da Associação Paraibana de Imprensa- apipb.com.br)

domingo, 18 de setembro de 2016

Por mais que Lula seja ladrão...

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Lula é um político demagogo, mentiroso e embusteiro. Seus discursos são rasos, lastreados pela ignorância, descambando muitas vezes para a vulgaridade mais chula. Contudo, tem quem goste. Uma filósofa marxista-petista chegou a dizer que "quando Lula fala, o mundo se ilumina". A última iluminação de Lula está dando muito o que falar. Recordemos a pérola já de todos conhecida, pronunciada em reação a mais uma denúncia de crimes de corrupção feita contra ele por procuradores da Lava Jato:

“Eu, de vez em quando, falo que as pessoas achincalham muito a política. Mas a profissão mais honesta é a do político. Sabe por quê? Porque todo ano, por mais ladrão que ele seja, ele tem que ir para a rua encarar o povo, e pedir voto. O concursado não. Se forma na universidade, faz um concurso e está com emprego garantido o resto da vida. O político não. Ele é chamado de ladrão, é chamado de filho da mãe, é chamado de filho do pai, é chamado de tudo, mas ele tá lá, encarando, pedindo outra vez o seu emprego”.

As redes sociais estão estraçalhando essa fala destrambelhada, estúpida, indecente; onde, além de afirmar a honestidade de políticos ladrões, Lula ofende os funcionários públicos concursados. Impulsionados pelas redes sociais, comentaristas independentes da grande imprensa também começaram a destacar a grossa estupidez do "iluminado". Já os comentaristas mortadelas estão inibidos, fogem do assunto e se fixam em ataques aos procedimentos dos procuradores da Lava Jato.

Realmente, está ficando difícil. Mas os mortadelas têm a casca dura. Por mais que Lula seja ladrão, por mais que se prove que Lula é ladrão, mesmo Lula defendendo a honestidade de políticos ladrões em discurso público; ainda assim, Lula continuará contando com sua multidão de deslumbrados, com seu séquito de idólatras, com seu exército de fanáticos. Todavia, essas legiões lulistas estão diminuindo, minguando. Ao fim, restará a Lula pagar na Justiça pelos seus crimes. Aos lulistas fanáticos e cúmplices restará entoar o brado de "Lula, guerreiro, do povo brasileiro"; como fizeram com Zé Dirceu, com Delúbio, com Vaccari e com outros chefes petistas devidamente processados, julgados, condenados e presos. Aos lulistas deslumbrados e inocentes, espero que reste um esforço de libertação; e que se libertem.



O Debate da Liberdade: quinta-feira/22/09 na API

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“Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia”
Autores:
Catarina Rochamonte – Iremar Bronzeado
Washington Rocha – Manuel Alves da Rocha

Mesa Debatedora:
Cristiano Machado (Coordenador/Mediador)
José Octávio de Arruda Mello – Romeu de Carvalho – Hildeberto Barbosa – Rui Galdino
Calistrato Cardoso – Dan Alves Bronzeado – Washington Rocha

Local: Sede da API – Av. Visconde de Pelotas, 149, Centro – João Pesssoa-PB

Data: 22 de Setembro  às 17:00 h.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Lula convoca o vermelho, democratas devem responder com verde, amarelo, azul e branco

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Denunciado mais uma vez, agora por promotores da Lava Jato, Lula, como todo mundo deve ter visto, respondeu com mais um discurso estúpido. Tentou convencer que está na mira da Justiça porque nasceu pobre e, quando operário, não tinha 50 centavos para o ônibus e ia a pé para o trabalho. Acrescentando que o ódio no Brasil cresceu contra ele porque fez muitas coisas boas. Não é nada disso, a Justiça está agindo contra Lula porque ele está atolado até as barbas em escandalosos casos de corrupção; e todo mundo sabe disso. Lula disse também que os políticos são as pessoas mais honestas e desmereceu os funcionários públicos concursados. Falou lá mais de uma hora cretinices. Já para o fim, imitando Collor de Mello, Lula convocou uma determinada cor. Lembrem-se que Collor se deu mal, não apareceu a cor que ele queria. Lula também vai se dar mal. O chefe Jararaca quer que seu exército zumbi vá às ruas vestido com a camisa vermelha do PT. Os democratas, adversários da corrupção, irão responder com as cores da bandeira brasileira: verde, amarelo, azul e branco: "Salve lindo pendão da esperança!".

Nada contra a cor vermelha. Pelo contrário, acho que fica bem bonita na bandeira tricolor da França: "bleu, blanc, rouge". Apenas, por enquanto, a cor vermelha está representando no Brasil a corrupção e a mentira. Eu tenho uma bela camisa vermelha de que gosto muito. Mas, por causa da convocação vermelhista de Lula, vou ter de aposentá-la por algum tempo. Para minha sorte, embora não desgoste da cor vermelha e de nenhuma outra, a minha cor preferida é o azul. Havendo sempre de recordar que "A LIBERDADE É AZUL".  

