Blog Rocha 100
“No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.
segunda-feira, 30 de maio de 2016
"Erudição e originalidade"; "pensamento convergente, mas não homogêneo": nota de Gelza Rocha sobre o "Livro Azul da Liberdade"
Gelza Rocha é escritora reconhecida tanto em livros didáticos da sua especialidade, a geografia, quanto no conto, no romance e na poesia. Na sua publicação mais recente, "Faz de conta que sou poeta", provou ser poeta das melhores, fazendo chorar muita gente. Ela leu e gostou do, agora também dito, "Livro Azul da Liberdade": Catarina Rochamonte, Iremar Bronzeado, Washington Rocha, Manuel Alves da Rocha -. Gelza, que é extensa nos escritos geográficos e intensa na literatura, foi econômica e contida na análise do nosso livro. Nem por isso nos deixou menos felizes. Confiram:
Ao ler "Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia", pude perceber mais claramente que vem da democracia as consequências mais benéficas para um desenvolvimento positivo das sociedades. Nem sempre me coloco em estreita consonância com determinadas posições ou conceitos explicitados pelos autores, porém, ao focar no objetivo primeiro pretendido por eles, ou seja, o valor da democracia para a humanidade, alinho-me com os mesmos, pois penso que somente numa democracia será possível se construir uma sociedade mais justa para todos.
Concordando ou não com o pensamento dos autores - que, aliás, embora convergente, não é homogêneo -, a obra deve ser lida, pois as reflexões sobre os temas nela discutidos são extraordinárias, com passagens de erudição, mas também de originalidade; no que pese as questões da liberdade e da democracia serem das mais antigas e exploradas.
Acrescento que a edição, com linda capa em tom azul, é primorosa; e que achei muito elegante estar sendo chamado de "Livro Azul da Liberdade".
Professora Gelza Rocha Fernandes de Carvalho - Mestre em Geografia pela USP. Professora da UFPB.
quinta-feira, 26 de maio de 2016
Para mim será uma honra debater com Romeu de Carvalho
Romeu de Carvalho é nome de excelência em várias atividades: médico sanitarista, escritor, compositor, teatrólogo. E é um quadro intelectual dos mais valorosos da esquerda brasileira, velho combatente contra a ditadura militar e intensamente presente em todas as grandes lutas que culminaram com a redemocratização do nosso país. Eu também participei dessas lutas, e esta é uma das circunstância que nos irmana. Romeu, meu grande amigo, leu meus ensaios constantes do livro "Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia". Leu e não gostou. Reproduzo a nota crítica que me enviou e a seguir faço um comentário, no sentido de levar adiante um debate que muito me honra.
"No livro "Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia", a participação de Washington muito me impressionou...
Realmente, conhecendo-o há tanto tempo, não imaginei que sua visão estivesse tão diferente, pois seu texto reverte para um polo totalmente adverso daquele que a nossa geração assimilou, em relação a conscientização social e política.
Naquele tempo, nossa mente absorvia o mais concreto e correto, quando vivenciávamos uma área relacionada ao "terceiro mundo" em que a característica predominante em todo processo existencial se revertia na expressão do controle de todo andamento racional.
Quando surgiu o famigerado "golpe de 64", que tinha o propósito de desestruturar nosso país, para mais facilmente dominá-lo, caminhávamos em busca de um pensamento, contra o que já compreendíamos e que esses nossos pensamentos verdadeiros seriam sempre preservados.
Portanto não compreendo como um escritor que vivenciou com intensidade o "golpe de 64", imposto pelo grande poder econômico, possa aceitá-lo como elemento preponderante no compasso racional, que a mente lhe preservasse.
Nessa circunstância de raciocínio, ao ler a matéria escrita pelo amigo velho, fiquei mais afeito a considerar que se tratava de um pensamento transitório e de pouca intensidade.
Romeu de Carvalho."
