Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Tal como o Arcebispo Becket, o Ministro Lewandowski foi um ingrato

Acabou de acabar a sessão do STF de 22/08, em que o ministro Ricardo Lewandowski iniciou a leitura do seu voto no julgamento do mensalão. Os defensores dos mensaleiros, especialmente petistas e lulistas, depositavam suas maiores esperanças nesse voto; afinal de contas, seria uma ingratidão que o ministro votasse contra o mais obsessivo interesse de quem o indicou para o cargo; além do mais, um amigo. Pois, o ministro-revisor seguiu na trilha de ingratidão do ministro revisor, com um voto tão duro quanto consistente. Lewandowski guardou o sentimento de gratidão no recato da sua intimidade e fez o que é do seu dever: julgar com isenção. Honrou o cargo.

Thomas Becket, o maior dos ingratos, como registrado no post anterior, morreu pelas mãos dos fanáticos do rei para se manter fiel aos deveres do cargo. Ganhou a canonização.

Não será o caso que os ministros do STF, por honrarem o cargo, venham a ser martirizado por fanáticos, nem que ganhem os galardões da santidade. Todavia, haverão de ganhar o respeito público, o reconhecimento da Nação. Estará de bom tamanho.

Não pretendo que a isenção dos ministros só estará patente ser houver condenações. As absolvições serão bem-vindas, desde que fundamentadas em votos consistentes, lógicos, convincentes; como, por exemplo, está ocorrendo em relação ao réu Luís Gushiken.

Era de se esperar aquele vendaval de argumentos furados (exemplo: Pizzolato não sabia o que tinha no pacote mandado buscar por ele e recebido por ele no apartamento dele; entregou o pacote a uma pessoa do PT que não conhecia e que não se identificou; etc e tal e mais bobagens) da defesa, que tem a obrigação de defender até o indefensável; mas seria (e será) insuportável no voto de um juiz.

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