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

"La Droite et la Gauche": conclusão da réplica a José Octávio

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Sempre é possível que algo que intencionamos não fique suficientemente claro no que escrevemos, por isso mesmo uma das grandes vantagens do debate crítico é possibilitar, na réplica, a reafirmação enfática e melhor explicada do intencionado. Então, na conclusão da minha réplica à análise crítica do historiador José Octávio de Arruda Mello, retomo o que vinha abordando no post anterior: não saí da extrema esquerda para ir para a extrema direita, como equivocadamente interpretou o historiador, possivelmente devido aos meus ataques exacerbados ao marxismo-leninismo e neomarxismos, vazados em um estilo "pamphlet" que me foi próprio durante meus tempos de bolchevista e que me acompanha ainda hoje quando me declaro "ardente democrata" (sempre me foi difícil conter esse meu instinto panfletário). A democracia, está claro, comporta direita e esquerda, que costumam se revesar nos governos das sociedades abertas. O que a democracia não comporta são os extremismos, os fanatismos, que só se podem impor - e historicamente se impuseram - na forma de regimes totalitários: totalitarismos de esquerda, ditos "comunismo", "bolchevismo", "stalinismo", "maoismo", etc.; e totalitarismos de direita, ditos "fascismo", "nazismo", "nazifascismo".

Norberto Bobbio não é panfletário, mas é bastante firme nos seus enfrentamentos; como neste nocaute crítico, onde refuta no marxismo:

"...filosoficamente, o determinismo e o materialismo, ou seja, a negligência das forças morais que movem a história, economicamente o coletivismo global, politicamente o inevitável êxito do Estado materialista e coletivista". (Bobbio. Teoria Geral da Política. Rio de Janeiro. Elsevier/Campus 2000).

Com efeito, depois dessa demolição crítica, verdadeiro cruzado de esquerda no queixo do marxismo, não parece restar muita coisa do marxismo. Todavia, Bobbio conviveu muito bem com os marxistas, detestando apenas os marxistas fanáticos, como detestou todos os fanatismos.

Exponho no meu ensaio extensas invectivas de Bobbio contra a extrema-esquerda. Ao escrevê-las, Bobbio estava comovido e mobilizado desde as entranhas  contra grupos de fanáticos, como a organização marxista das Brigadas Vermelhas ("Brigate Rosse"), a mais atuante do terrorismo que eclodiu na Itália na década de 70, tendo, dentre outras atrocidades, sequestrado e assassinado, em 1978, o ex-primeiro-ministro Aldo Moro. Às invectivas de Bobbio quero acrescentar outras palavras poderosas de repúdio ao terror, aquelas ditas por Chaim Herzog, um ex-presidente de Israel, em discurso de homenagem ao primeiro-ministro Yitzhak Rabin, assassinado por um fanático religioso em 1995. Transcrevo do excelente livro "História de Israel", de Martin Gilbert:

"...se não vomitarmos a maldição, se não desenraizarmos o câncer, se não nos livrarmos desse grupo de fanáticos dementes - essa mancha de desonra para nosso povo - estaremos, que Deus nos ajude, sujeitos a testemunhar de novo esse pesadelo". E Herzog conclui seu comovido discurso com palavras incandescentes e, infelizmente, atualíssimas, devido ao avanço do terror do Estado Islâmico: "Os fogos da destruição estão queimando a orla do campo. Se não nos apressarmos, todos juntos, para apagá-los, toda nossa casa será destruída". 

Norberto Bobbio e Chaim Herzog levantaram-se contra o fanatismo em contextos específicos, mas suas atitudes corajosas e palavras candentes têm força de alerta universal. Venham de onde vierem, os extremismos e fanatismos são os mais perigosos inimigos da "casa da Democracia"  

"La Droite et la Gauche". Isso vem da Revolução Francesa e os termos podem estar desgastados, mas ainda são largamente usados. Norberto Bobbio escreveu um livro, "Destra e Sinistra", especialmente para explicá-los e revalidá-los numa significação recontextualizada. E aproveitou para reafirmar sua posição política de esquerda. Na perspectiva política de Bobbio, também eu me declaro de esquerda. Esquerda democrática, por óbvio; porquanto para mim, tanto quanto para Bobbio, o superior bem político não é a esquerda ou a direita, mas sim a democracia.

Os bolchevistas costumam reduzir retoricamente todos os que não se submetem aos seus interesses a representantes ou lacaios da direita fascista. O bolchevismo/marxismo-leninismo é uma doutrina em decadência, apodrecida, mas que se recicla como pode. No Brasil, por exemplo, o PT, apoiado por padres da "Teologia da Libertação", nasceu católico-bolchevista. Chegando ao poder, namorou e terminou por se amancebar com a direita mais fisiológica e corrupta. Quando seu poder, devido principalmente a escândalos de corrupção, foi abalado, voltou ao figurino bolchevista e passou a rotular todos os adversários de "direitistas" e "fascistas". Eu não dou importância a patrulhamentos, mas há quem dê e há quem se confunda. Em política, é sempre conveniente esclarecer. Norberto Bobbio, no citado livro, exponencia a alternância de poder - alternância que se dá usualmente entre esquerda democrática e direita democrática - como condição inerente às regras do jogo democrático. Declarando-se do campo da esquerda dentro desse jogo, o filósofo cria uma bela imagem ao dizer que "a igualdade é a estrela polar da esquerda". Porém, outra estrela fulgura no céu democrático, e é a estrela da liberdade. Como tento demonstrar no meu ensaio, explicar essa indissociabilidade entre liberdade e igualdade na construção da democracia moderna constitui o escopo de grande parte da obra de Bobbio. Liberdade e igualdade que ele traduz politicamente por liberalismo e socialismo.

Não foi o bolchevismo que inventou a mentira, dizem que foi o Diabo, chamado também, dentre outros mil nomes, de "Pai da Mentira". Mas o bolchevismo fez da mentira o eixo de toda a sua "narrativa" histórica e de sua estratégia de proselitismo, de convencimento de ingênuos e idiotas. Apeados do poder, o PT e seus satélites radicalizam a velha estratégia bolchevista: mentem como o Diabo. E ameaçam apelar para a estratégia igualmente diabólica da violência. Não se pode prever com segurança se chegarão a extremos, mas a democracia precisa sempre estar prevenida contra as artes do Diabo.