Como viram, um enfoque de Romeu é que eu mudei minha forma de pensar. E ele está certo. Na minha adolescência, quando me iniciei na luta política, enfrentando a ditadura militar no levante estudantil de 1968, pensava de acordo com a doutrina marxista-leninista/bolchevista e lutava contra a ditadura militar com o objetivo de implantar a "ditadura revolucionária do proletariado". Bolchevista continuei durante bastante tempo; até que bastou. Hoje, abomino o bolchevismo e detesto todas as ditaduras; dos militares ou do proletariado, de direita ou de esquerda. Considero o totalitarismo comunista tão nefasto e desgraçado quanto o totalitarismo nazifascista. Romeu tem amor sincero pela causa democrática, que é a causa do povo. Parece-me, entretanto, que considera o regime de livre iniciativa econômica e direito de propriedade - que se chama capitalismo - incompatível com a democracia. Já eu penso exatamente o contrário: sem direito de propriedade e livre iniciativa econômica, não pode haver democracia. Quando o Estado sequestra para si a propriedade e assume o monopólio da iniciativa econômica, a sociedade fica submetida a um regime coletivista de servidão. Os ideais socialistas, que são os de Romeu, podem ser os meus; desde que realizados sem perda das liberdades democráticas. Eu não aprecio o "grande poder econômico", aprecio a livre iniciativa econômica; inclusive a iniciativa de abrir uma padaria, fazer funcionar uma casa de farinha, viajar de cidade em cidade com circo mambembe, vender pipoca na rua ou fabricar picolé dim-dim na geladeira velha. E também a iniciativa de escrever livros e vender de porta em porta, que é mais ou menos o que estou fazendo com o nosso "Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia" (quem quiser comprar, é só avisar). Sem livre iniciativa não há progresso possível. Não creio na emancipação dos trabalhadores através da violência, das revoluções sanguinárias de terra arrasada. Creio na emancipação e progresso dos trabalhadores - e de todo o povo - através de reformas e acumulação de conquistas. Nessa linha, aliás, seguem os partidos da Internacional Socialista, é esse o caminho da social-democracia, de tantas conquistas históricas da classe trabalhadora. É possível que Romeu venha a concordar comigo nesse ponto. Se, neste início de debate, Romeu marcou pontos de divergência, eu quero marcar pontos de encontro (inclusive marcar um ponto de encontro para tomar uma cerveja). Convido-o a continuar o debate. E há mesmo entre nós, eu e Romeu, um fator de convergência superior a qualquer divergência: eu e ele somos cristãos. Comunguemos.
domingo, 22 de maio de 2016
O "moderno Príncipe", o "Pai Nosso" chavista, Nicolás Maduro "louco como uma cabra" e o lulopetismo no volume morto
Foi amplamente noticiado o diagnóstico de José Mujica, ex-presidente do Uruguai, sobre Nicolás Maduro, presidente da Venezuela: "Está louco como uma cabra". Só para relembrar: incomodado com algumas críticas na questão do referendo revogatório, Maduro havia acusado o uruguaio Luis Almagro, secretário-geral da OEA, de ser agente da CIA. Almagro também respondeu a Maduro, dizendo que se o governante venezuelano impedir o referendo revogatório será "mais um ditador". Pouco antes dessa quizila, Maduro havia acusado um "golpe de Estado" no Brasil.
O louco, como se sabe, afirma inverdades e nelas acredita. O mentiroso as afirma sem ser preciso que acredite. O mentiroso político mente por conveniência. No caso de Maduro, é possível que seja mentiroso e louco. Ou seja, talvez afirme algumas mentiras sem nelas acreditar e afirme outras acreditando dizer a verdade. O sucessor de Chávez conta suas conversas com o ídolo defunto; este em forma de "pajarito". Pois vejam que é mais fácil a conversa do "pajarito" ser verdade do que Almagro ser agente da CIA ou o processo de impeachment de Dilma ser um golpe.
Vejamos o caso do impeachment de Dilma. Se fosse golpe de verdade, como foram os golpes militares no Brasil e no Chile, Dilma deveria ter se exilado, como fez Jango, ou resistido de arma em punho, como fez Allende. Que nada! Dilma está no Palácio da Alvorada, curtindo as nababescas mordomias concedidas pelo governo "golpista".
