A indigência intelectual da esquerda mortadela e a resposta fulminante do senador Cristovam Buarque

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A esquerda é muito dividida, tem pra todo gosto e desgosto. No Brasil, a novidade é a esquerda mortadela, unida na defesa dos corruptos do PT e contra as Instituições democráticas; especialmente furiosa contra a Operação Lava Jato e o juiz Sergio Moro. O lema dessa esquerda oportunista é este: "É Golpe!". De imediato, tal lema se refere ao impeachment da presidente Dilma. Porém, vai-se percebendo que tem uma dimensão maior: "golpe" é tudo que contraria os interesses da Aliança Mortadela. Dito de outra forma: a democracia só será democracia se for conforme à doutrina mortadela; as instituições só serão respeitadas se estiverem devidamente aparelhadas e agirem conforme os propósitos dos mortadelas; as leis só serão acatadas enquanto não atingirem os chefes mortadelas, muito especialmente o chefe maior mortadela Lula da Silva.

A indigência intelectual da esquerda mortadela não tem conseguido criar nada melhor do que o discurso estúpido e mentiroso do "golpe". Às vezes tenta. Depois que o chefe maior mortadela recorreu à ONU contra a Justiça brasileira, uma coleção de advogados, procuradores e professores mortadelas aprontaram um documento defendendo a iniciativa. Resultou num troço tão besta que nem dá para acreditar. Vá lá um trecho (disponível na íntegra no site do PT):

"Por quê Lula? Porque ele é filho da miséria; porque ele é nordestino; porque ele não tem curso superior; porque ele foi sindicalista; porque foi torneiro mecânico; porque é fundador do PT; porque bebe cachaça; porque fez um governo preferencialmente para as classes mais baixas e vulneráveis; porque retirou da invisibilidade milhões de brasileiros etc.".  

Lula, como se sabe, é suspeito de práticas de corrupção em vários casos e está sendo investigado pelo Ministério Público e Polícia Federal, sendo já réu em um processo. Mas os juristas mortadelas sequer cogitam que isso tenha algo a ver com mensalão, petrolão, tráfico de influência, ocultação de patrimônio, lavagem de dinheiro, obstrução da Justiça. Seria tudo cruel perseguição das elites por ser Lula um nordestino que nasceu pobre, foi operário e bebe cachaça. Tem como comentar uma cretinice dessas? A Operação Lava Jato investiga, já conduziu coercitivamente e já prendeu vários patrões, gente que não nasceu pobre no Nordeste nem bebe cachaça. Lula já deixou de ser pobre faz tempo; e, se continua a beber cachaça, aprecia também os vinhos finos e o convívio com seus amigos da elite burguesa. Já no processo do mensalão foram condenados tanto sindicalistas petistas quanto banqueiros. A indigência intelectual da esquerda mortadela desdenha dos fatos e pressupõe completa obtusidade do público. Ou talvez dirija seu discurso palerma exclusivamente ao público mortadela mais apalermado.

Nem toda esquerda é maléfico desgosto. Para meu gosto tem a social-democracia, o trabalhismo, o liberal-socialismo teorizado por Norberto Bobbio...; muitas versões do que considero, em conjunto, a esquerda democrática. Pois, um representante da esquerda democrática, o senador Cristovam Buarque - na sessão da Comissão de Impeachment de 04/08/2016, que aprovou a pronúncia da presidente Dilma por crime de responsabilidade -, em uma fala brilhante, fulminou o discurso calhorda do "golpe". Foi uma réplica ao senador petista Humberto Costa, mas que pode ser estendida a todos os mortadelas. Essa fala do senador Cristovam, amplamente divulgada, está disponível em vídeo em vários sites. Vale a pena ver de novo. Dentre outras contundências, dá um chute na tentativa imbecil dos mortadelas de ameaçar quem apoia o impeachment de Dilma com o julgamento da história; ameaça de que serão chamados "golpistas". O julgamento da história depende de quem julga. Os chefes bolchevistas genocidas, por exemplo, que no século XX comandaram o extermínio de muitos milhões de pessoas, são julgados por muitos mortadelas como faróis da humanidade.

Vejam este trecho da intrépida fala de Cristovam Buarque:

"Não sou golpista, como o Senado não é um quartel. Agora não sou covarde para, com medo desse nome, decidir o meu voto por um lado que não traga esse nome. Apesar de tudo, o que a gente tem que fazer aqui é votar pelo País".

O futuro, como se diz, "a Deus pertence". Creio, entretanto, que os que hoje apoiam o impeachment da presidente Dilma, terão, por parte da grande maioria do povo brasileiro, um julgamento ainda mais favorável do que aqueles que apoiaram o impeachment do presidente Collor; porquanto os delitos praticados por Collor e seu grupo no poder, ainda que graves, o foram bem menos que as enormidades praticadas por Dilma e seu grupo no poder.

Nem será preciso aguardar o futuro distante para se fazer julgamento. O condomínio lulopetista, com seu autoritarismo, corrupção, apoio ao regime fascista de Nicolás Maduro, opção preferencial por ditaduras, compulsão pela mentira; essa esquerda mortadela já nasceu podre e vai para o lixo.