Eu considero o marxismo uma doutrina ruim, porém concedo-lhe o crédito de ter sido, a partir da revisão de Eduard Bernstein, a origem da velha e boa social-democracia. É bem verdade que a revisão de Berstein foi tão larga que pouco sobrou de marxismo no ideário e, principalmente, na prática da Segunda Internacional, também dita Internacional Socialista. No amplo arco daquilo que podemos chamar de esquerda democrática, a social-democracia e o trabalhismo são as mais notáveis correntes; a elas me filio, da mesma forma que me filio ao liberalismo. Vejam, social-democracia e  trabalhismo não são alternativas à democracia liberal, são, para usar uma expressão de Bobbio, um "alargamento" desta. A prova disso é que se alternam no poder com partidos da direita democrática, conservadores ou liberais, dentro das regras da democracia representativa. Numa retrospectiva histórica, poder-se-á especular que, em países como a Alemanha e a Inglaterra, se agenda de promoção da classe trabalhadora levada a cabo pela social-democracia e pelo trabalhismo não fosse periodicamente equilibrada pela agenda econômica de partidos liberais e conservadores, esses países teriam quebrado e as conquistas sociais teriam ido para o espaço sideral. A social-democracia e o trabalhismo não prometeram o paraíso à classe trabalhadora, mas a levaram a conquistas formidáveis, na forma de benefícios concretos, avançando muito na construção dos direitos de igualdade material, exigência indeclinável da democracia moderna, juntamente com os direitos de liberdade, característicos do liberalismo clássico. A social-democracia e o trabalhismo não criaram o paraíso, mas criaram o "Welfare State". Esse "Estado de Bem-Estar Social" não é perfeito, mas sempre pode ser melhorado. Porém, antes de ser melhorado, precisa ser sustentado. E só pode ser sustentado por uma exponencial produção de riquezas que só tem sido possível nas economias de livre mercado, com propriedade privada dos meios de produção, iniciativa individual, concorrência, competição e lucro.

 Quanto ao marxismo-leninismo, além da economia totalmente estatizada, planificada e centralizada, produziu principalmente a desgraça da servidão e da morte; é tão repulsivo quanto o nazifascismo e deve ter o mesmo destino: a lata de lixo da história.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

A luta continua! 7 de Setembro é um bom dia para a Democracia

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Milhões de brasileiros, em seguidas manifestações, foram às ruas contra a ditadura da corrupção do PT. Em consequência desse clamor democrático, na quarta-feira, 31 de agosto, a presidente foi definitivamente afastada pelo Senado Federal em votação que concluiu o processo constitucional do impeachment. Dilma foi pro brejo. Mas a luta continua e não é só no Brasil. No dia seguinte, 1º de setembro, o povo venezuelano ocupou as ruas da capital do vizinho país numa manifestação histórica. A chamada "Tomada de Caracas", que deu sequência a uma série de outras grandes manifestações em defesa de liberdade e democracia, teve como objetivo pressionar pela realização do Referendo Revogatório para tirar do poder o presidente chavista/fascista Nicolás Maduro. O Revogatório é previsto na Constituição venezuelana e a lei que rege o processo foi aprovada pela Assembleia Nacional. Ocorre que o regime chavista/fascista aparelhou e subjugou o poder judiciário e faz de tudo para impedir a consulta final aos eleitores, que, com toda certeza, enviarão o Maduro, já de muito apodrecido, para o quinto dos infernos. Em menor número, os defensores do podre Maduro também têm feito manifestações, e acusam os milhões de opositores, vejam só, de fascistas; e dizem que  o Revogatório "é golpe". Ou seja, é tudo muito parecido com o Brasil.

Aqui no Brasil, domingo passado, os lulopetistas (PT e seus satélites) foram mais uma vez às ruas dizer que o impeachment foi "golpe" e gritar "Fora Temer!". É um direito deles. Mas nem eles querem que a Dilma volte; querem nova eleição para presidente, um carnaval eleitoral fora de época. E querem também a prisão do juiz Sergio Moro. Expressar tamanha extravagância também pode, mas é de uma espantosa arrogância, é uma afronta ao bom senso e à decência, é um despropósito, é uma sem-vergonhice, é muita estupidez. Mas pode. O que não pode é a violência: agredir, tocar fogo, depredar, destruir.

A luta política é assim: de um lado e de outro, sempre continua. Amanhã, 7 de Setembro, será um excelente dia para os defensores da Democracia e da Justiça darem resposta aos autoritários pró-corruptos que querem a prisão do juiz Sergio Moro. Ao verde e amarelo que marca o Dia da Pátria, vamos acrescentar as palavras de ordem da luta democrática; em cartazes, em faixas, em adereços, na nossa voz:

ABAIXO A CORRUPÇÃO! TODO APOIO À LAVA JATO E AO JUIZ SERGIO MORO!
FORA PT!
SOLIDARIEDADE AO POVO DA VENEZUELA CONTRA O FASCISTA MADURO!
VIVA O BRASIL!