A mentira deletéria, extrema, é loucura ou crime. Espantoso não é que o louco fale loucuras e que o criminoso diga mentiras; espantoso é que pessoas sãs acreditem em tais loucuras e mentiras. A esquerda chavista, autoproclamada bolivariana (insulto ao Libertador), tem usado a mentira como estratégia para chegar ao poder e permanecer no poder; e a mentira tornou-se seu modo de ser. Isso vem da herança bolchevista e nazifascista, onde a mentira conveniente termina por ser assimilada como verdade. As alucinações de Maduro não são propriamente pessoais, são antes institucionais, avalizadas pelo partido chavista, o PSUV. Vejam que esse partido criou um novo "Pai Nosso", que reza assim:
"Chávez nosso que estás no céu, na terra, no mar e em nós, os delegados. Santificado seja teu nome. Venha a nós teu legado para levá-lo aos povos daqui e de lá. Dai-nos hoje tua luz para que nos guie a cada dia e não nos deixes cair na tentação do capitalismo, mas livrai-nos da maldade da oligarquia, do crime do contrabando. Porque nossa é a pátria, pelos séculos e séculos. Amém. Viva Chávez"
No Brasil, o partido que melhor representa o chavismo é o PT, cujo ídolo é Lula. É possível que os lulopetistas venham a criar um novíssimo "Pai Nosso": "Lula nosso que estás no céu...etc". A maior escola de bajulação aos líderes foi imposta pelo tirano comunista Stálin na extinta URSS, já com toques de religiosidade. Todavia, o fervor totalitário chegou à sua mais alta expressão doutrinária pela mão de um comunista encarcerado, Antonio Gramsci, que de dentro do sofrimento das prisões fascistas na Itália de Mussolini escreveu os "Cadernos do Cárcere". Hoje em dia, no Brasil, Gramsci é a principal referência da esquerda marxista, que, em grande parte, compõe o lulopetismo. Eis a passagem mais conhecida da doutrina de Gramsci:
“O moderno Príncipe, desenvolvendo-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais e morais, uma vez que seu desenvolvimento significa de fato que todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio moderno Príncipe e serve ou para aumentar seu poder ou para opor-se a ele. O Príncipe toma o lugar, nas consciências, da divindade ou do imperativo categórico, torna-se a base de um laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a vida e de todas as relações de costume”.
O "moderno Príncipe", no caso de Gramsci, era o Partido Comunista Italiano. Em cada caso particular, será um tipo de partido comunista, com qualquer denominação, ao qual o fanatismo político conduzir a desditada pessoa. Geralmente, o domínio comunista termina por ser unipessoal; do líder, os demais fanáticos serão servos. Com propósitos de exorcismo, já citei inúmeras vezes essa alucinação infernal, esse tipo de oração diabólica de Gramsci, e me parece sempre claro que quem a ela se submete, quem se prostra no altar do "moderno Príncipe", mentirá como quem reza e será capaz de todos os crimes: "louco como uma cabra". Esse é o estágio atual não só de Nicolás Maduro, mas dos militantes que rezam o "Pai Nosso" chavista, dos fanáticos lulopetistas que aceitam qualquer ordem do Lula e que estão indo junto com o ídolo para as profundezas do volume morto.
O alerta de José Mujica sobre a loucura de Nicolás Maduro foi providencial, sendo de lamentar apenas que tenha relacionado as inocentes cabras com um cabra tão safado. Logo as cabras, bichos tão mansos, como celebrados no esplêndido "Soneto de Babilônia e Sertão", do grande Ariano Suassuna.
domingo, 15 de maio de 2016
"100 dias de esperança para Temer": o Povo deve voltar às ruas; pelo afastamento definitivo de Dilma e contra as ameaças e agressões da esquerda fascista-jararaca
Raimundo Lira, que conduziu a Comissão Especial de Impeachment do Senado - agora Comissão Processante - com prudência e sabedoria, propôs "100 dias de esperança para Temer". É da tradição o crédito de confiança de 100 dias para novos governantes, mas essa formulação de Lira, composta com a palavra da esperança, agradou-me particularmente. É bem o caso. A imensa maioria do povo brasileiro, que deseja se libertar da ditadura da corrupção, está conseguindo realizar seu objetivo não por um caminho ideal, mas pelo caminho possível dentro da legalidade democrática. Tendo o governo Dilma/PT afundado o país na maior crise da história da República, quis o destino que, novamente, fosse o PMDB a via partidária de salvação. Esperamos que não nos falhe, esperamos que volte a ser o MDB/PMDB Velho de Guerra que comandou a luta que nos libertou da ditadura militar. Michel Temer está presidente interino não porque escolhido por nós, que lutamos contra a ditadura da corrupção do PT, mas porque escolhido pelo PT para ser candidato a vice-presidente e eleito por 54 milhões de votos na chapa encabeçada por Dilma Rousseff. Temer está presidente por força de