Blog Rocha 100
“No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.
segunda-feira, 23 de julho de 2012
A Carta de Glauce Burity e um possível gesto de grandeza da família Cunha Lima
Eis que a família do ex-governador Tarcísio Burity guarda, já de há tempo, justa expectativa em relação a essa homenagem; porquanto o Centro de Convenções é a coroa de um projeto - Projeto Costa do Sol - concebido e iniciado por Tarcísio Burity, ... e abandonado por Ronaldo Cunha Lima.
Que se tire tal homenagem de Burity e se a dê a Ronaldo, é injusto com Burity e deselegante com Ronaldo. Ora, tendo Ronaldo Cunha Lima realizado tantas obras - quer pela competência de administrador quer pela genialidade de poeta -, por que homenageá-lo em uma obra para a qual não concorreu e até menoscabou?
Até agora, o anúncio da possível homenagem a Ronaldo só trouxe discórdia. Alguns comentaristas já reclamam da politização e partidarização da homenagem; mas esses mesmo que reclamam, sutilmente, tomam partido. Eu estou sendo abertamente partidário. No caso, tomo partido em relação à Carta Aberta que a Professora Glauce Burity faz circular, defendendo que o Centro de Convenções receba o nome de Tarcísio Burity: assino embaixo.
É inevitável que a polêmica do presente carregue a memória para as aflições do passado, levando a que se faça comparação entre a injustiça menor de hoje com a injúria maior de ontem. Ronaldo atirou em Burity, tentou matá-lo. Esse ato de insanidade pode ser, de alguma forma, redimido, mas não pode não ter existido - como pretendem alguns admiradores de Ronaldo -, e virá à tona sempre que lhe derem ocasião, como agora, quando uma homenagem a um parece mais uma provocação ao outro.
No passado também estão os gestos: no leito do hospital, convicto da morte, Tarcísio Burity perdoou Ronaldo e pediu aos filhos que não procurassem vingança. Foi um gesto imenso. Talvez pudesse ser hoje correspondido com um gesto de mínima elegância, mas, talvez, de grande efeito: a família Cunha Lima poderia abdicar da homenagem em questão. Certamente, sabe sua família que a grandeza de Ronaldo é de molde a lhe proporcionar futuras homenagens. Ademais, se fizesse isso, a família estaria atendendo à vontade do próprio Ronaldo. Não convivi com Ronaldo, mas muitos dos que conviveram dizem que era um homem bom. Acredito, pois, embora raro, acontece de pessoas boas cometerem atos de tresloucada violência; e aí está a literatura do gênio Dostoiévski que demonstra tal fenômeno.
Espero esse gesto da família Cunha Lima. Arrima-se essa minha esperança na opinião e convicção de um amigo de Ronaldo, e seu bastante admirador, o jornalista Tião Lucena, que, lá no seu Blog campeão de audiência (5 milhões de visitas - ai que inveja tem, o Blog Rocha 100!) afirmou: "Caso pudesse opinar nesse assunto do nome que se quer dar ao Centro de Convenções de João Pessoa, o poeta Ronaldo Cunha Lima declinaria da homenagem em favor do seu ex-desafeto Tarcísio Burity".
Tarcísio Burity também foi um homem bom. Com ele, se não cheguei a conviver, tive alguma aproximação. A família desse homem bom não merece ser submetida a constrangimento, depois de ter passado por tanto sofrimento.
Não apenas político e administrador, Burity foi ainda um erudito, conhecedor profundo e amante das artes, especialmente da música, tendo chegado a compor belas peças. Eminente professor de Direito, brilhou na Filosofia Jurídica. Porém, de tudo em que foi grande e notável, o mais significativo, a meu sentir, foi aquele gesto de perdão; que não se há de esquecer.
Até como caminho de pacificação, espera-se o gesto da família Cunha Lima, declinando da homenagem em favor de quem mais a merece. Nomeie-se a obra com o nome de quem a idealizou:
CENTRO DE CONVENÇÕES TARCÍSIO DE MIRANDA BURITY
Assino embaixo também.
ResponderExcluirBurity merece esta Homenagem, Ronaldo poderá ter outras.
ResponderExcluirCENTRO DE CONVENÇÕES
ResponderExcluirTARCÍSIO DE MIRANDA BURITY
Esta Homenagem deve ir para Tarcísio Burity, depois a gente ergue um busto para o poeta Ronaldo.
ResponderExcluirOS DOIS JÁ ESTÃO DO OUTRO LADO E GARANTO QUE, PELA ELEVAÇÃO DE SUA ALMAS, O QUE MAIS IMPORTA É A PAZ.
ResponderExcluirQUE O CORAÇÃO DOS QUE AQUI, AINDA ESTÃO, FALE MAIS ALTO.
HISTÓRIA É HISTÓRIA, E, É IMPLACÁVEL. QUE AS GERAÇÕES FUTURAS TENHAM UM EXEMPLO DE GRANDEZA DOS CUNHA LIMA.
CONHECI E SOU GRATA AOS DOIS:RONALDO E TARCÍSIO BURITY PELA AMIZADE E DIVULGAÇÃO DE MINHA POESIA.
MUITO AMOR E LUZ PARA ELES!
TEREZINHA FIALHO