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

O impeachment de Dilma Rousseff, o "mortadelismo histórico" de Chico Buarque e a violência fascistóide do lulopetismo agonizante

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"Julgamento da história" é uma figura de retórica. A rigor, a história não julga, sempre quem julga são homens; e são os homens que fazem a história. A esquerda marxista, autoritária, fetichizou essa figuração, usando-a para validar numa instância distante no futuro quaisquer atos no presente, por mais repulsivos que possam ser. O marxismo é um ateísmo que se transformou em religião perversa; uma religião sem Deus, substituído ora por déspotas idolatrados, ora por fetiches como "o partido", "o determinismo econômico", "a história". O fetiche marxista da "história", ora reivindicado pela esquerda mortadela brasileira, foi expresso em música pelo grande compositor Chico Buarque de Holanda, um mortadela de luxo: "A história é um carro alegre / Cheio de um povo contente / Que atropela indiferente / Todo aquele que a negue".

Para os marxistas revolucionários, os que "negam a história" são todos aqueles que contrariam sua doutrina de ódio e violência. Por essa certeza histórica, os revolucionários marxistas atropelaram indiferentes, esmagaram, exterminaram milhões de pessoas: na Rússia, na China, no Cambodja... Parte desse "determinismo histórico" foi para o lixo com o fim do império totalitário soviético, mas continua atropelando em regimes como o da Coreia do Norte, sob o comando do risonho e alegre ditador Kim Jong-un. Mais perto do Brasil, na Venezuela, o "Socialismo do Século XXI" está atropelando indiferente num carro conduzido pelo fascista podre Nicolás Maduro. No Brasil, o "mortadelismo histórico" de Chico Buarque invadiu o plenário do Senado, onde o compositor foi acompanhar o impeachment da ex-presidente mortadela Dilma Rousseff. A tropa de choque mortadela no Senado, comandada por Lindbergh Farias, ameaça os adversários com o "julgamento da história", sem nenhuma preocupação com o julgamento nos tribunais inferiores e no STF de companheiros envolvidos "em tenebrosas transações". E aproveitam para insuflar os militantes mortadelas, que após o impeachment de Dilma foram para as ruas quebrar, arrebentar e tocar fogo, naquela receita de violência típica de bolchevistas e fascistas. A própria mortadela cassada, que foi um desastre como presidente, revelou-se uma fogosa amotinadora, inflamando a militância de um lulopetismo já agonizante. Já o chefe-maior mortadela, o Lula, anda acabrunhado, prostrado, desanimado e triste; talvez desconfiado que o julgamento da Justiça brasileira lhe seja adverso, por mais confiança que os mortadelas possam ter no "julgamento da história".

domingo, 28 de agosto de 2016

Quando Setembro Vier: Primavera sem Dilma e sem PT, com Gina Lollobrigida e Sandra Dee

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O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff está chegando ao fim. Se tudo der certo, da noite da segunda para a madrugada da terça o Brasil se livra definitivamente da ditadura da corrupção do PT. Que Deus permita!, ninguém aguenta mais esse rame-rame, especialmente o discurso imbecil dos mortadelas dizendo que "é golpe", "é golpe", "é golpe"; enquanto todo dia se vê na TV que é o processo de impeachment mais legítimo do mundo; certinho, tudo direitinho, comandado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal. Tudo tão democrático, legal e bacaninha que um grupo de cineastas mortadelas tem licença para acompanhar de perto, pegando no pé dos senadores e de todo mundo, fazendo um filme com Dilma como protagonista. Essa foi uma ótima ideia dos mortadelas. Os coxinhas também deviam fazer um filme, com foco naquelas manifestações de milhões de brasileiros que foram às ruas contra a corrupção, contra o PT e pelo impeachment da Dilma. Entendam, essas foram as maiores manifestações políticas da nossa história. Material não falta, cenas exuberantes de ímpeto democrático e patriótico: "um rio verde e amarelo que passou em nossas vidas e nosso coração se deixou levar".

Acaba agosto, Dilma e o PT vão para o brejo; e eu vou rever a comédia romântica Quando Setembro Vier/"Come September", com Rock Hudson, Gina Lollobrigida, Bobby Darin e Sandra Dee. Aconselho, caros leitores e caríssimas leitoras, que façam o mesmo. É uma comédia deliciosa em uma Itália maravilhosa, embalada em lindas canções (a música-tema é inesquecível: ouviu, lembrou). Os galãs Rock e Bobby arrancaram suspiros de todos os corações femininos. As mulheres, então, a suave Sandra e a monumental Gina; meu Deus! A Sandrinha está muito bonitinha, encantadora. Mas a Gina, sai de baixo, está esplendorosa, estonteante, um avião, um boeing, um violino Stradivarius, uma fonte de maravilhas (uns críticos bestas diziam que ela era uma canastrona: "sabe de nada, inocente!").

Pois então é isto: na segunda-feira feira vamos ver a Dilma na TV e dar um "Tchau, Querida!". Depois vamos esperar setembro vendo Gina e Sandrinha no DVD. Salve a Primavera!

  

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Contra os extremismos, a "ideologia democrática do entusiasmo": segunda parte da réplica a José Octávio

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Continuando com suas ressalvas aos meus ensaios constantes no livro "Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia", José Octávio de Arruda Mello considera que eu, ao abandonar o "ultrasectarismo de esquerda", teria me encaminhado para "a outra extremidade". Não procede. Parece-me um extremo equívoco de leitura. Meus textos expressam, enfaticamente, o repúdio aos extremismos políticos. A outra extremidade do "ultrasectarismo de esquerda", entendo que seja o "ultrasectarismo" de direita. A linha política que sigo compõe um arco que vai do liberalismo clássico ao liberal-socialismo de Norberto Bobbio, passando pela social-democracia e pelo trabalhismo, doutrinas monotonamente moderadas, avessas aos extremismos. Aliás, no meu texto sobre Bobbio, cito seu enfático repúdio aos extremismos: "detesto os fanáticos com todas as minhas forças". Se não ficou suficientemente claro no texto analisado, que fique agora: eu sigo Bobbio na sua ojeriza pelo fanatismo ("ultrasectarismo"). E tanto o sigo que o tomo por protótipo da "ideologia" que professo; um meio termo virtuoso entre a indiferença e o fanatismo: a "ideologia democrática do entusiasmo".