previsão constitucional, e é imperioso para a salvação nacional que se dê o afastamento definitivo da presidente Dilma, títere, fantoche, instrumento nefasto da República Paralela da Jararaca. Eis que grupos da esquerda jararaca, incentivados por audaciosos chefes jararacas, avançam pelas práticas fascistas da violência, interditando ruas e estradas com fogo, agredindo fisicamente equipes de jornalismo, gritando ameaças e martelando, ao estilo do nazista Goebbels, a mentira sem-vergonha do "golpe", golpe", "golpe"... Para essa mentira do "golpe", o PT encontrou algum apoio internacional: a ditadura de Cuba dos Castros e os bolivarianos, especialmente o regime fascista do podre Nicolás Maduro da Venezuela. Tal apoio já escancara o pendor totalitário da esquerda jararaca; mas cuidemos dos nossos assuntos soberanamente, sem dar muita trela para os Castros e os bolivarianos. Certamente, o PT e seus satélites jararacas têm todo o direito de fazer manifestações, de ir às ruas, de protestar. Porém, tocar fogo e espancar pessoas, isso, no Estado Democrático de Direito, não pode. Afastados do poder, em desespero, o PT e seus apaniguados se vão transmutando, pela prática da violência, em esquerda fascista. As ações violentas e ameaças incendiárias desses grupos visam intimidar e inibir os milhões de democratas que foram às ruas contra a corrupção e pelo impeachment. Não conseguirão. E eu acho que devemos voltar às ruas em grande estilo, massivamente: pelo impeachment (definitivo), contra a corrupção e contra a violência. Devemos voltar às ruas não para confrontar fisicamente os grupos da esquerda fascista, mas para confrontá-los numericamente, reafirmando o que tantas vezes, em tantas manifestações, já restou comprovado: nós outros, cidadãos pacíficos, defensores da liberdade e da democracia, somos a maioria. Aproveitando o momento, poderemos deixar patente a concessão de "100 dias de esperança para Temer". Acho mesmo que devam ser "200 dias de esperança": 100 para esse governo interino e mais 100 para o governo regular, após conclusão do processo de impeachment, com afastamento definitivo de Dilma Rousseff da Presidência. As instituições e a Constituição são a Democracia. Mas, sobretudo, o povo é a Democracia e o povo é o soberano. E o povo é sempre mais Povo e Soberano quando ocupa as ruas e as praças, que são suas. Viva o Brasil!
Washington Rocha - João Pessoa, 15/05/2016.
quarta-feira, 11 de maio de 2016
A Operação Capivara - promovida pelas Organizações Tabajara com Seu Creysson do Maranhão - e o fim da República da Jararaca
De hoje para amanhã, a República da Jararaca chegará ao fim. Se não chegar, será porque uma outra Operação Capivara terá conseguido adiar o desfecho por mais alguns dias; ou algumas horas. A República da Jararaca tem destacamentos avançados, formados por bandos de capivaras alopradas, que atuam em várias frentes: um destacamento é especializado em corromper parlamentares, outro em promover arruaças, outro em fazer chicanas..., etc. Em conjunto, esses destacamentos são conhecidos como Organizações Tabajara. A última Operação Capivara das Organizações Tabajara, que contou com a participação de um deputado do Maranhão chamado Seu Creysson, não durou um dia; durou somentemente umas dez horas. A República da Jararaca está morrendo, mas morre estrebuchando; e enquanto estrebucha e não é enterrada, enterra cada vez mais o país: desemprego, violência, corrupção, inflação, recessão, uma total esculhambação. Tem esculhambação nas ruas, com bloqueios violentos de avenidas e estradas, pneus queimados, agressões. Tem esculhambação no Palácio, com a presidenta Dona Creyssa fazendo comícios. No último comício, a plateia comemorou a artimanha manhosa de Seu Creysson do Maranhão. Como se viu, a alegria durou pouco; para Dona Creyssa, para os creyssistas e, principalmente, para Seu Creysson, ameaçado de perder o mandato de deputado. Coitado, dizem que, para fazer a besteira que fez, Seu Creysson foi seduzido por uma capivara gorda poderosa lá no Maranhão e por uma capivara do Planalto que Dona Creyssa chama de porquinho. Esse porquinho, aliás, já disse que vai continuar fazendo todo tipo de chicana para dar sobrevida ao desgoverno de Dona Creyssa. E esta pretende, quando afastada, montar um desgoverno paralelo; para sabotar o novo governo e infernizar a vida dos cidadãos. Para isso, vejam só, espera contar com facilidades concedidas pelo governo que pretende sabotar. Dona Creyssa quer até um avião para sair por aí, de canto em canto, incendiando o país. É muita astúcia de Dona Creyssa. Porém, para se fazer qualquer coisa na República da Jararaca é preciso ouvir o chefe Jararaca. E o chefe Jararaca está amuado, reclamando de Dona Creyssa, preocupado, com medo de ser preso. Tá difícil para os creyssistas, tá difícil para os jararacas.
