Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Singela Homenagem a Wellington Aguiar, com nota biográfica do Blog Cultura Popular e um artigo de Carlos Aranha

Querendo fazer uma singela homenagem ao intelectual Wellington Aguiar, um dos grandes historiadores da Paraíba e do Brasil, lançamos mão de uma nota biográfica do excelente Blog Cultura Popular (culturapopular2.blogspot.com.br) e de um primoroso artigo de Carlos Aranha. É também um incentivo: quem ainda não leu, procure e leia os livros de Wellington



Singela Homenagem

 

Wellington Aguiar formou-se em Direito pela Faculdade Nacional do Rio de Janeiro e em Filosofia pela Universidade Federal da Paraíba, foi promotor de Justiça, procurador do Tribunal de Contas, professor aposentado da UFPB, foi presidente da Academia Paraibana de Letras e membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. É autor de oito livros, entre eles “Cidade de João Pessoa – A Memória do Tempo”, “João Pessoa, o Reformador”, “A Velha Paraíba nas Páginas de Jornais”, “Um Radical Republicano”, “O Passageiro do Dia”, todos sobre a história da Paraíba e de João Pessoa. Durante anos publicou suas crônicas nos principais jornais de João Pessoa. Participou de inúmeras antologias sobre a história da Paraíba. Fez, para o Governo do Estado, a atualização ortográfica do livro “A Paraíba e seus Problemas”, de José Américo de Almeida.

Fonte: culturapopular2.blogspot.com.br


Wellington Aguiar e a memória

Por Carlos Aranha



Para muitos o melhor livro de Wellington Aguiar - membro da Academia Paraibana de Letras, que morreu no último dia 6 - é seu primeiro, “O passageiro do dia”, lançado em 1977. Tanto que sobre ele comentou José Américo de Almeida: “Wellington Aguiar ainda forma na linha pela vivacidade, pela capacidade de observação e pelo estilo. ‘O passageiro do dia’ vale como comentário e como modelo de arte literária”. Por conta da mesma obra, o jornalista Natanael Alves afirmou que seu autor “tem o direito de embarcar, merecidamente, entre os que contam História como se só crônicas fizessem”. 

Hoje prefiro referir-me, no entanto, ao “A velha Paraíba nas páginas de jornais”, de 1999, autografado por ele com carinho devido a real amizade que tinha a mim e meu irmão, Fernando, com quem estudou Direito. Segundo seu prefaciador, José Octávio de Arruda Mello, “repleto de cotidiano e imaginário de cidade (...), este é um livro de História Social e Nova História”. 
Eu e Wellington tivemos divergências relativas apenas à questão do nome da cidade em que ambos nascemos: ele, pela manutenção de João Pessoa; eu, pelo retorno 
ao nome de Paraíba ou a mudança para Cabo Branco. No mais, sempre fomos confluentes, inclusive nas questões internas da Academia Paraibana de Letras (foi um dos que votaram em mim para ocupação da Cadeira de nº 29). Sempre que necessário, consulto “A velha Paraíba nas páginas de jornais”, para o qual Wellington fez um extraordinário trabalho de pesquisa em 16 jornais que foram editados na Capital e seis no Interior. Não somente por questões políticas, preferidas por docentes de universidades. Também por suas transcrições em torno de recreação, lazer e cultura. Seu livro informa o que bem poucos sabem: que em 1934 já funcionava em João Pessoa uma emissora chamada Rádio Clube da Paraíba. Foi inaugurada três anos antes da Tabajara, cujas transmissões começaram em 25 de janeiro de 1937, no governo de Argemiro de Figueiredo. Com “A velha Paraíba nas páginas de jornais”, Wellington Aguiar deixou um admirável trabalho para preservação de nossa memória.












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