José Octávio levanta uma divergência em relação à condenação que faço de Lênin, no meu entender o principal responsável pelo que chamei de "perdição totalitária do marxismo". J.O. entende que a desgraça totalitária que devastou a Rússia após a Revolução de 1917 (que J.O. chama, muito polidamente, de "contrafação") não se deve a Lênin, mas sim a Stálin. Eu continuo afirmando que o stalinismo foi uma consequência lógica do leninismo. Como no meu ensaio expliquei extensamente esse meu entendimento, aproveito para aconselhar que adquiram o livro, disponível na Livraria do Luiz e em O Sebo Cultural.

Em face das minhas críticas um tanto acerbas ao marxismo e ao sectarismo de esquerda, José Octávio alerta para "o risco de nos filiarmos às falácias do neo-liberalismo". Da minha parte não tem nenhum perigo, pois sou adepto do velho-liberalismo, aquele da Revolução Francesa - Liberté, Égalité, Fraternité -; avançando sempre, em uma Revolução Permanente, como brilhantemente exposto, no nosso referido livro, por Iremar Bronzeado, o Filósofo da Liberdade. Na mesma linha de preocupação, José Octávio considera que o marxismo não deve ser recusado em bloco, mas revisado. Eu concordo, e entendo que a mais substancial e acertada revisão do marxismo já foi feita. E foi feita antes mesmo da perdição totalitária do marxismo nas mãos dos bolchevista. Foi feita no fim do século XIX pelo marxista alemão Eduard Berstein, sendo esta revisão o primeiro fundamento intelectual da social-democracia. Os sociais-democratas foram denunciados por Lênin como traidores e renegados. Na Rússia, os marxistas sociais-democratas se tornaram conhecidos pela alcunha de mencheviques, enquanto os leninistas se tornaram conhecidos como bolcheviques. No início da Revolução, mencheviques e bolcheviques lutaram juntos contra o regime czarista. Quando os bolcheviques assumiram o poder, trataram de aniquilar os mencheviques; e não só os mencheviques, mas toda e qualquer oposição. Esse processo de aniquilamento começou ainda com Lênin no comando.

Enfim, vamos a esta indagação de José Octávio: "Para concluir, o que me pergunto é se, impressionado com o liberalismo de Bobbio, W.R. não percebeu a dimensão também socialista - e nesse caso esquerdizante de seu pensamento". Em parte, é pertinente a preocupação de J.O. Com efeito, não dei destaque à dimensão socialista de Bobbio, embora a tenha percebido e a tenha referido. Explico: comecei a ter maiores notícias de Norberto Bobbio no convívio acadêmico, no Mestrado de Filosofia da UFPB, onde o marxismo era dominante. Pelo que falavam professores e alguns colegas, fiquei com a impressão de que Bobbio fosse um tipo de "marxista pós-moderno". Assim, ao ler o livro "O Futuro da Democracia" fiquei de queixo caído, deveras espantado em descobrir que Norberto Bobbio era liberal até à medula dos ossos. Fiquei entusiasmado e recolhi tudo que pude comprar ou conseguir emprestado, compondo uma bibliografia razoável do jurisfilósofo italiano. Em estendidas leituras, confirmei minhas melhores expectativas, a ponto de colocar Bobbio entre minhas principais referências em filosofia política. Não deixei de perceber a dimensão socialista do seu pensamento, mas minha motivação para escrever o ensaio em questão foi mesmo destacar seu liberalismo. De tudo que li - e não foi pouco -, entendi que o socialismo de Bobbio subordina-se à sua concepção de democracia, que é radicalmente liberal,  enfatizando que que Estado Democrático e Estado Liberal são interdependentes; o que também pode ser dito da seguinte forma: sem liberalismo não há democracia e sem democracia não há liberalismo. Na perspectiva levantada por Bobbio, de primazia democrática, também eu sou muito simpático ao socialismo. Desde que caiba dentro da democracia, o socialismo será excelente coisa. A questão do socialismo é a questão da igualdade, que é um pressuposto da Democracia, tal como a liberdade também o é. Entendo que a maior estupidez dos séculos tem sido a tentativa dos bolchevistas em construir a igualdade com o sacrifício inicial da liberdade. Por tal caminho, em seguidas experiências, depois de assassinarem a liberdade, os marxistas-leninistas construíram apenas a igualdade da servidão e das covas. É isso que tento demonstrar no nosso livro. Portanto, insisto, vão à Livraria do Luiz ou ao O Sebo Cultural e comprem o livro (mesmo porque preciso de capital para editar outro livro).

Continua e finaliza no próximo post.
     

domingo, 21 de agosto de 2016

"Amor Fati": primeira parte da réplica a José Octávio de Arruda Mello no debate da Liberdade

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Como vocês, caros leitores e caríssimas leitoras, puderam ver em post anterior, José Octávio de Arruda Mello, na conclusão da análise a meus ensaios contidos no livro "Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia", afirma: "...os estudos de Washington sobre as Revoluções e Norberto Bobbio são da melhor qualidade, impondo discussão crítica". Nenhum outro elogio poderia me deixar mais feliz. Como a discussão é crítica, o brilhante intelectual e eminente historiador faz também ressalvas; às quais começo a responder.