segunda-feira, 9 de maio de 2016
A BELEZA AZUL DO LIVRO DA LIBERDADE - artigo de José Ricardo de Holanda Cavalcanti
O psiquiatra José Ricardo de Holanda Cavalcanti, que os amigos chamam de Zé Ricardo, é ativista político desde a juventude, nos "Anos de Chumbo", tendo travado as grandes lutas da Democracia. Destacou-se como líder sindical, tendo sido presidente do Sindicato dos Médicos da Paraíba e membro do Conselho Nacional de Medicina. Intelectual engajado - como se dizia antigamente -, Zé Ricardo é também um artista plástico de rara sensibilidade. Ele leu o nosso livro e nos enviou este comentário/artigo. Vejam que beleza:
A BELEZA AZUL DO LIVRO DA LIBERDADE
José Ricardo de Holanda Cavalcanti
O livro "Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia" impressionou-me por diversos modos. Sendo eu, nas horas vagas, artista plástico, fui desde logo conquistado pela beleza da capa, um trabalho de Magno Nicolau: uma coluna grega e a Estátua da Liberdade sobre fundo azul. Está aí definida a natureza do livro. Para a sua excelência, nos encaminha o vigoroso prefácio de Lucas Berlanza, que nos impõe "virar a página" e continuar a leitura. E nos deparamos com uma pérola, que é a "Pequena Ode à Liberdade", de Iremar Bronzeado. E não se pode mais parar a leitura; que, no entanto, não fiz de forma linear, mas alternando entre os ensaios e os artigos dos quatro autores. Ainda não concluí a leitura (o sacerdócio da medicina é exigente), mas já vou avançado. De Iremar, passei à, para mim comovente, entrevista de Catarina Rochamonte, feita por Lucas Berlanza. Comovente porque conheci Catarina ainda menina e porque também comungo daquela espiritualidade tão bem expressa pela jovem escritora. Os ensaios do meu amigo Washington Rocha, deixei para ler por último, e certamente os comentarei. Agora, quero me deter no perfil do Frei Caneca, traçado com maestria pelo Desembargador Manuel Alves da Rocha. Eis que, sendo eu admirador do herói e mártir da Confederação do Equador, tinha dele um conhecimento quase exclusivamente aurido em livros didáticos. No texto em tela, Frei Caneca revela-se numa dimensão bem maior do que comumente lhe é dada pelos professores de história em sala de aula. Seu pioneirismo no pensamento liberal brasileiro, sua flama libertária e ao mesmo tempo seu pendor constitucionalista. Destaque-se os comentários que o Desembargador Manuel faz à Constituição de 32 pontos de Frei Caneca, trazendo a força do liberalismo/libertarismo do revolucionário de 1817 para iluminar o momento nebuloso que o Brasil atravessa neste ano de 2016.
Gostaria de escrever mais; escrevo pouco porque tenho pouco tempo. E é preciso concluir a leitura. Vou me deitar na rede, ali na varanda, e virar mais uma página deste belo Livro Azul da Liberdade.
José Ricardo de Holanda Cavalcanti;
João Pessoa, 09 de maio de 2016.
quinta-feira, 5 de maio de 2016
Temer nem começou, e já começou mal
Na próxima semana, Dilma Rousseff será afastada provisoriamente da Presidência pelo Senado, em votação plenária, por maioria simples (metade mais um dos senadores presentes), com a admissibilidade do Processo de Impeachment. Favas contadas. No caso, favas de sobra; umas dez favas além do necessário. Imediatamente, assume o vice-presidente, Michel Temer, no qual se deposita a esperança da grande maioria dos brasileiros, infelicitados pelo desgoverno do PT. A esperança da minoria lulopetista é que, no novo governo, a desgraça seja ainda maior, para que a desgraça anterior possa voltar ao poder. E para ajudar esta desgraçada perspectiva, os lulopetistas prometem tocar o horror. Eis que, antes de assumir, Temer já vai dando uma mãozinha para as más intenções lulopetistas.
