por Washington Rocha
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Vocês lembram que o então bispo auxiliar de Aparecida, Dom Darci Nicioli, pediu aos fiéis que pedissem a graça de pisar a cabeça da serpente jararaca. Logo depois, Dom Darci seria elevado pelo Papa Francisco, sendo nomeado Arcebispo de Diamantina. Foi um bom sinal. Os fiéis atenderam ao pedido do homem de Deus e foram atendidos em suas preces: em 13/03, um domingo radioso, milhões de fiéis da democracia foram às ruas, por todo o país, e pisaram a cabeça da jararaca. Todavia, caberá à Justiça do Estado Democrático de Direito imobilizar o bicho peçonhento.
Na maior manifestação da história da democracia brasileira, muitas serpentes foram pisadas: a corrupção, a impunidade, o autoritarismo, o fisiologismo, o cinismo, etc. Também a cobra de duas cabeças presidente da República, súdita da jararaca, foi pisada. Nesse caso, caberá ao Congresso Nacional o pisão final do impeachment.
Com a imensa demonstração de força da democracia, as legiões de fanáticos da jararaca ficaram um tanto perdidas, mas preparam reação, inclusive uma manifestação nacional em contraposição à manifestação contra a corrupção e pelo impeachment; o que, aliás, é um direito que lhes assiste e um exercício salutar para a democracia. Será possível, inclusive, comparar as duas manifestações para saber quem tem consigo a maioria do povo brasileiro.
Tanto quanto o chefe Jararaca, os fanáticos jararacas estão desdentados; quer dizer, desacreditados. Porém, se estão com as presas quebradas, sobram-lhes o ânimo do desespero e o veneno da mentira. Mesmo com a democracia se pronunciando nas ruas, através de milhões de cidadãos, os jararacas continuarão a dizer que se trata de "golpismo". São tão estúpidos os jararacas que não entendem uma obviedade política: se milhões de cidadãos vão às ruas para derrubar um governo, qualquer governo, não pode ser golpismo; poderá ser uma revolução.
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