De início, José Octávio considera: "algo arrependido da antiga militância ultraesquerdista, o irmão de Gelza Rocha parece aproximar-se, por vezes, do anticomunismo". E cita a passagem do meu texto em que digo que  a "filosofia da práxis" já deveria estar "morta e enterrada".

Pois bem; anticomunismo no sentido de alguma perseguição a comunistas considero que seja algo detestável. Pelo contrário, entendo que seja salutar para a democracia o debate entre liberais e comunistas. Na Itália e no Brasil, por exemplo, esse diálogo resultou em os comunistas do PCI e PCB, respectivamente, abandonarem o comunismo para recair (aqui uso a elegante expressão de José Octávio) numa linha de esquerda democrática. Também o comunismo como ideal de emancipação definitiva de toda a humanidade, plena igualdade e perfeita fraternidade - o paraíso terrestre -, eu acho lindo e maravilhoso. Porém, o comunismo como política prática, aquela que foi implantada pelos revolucionários marxistas no século XX, aqueles regimes de servidão e morte, o comunismo real resultante da "filosofia da práxis"; esse comunismo eu abomino.

Quanto a arrepender-me da minha antiga militância ultraesquerdista, não me arrependo. Antes a resguardo no coração, por aquela fórmula de Nietzsche: "Amor Fati", que aqui transcrevo:

"Minha fórmula para a grandeza no homem é amor-fati: não querer nada de outro modo, nem para diante nem para trás, nem em toda eternidade. Não meramente suportar o necessário, e menos ainda dissimulá-lo – todo idealismo é mendacidade diante do necessário -, mas amá-lo” – Nietzsche, Ecce Homo.

Essa fórmula, célebre na grandiloquente expressão nietzschiana, já estava nos antigos, nos estoicos. E é possível entender que foi interiorizada e vivida por Jesus Cristo. É preciso amar o destino e amar o que passou, porque o que somos é a soma de tudo que já fomos e tudo que ainda seremos. Portanto: AMOR FATI.

Feita essa digressão, voltemos à "filosofia da práxis", que é o nome dado à doutrina política marxista pelo comunista italiano Antonio Gramsci. Tendo a "filosofia da práxis" se comprovado nefasta, resultando em servidão e genocídio, tendo caído de podre o império totalitário do comunismo soviético, estando os regimes comunistas restantes - com exceção da Coreia do Norte - recuando do receituário marxista; entendo que tal doutrina já deveria ter sido, metaforicamente, "morta e enterrada", assim como foi feito com a doutrina nazifascista, hoje cultivada apenas por grupos muito minoritários de fanáticos e mentecaptos. Que essas doutrinas vivam nas livrarias dos museus, expostas à curiosidade dos estudiosos de coisas velhas e acabadas. E daqui vou a outra digressão literária, uma passagem do estupendo poema de Edgar Allan Poe, "O Corvo", na esplêndida tradução de Machado de Assis:

"Em certo dia, à hora, à hora
Da meia-noite que apavora,
Eu, caindo de sono e exausto de fadiga,
Ao pé de muita lauda antiga,
De uma velha doutrina, agora morta,
Ia pensando, quando ouvi à porta
Do meu quarto um soar devagarinho,
E disse estas palavras tais:
"É alguém que me bate à porta de mansinho;
Há de ser isso e nada mais.".


Em um futuro que espero não muito distante, quando o marxismo for uma velha doutrina morta, poderá, talvez, ser lida ou relida com carinho e nostalgia. Hoje, zumbis neomarxistas ficam o tempo todo batendo devagarinho em nossa porta, querendo espaço para aporrinhar, como o corvo chato do poema de Allan Poe. A diferença é que o corvo falava uma só frase, e os neomarxistas falam uma quantidade tão extensa de cretinices que nem Karl Marx e Friedrich Engels suportariam.

Continua no próximo post.

   



sábado, 20 de agosto de 2016

As lições de Norberto Bobbio

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Eis aí o texto do historiador José Octávio de Arruda Mello sobre o ensaio "As lições de Norberto Bobbio", que conclui a sua análise crítica dos meus dois ensaios publicados no livro "Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia". No próximo post, a minha réplica.




DE LA BOÉTIE A NORBERTO BOBBIO EM WASHINGTON ROCHA (II)
José Octávio de Arruda Mello (*)
(*) Historiador de ofício, como professor aposentado da UFPB e titular de História do Direito do UNIPÊ. Autor de História da Paraíba – Lutas e Resistência (13ª ed., 2014) e A Revolução Estatizada – Um Estudo sobre a Formação do Centralismo em 30 (3ª ed., 2016).