Mesmo sem ter começado sua Presidência, Temer está montando seu Ministério; e é preciso que faça isso, porque tem de começar a todo vapor, daqui a uma semana, para por a casa em ordem e recuperar o tempo perdido, jogado fora pelo desgoverno Dilma/PT. Porém, ai porém..., a montagem do novo governo vai se transformando em um comédia de erros. Temer vai e volta em seus anúncios. Iria cortar muitos ministérios; agora, dá a entender que irá cortar uns poucos, bem poucos. Nomes para o Ministério e outros altos cargos são anunciados e desanunciados. Uns bons, outros ruins. Antonio de Oliveira Mariz, por exemplo, que assinou manifesto contra a Operação Lava Jato, foi anunciado para o Ministério da Justiça: péssima ideia. A reação foi grande e Mariz foi desanunciado. Mas agora volta a ser cogitado, para o Ministério da Defesa. E em substituição a um nome excelente - anteriormente anunciado e agora, automaticamente, desanunciado - que é o do deputado Raul Jungmann. O médico Raul Cutait, outro excelente nome, foi anunciado para o Ministério da Saúde e desanunciado por pressões partidárias fisiológicas. Assim fica difícil.
Em uma manifestação contra o impeachment, uma mulher apelou a Dilma em um cartaz que achei inteligente, muito bem humorado, uma graça: "FICA DILMA, MAS MELHORE, MULHER!". Dilma não melhorou; deu no que está dando. Eu, que fiz campanha pelo impeachment - e continuo fazendo -, peço emprestada a fórmula da minha inteligente e bem humorada adversária para compor o seguinte apelo: "ASSUMA TEMER, MAS TOME TENTO, CABRA!".
domingo, 1 de maio de 2016
"Macarthismo tropical" e outras violências da corrupção lulopetista: cuspe, escracho, ameaças, sabotagem...
Uma pessoa minha amiga, arguta observadora da crise em que o governo do PT afundou o Brasil, recomendou-me o artigo "Macarthismo tropical" de Fernando Schüler. Fui ver. Com o brilhantismo costumeiro, o articulista trata da sórdida tentativa de interdição intelectual, de censura à palavra do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Como noticiado, FHC foi convidado para debater com seu colega Ricardo Lagos, ex-presidente do Chile, no Congresso da Latin American Studies Association (Lasa), no final de maio em Nova York. Como também noticiado, um grupo de professores e intelectuais do entorno lulopetista tomou a iniciativa de enviar uma carta à Lasa difamando o ex-presidente brasileiro e solicitando que o mesmo fosse desconvidado. É algo tão estúpido que custa crer. Schüler considera que a coisa é de um ridículo sem limites e, com inteira propriedade, chama a iniciativa infeliz de "Macarthismo tropical". Estendo a recomendação que me foi feita para leitura do excelente Fernando Schüler e passo a outras violências da corrupção lulopetista; antes, porém, um curto comentário: não é apenas no ridículo que o lulopetismo não tem limites.
A corrupção lulopetista não deve ser entendida apenas no sentido estrito da corrupção do dinheiro, propina. Como se fosse um "moderno Príncipe", o lulopetismo corrompeu "todas as relações de costume". Vejam que o mais novo argumento dos lulopetistas no debate político é o cuspe. Essa prática nojenta faz parte do escracho, que é um ritual de humilhação pública, um tipo de violência contra opositores historicamente usado por bolchevistas e fascistas. Os rituais de humilhação pública serão tão mais vastos e violentos quanto maior for o poder de quem humilha.
Parêntese: recomendo o excelente artigo "Respeito ao contraditório", do empresário e jornalista Roberto Cavalcanti, que trata dessa novidade do cuspe argumentativo, inclusive revelando que essa violência sebosa está chegando em João Pessoa, com o "Movimento Eu Cuspo Sim".
Caminhando para o fim de um poder de 13 anos, no desespero, o lulopetismo, na sua fase jararaca, vai abandonando qualquer verniz de civilidade democrática e parte para ameaças de violência, prometendo sabotar o futuro governo, sem qualquer preocupação de trazer maiores desgraças ao povo brasileiro. O PT pretendia um poder prolongado, algo como o "Reich de Mil Anos" pretendido pelos nazistas. Não deu certo para os nazistas e não está dando certo para os petistas; então, a frustração é imensa, o que os torna muito perigosos. Movimentos apelegados pelo PT já interditam estradas com fogo; e intentam levar o fogo da violência além, numa rota de destruição.
Resumindo: prestes a ser afastado do poder, o lulopetismo reage pela via de práticas fascistas - radicalizando algumas que já usava e avançando por outras - e se vai tornando naquilo que pratica.