                Depois das considerações vertidas sôbre o primeiro ensaio de Washington Rocha – “Revoluções para trás” (...) de Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia (2016) – sinto-me tentado a analisar o segundo de seus estudos – “Ideal democrático e ‘rude matéria’: as lições de Norberto Bobbio”.
            Creio que depois de Tarcísio Burity, possuidor de dicionário do genial pensador italiano, foi o Grupo José Honório quem, na Paraíba, mais valorizou a Norberto Bobbio.
            Este ainda se encontrava vivo quando, em 2004, pusemo-nos eu e Eilzo Matos a desenvolver “O Circuito de Bobbio” que consistiu em, durante três dias, difundir seu pensamento junto às Faculdades de Direito de Souza, Patos, Campina Grande e João Pessoa, em algumas das quais eu lecionava.
            Para tanto, valemo-nos de estudo de Eilzo – Socialismo Liberal – Anotações sôbre o Pensamento Político de Norberto Bobbio (mimeo, 2004) – onde Bobbio se aproxima de John Rawls, com vistas à criação de uma sociedade socialista, nos limetes do Estado moderno.
            Nossa experiência pedagógico-filosófica foi por mim incorporada, em 2008, ao manual História do Direito e da Política (2008), editado pela Linha D’Agua. Nele, após considerar os epígonos da Filosofia do Direito dos anos vinte – Pitirim A. Sorokin, Mirkine Guetzevitch e Harold/Laski – debrucei-me sôbre os pensadores modernos capazes de fundir Filosofia do Direito, Política e História.
            Ao lado de Antônio Gramsci, Ralph Dahdhendorf, Michel Foucault e Hannah Arendt, vários dos quais citados por Washington Rocha, um deles é Norberto Bobbio. Deste recorremos a entrevista de páginas amarelas de Veja, de 7 de novembro de 1949, onde o pensador peninsular assim se pronuncia:
            “Sou um liberal que se defronta com a injustiça da sociedade capitalista e por isso chega ao socialismo. Não excluo a possibilidade de um encontro entre as duas idéias. Sou laico e acredito que a política não admite dogmas. O que vale é o espírito crítico. E não acredito que os comunistas tenham dado todos os passos necessários para evoluirem de certo dogmatismo rumo ao espírito crítico”.
            Bingo para o antigo aluno do Liceu. Isso porque, consoante Washington, “Bobbio enfrentou as críticas à democracia advindas da esquerda marxista durante um debate de décadas; sendo que as fórmulas por ele apresentadas caminharam no sentido da possibilidade de realização das promessas do socialismo com os instrumentos e nos limites da democracia”.
            Em “Ideal Democrático e Rude Matéria”, seu autor não fica nisso. Considerando a seu objeto como “um democrata de esquerda, defensor do liberal-socialismo”, Washington abre-se para a seguinte postura bobbiana:
            “(...) Disto segue que o Estado liberal é o pressuposto não só histórico mas jurídico do Estado democrático. Estado democrático e Estado liberal são interdependentes em dois modos: na direção que vai do liberalismo à democracia, no sentido de que são necessárias certas liberdades para o exercício correto do poder democrático, e na direção oposta que vai da democracia ao liberalismo, no sentido de que é necessário o poder democrático para garantir a existência e a persistência das liberdades fundamentais”.
            Com base nesses pressupostos, Washington Rocha conceitua sempre corretamente a Norberto Bobbio. Afastando-o da teoria das elites de Mosca e Paretto, seu intérprete conceitua-o como democrata, conforme bobbio:
            “Mas a renúncia ao uso da violência para conquistar e exercer o poder é a característica do método democrático cujas regras constitutivas prescrevem vários procedimentos para a tomada de decisões coletivas por meio de livre debate, que pode dar origem ou a uma decisão acordada ou a uma decisão tomada pela maioria. Prova disso é que, num sistema democrático, a alternância entre governos de direita e esquerda é possível e legítima”.
            Não são poucas as novidades da exegese de Bobbio por Washington Rocha. Uma delas sua vinculação a Thomas Hobbes porque “(...) otimista ou pessimista. A rigor é realista. O otimismo está na intenção, na esperança  e na perseverança; o pessimismo, na constatação das limitações humanas ou dos pendores destrutivos da natureza humana”.
            Outra, contida às páginas 142/3 é a maneira como o entusiasmo de Bobbio, nesse ponto equivalente ao de Washington, repudia o fanatismo da extrema esquerda e a indiferença da Direita para recair no entusiasmo como ingrediente da democracia:
            “Norberto Bobbio poderá ser tomado como protótipo de cidadão arrebatado pela ‘ideologia democrática do entusiasmo’: durante toda a sua vida de intensos embates políticos, manteve-se distante tanto da indiferença quanto do fanatismo”.
            Para concluir, o que me pergunto é se, impressionado com o liberalismo de Bobbio, W.R. não percebeu a dimensão também socialista – e nesse caso esquerdizante de seu pensamento.
            Esse é o ponto para o qual o saudoso Nelson Saldanha me chamava a atenção. Quando, de certa feita, telefonei para o jurisfilósofo pernambucano, este me advertiu:
            – Não se esqueça de que Bobbio é socialista!
            É o que ora passo a Washington Rocha. É necessário que a crítica ao sectarismo de esquerda não fique no liberalismo formal e recaia no socialismo (democrático), sem o que corremos o risco de nos filiarmos às falácias do neo-liberalismo. É onde sustento que o marxismo não deve ser recusado em bloco, mas revisado.
            Fora daí, os estudos de Washington sôbre as Revoluções e Norberto Bobio são da melhor qualidade, impondo discussão crítica. O primeiro é contra: o sectarismo, “o neomarxismo zumbi”, o estreitismo bolchevique, a revolução proletária, a monstruosidade chavista, o despotismo da maioria de Rousseau.
            Já o segundo é a favor. Da democracia shumpeteriana, fundada no planejamento. Das teses de O Federalista de Madison. Das utopias de Martin Luther King. Da sociedade aberta de Henri Bergson e Karl Popper. Das linhas gerais do discurso de Péricles.
            Em ambos os casos, vislumbra-se a marca de um dos mais argutos cientistas sociais paraibanos de nossos dias. 

 


sexta-feira, 19 de agosto de 2016

"Revoluções para trás": ensaio de Washington Rocha analisado pelo historiador José Octávio de Arruda Mello

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Meus ensaios constantes do livro "Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia" mereceram análise crítica do Professor José Octávio de Arruda Mello, um dos mais importantes historiadores do Brasil. O ilustre e combativo intelectual, um dos mais atuantes no debate das ideias, especialmente no campo da política, faz algumas ressalvas aos meus escritos. Com algumas chego a concordar, mas com ressalvas. As minhas ressalvas das ressalvas serão apresentadas, mas não agora. Agora apresento a primeira análise de José Octávio, sobre o ensaio "Revoluções para trás", que foca as revoluções marxistas do século XX tendo como fonte de inspiração o "Discurso da Servidão Voluntária", de Étienne de La Boétie, escrito no século XVI. No próximo post, publicarei a análise de José Octávio sobre o ensaio "Ideal democrático e 'rude matéria': as lições de Norberto Bobbio". Depois, então, farei minha minha réplica. A crítica do ilustre historiador me honra e me anima para o debate.




DE LA BOÉTIE A NORBERTO BOBBIO EM WASHINGTON ROCHA
José Octávio de Arruda Mello (*)
(*) Historiador de ofício, como professor aposentado da UFPB e titular de História do Direito do UNIPÊ. Autor de História da Paraíba – Lutas e Resistência (13ª ed., 2014) e A Revolução Estatizada – Um Estudo sôbre a Formação do Centralismo em 30 (3ª ed., 2016).

            Leio com satisfação – embora sem concordar inteiramente com o autor – os ensaios de Washington Rocha preparados para a coletânea Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia, da Editora Ideia, em 2016.
            Servido por bibliografia que muito o recomenda, Washington foi meu aluno no Liceu do tumultuário ano de 1968. Mais anarquista que marxista – e não por acaso Proudhon aparece em seus insights – abdicou daqueles postulados em busca de visão social menos engajada, o que explica o segundo ensaio sôbre o transcendental politicólogo Norberto Bobbio.
            Este, como se sabe, faleceu em 2008, como um dos maiores pensadores do planeta. Segundo Washington, “Bobbio, que era declaradamente um político de esquerda, foi, em geral, contudente na sua crítica à esquerda autoritária”.
            A colocação ajusta-se à pretensão de Washington em proceder a uma crítica, de dentro da própria esquerda. Tal somente não se configura mais inteiramente porque, ao renunciar à sinistra, Washington não parece se ter encaminhado para variante modernista desta – a new left, por exemplo – como o italiano Bobbio, ou, mais remotamente, o alemão Eduard Bernstein, aos quais tanto admira.
            Algo arrependido da antiga militância ultraesquerdista, o irmão da competente geógrafa Gelza Rocha parece aproximar-se, por vezes, do anticomunismo o que chega a toldar sua extraordinária agudeza. Como nessa passagem do primeiro ensaio:
            “Por isso mesmo, damos atenção ao fato de que a ‘filosofia da práxis’ continue grandemente prestigiada, embora já devesse estar morta e enterrada”.
            Nisso as nossas diferenças. Ao tempo em que Washington afinava com o ultrasectarismo da esquerda, eu ancorava na centro-esquerda de João Mangabeira e Aneurin Bevan. Hoje, quando Washington se encaminha para a outra extremidade, continuo no mesmo lugar, o que explica minha afeição por Fernando Henrique Cardoso sobre o qual possuo livro sem pressa alguma de publicar.
            Uma de nossas outras divergências reside na experiência soviética. Para Washington, que dela se ocupa em “Revoluções para trás”, suas desfigurações já residem em Lenine, empenhado em fender as cabeças, de meio a meio.
            Quanto a mim, sigo a Hobsbawn, não o de Ecos da Marselheza, que não conheço, mas o de A Era dos Extremos que considero uma das mais instigantes criações da moderna Historiografia.
            A contrafação soviética proveio não tanto de Lenine, partidário do Estado comuna, inspirado na Comuna de Paris, de 1871, onde a autoridade se exercia por votação, mas do estalismo. Este é que, eliminando os sovietes e a velha guarda bolchevique, tanto concentrou o poder – que para Lenine seria federado – que a URSS terminou sucedânea do velho Império tzarista. Ou, como o situei em Mundo Hoje (1971): “na grande batalha invisível do século, a Rússia venceu a União Soviética”.
            Fora daí, todavia, “Revoluções para trás”, de Washington Alves da Rocha, possue passagens luminosas.
            Ele enxerga, corretamente, o viés iluminista do marxismo e a associação entre jacobinos e bolcheviques. A projeção totalitária da vontade geral de Rousseau, indutora do despotismo das massas e a grandeza doutrinária e revolucionária de Trotsky, comparado a Danton. W.R. também condena, com sabedoria, os malefícios do milenarismo proletário e o “charlatanismo político” do chavismo bolivariano, grotescamente autointitulado “socialismo do século XXI” e glorificado pelo PT, numa das mais ignóbeis construções deste partido político.
            Sensível à validade do marxismo revisionista dos alemães Karl Kautsky e Eduard Bernstein, o que mais me agrada em Washington Rocha é esse realce do francês Étienne de La Boétie com seu Discurso da Servidão Voluntária (1571).
            Explico melhor: essa valorização de autores anteriores a Hobsbawn e Bobbio, hoje equivale a um truismo. WR, porém, foi mais longe: recorreu a desconhecido autor do século XVI para fundamento de suas colocações.
            Nisso procedeu como Benedetto Croce e José Honório Rodrigues: a História é o Presente!