Blog Rocha 100
“No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Julgamento do mensalão - discordando de Walter Santos: a montanha ainda não pariu
Em artigos no portal WSCOM, Walter tem considerado que não há provas para condenação dos réus. Vários outros jornalistas simpáticos ao PT sustentam essa posição. Também, políticos petistas e simpatizantes do PT sustentam a tese da falta de provas; alguns chegam a afirmar que o mensalão nunca existiu. Pois, é sobre isso que os ministros do STF estão debruçados. Deles virá o julgamento. Como Walter, formei convicção sobre o escândalo do mensalão, mas em sentido oposto. Entendo que o mensalão existiu, que José Dirceu foi o chefe da "sofisticada organização criminosa" (expressão usado pelo Ministério Público Federal), que corrompeu parlamentares, que foi um atentado à democracia, que roubaram com força, que se locupletaram e que há robustas provas para a condenação dos réus; se não de todos, pelo menos dos cabeças. Porém, por mais convicto que esteja, considero que os Senhores Ministros do STF estão em melhores condições do que eu para fazer o julgamento; além do que, é esta a função deles. Não lhes levanto nenhuma suspeição. Se julgarem contra meu entendimento não haverei de dizer que o fizeram por motivações menores. Já Walter Santos, no caso de uma sentença que contrarie sua já formada convicção, não se mostra tão pacato quanto eu. Vejam estas frases, tiradas de artigo publicado no WSCOM em 09/08/2012:
"...: ou punem os acusados por formação de quadrilha - isto é, sem provas nenhuma anexas ao processo - e satisfazem certos setores da sociedade brasileira tomada de vontade de escárnio contra o PT";
"Do contrário é se curvar ao interesse político segmentado, de setores localizados...".
Esse "do contrário", significa contrário à absolvição defendida por Walter.
Não tem lógica essa presunção de pusilanimidade dos ministros do STF. O histórico do STF não permite. E se houvesse o STF de se curvar a algum segmento político localizado, seria mais lógico que se curvasse ao segmento político localizado no poder, no Governo; ou seja, o PT.
Ou, porque haveria o STF de satisfazer setores minoritários da sociedade tomados de "vontade de escárnio contra o PT"? Se há na sociedade brasileira setores que hostilizam o PT, haverá setores mais amplos que prezam o PT, com especial culto ao líder petista maior Lula da Silva (aí estão as pesquisas para comprovar o que digo). Seria mais lógico suspeitar que a absolvição, se ocorrer, será feita para satisfazer setores tomados de vontade de louvação a favor do PT.
Por fim, comento o que está indicado no título deste post. Walter Santos diz do mensalão que, transformado no "maior escândalo", no julgamento, ao "primeiro espremido a montanha pariu um rato".
Ora, a montanha ainda não pariu; está em gestação. O parto se dará pela intervenção cirúrgica dos votos dos ministros-obstetras. Penso que a montanha haverá de parir não apenas um, mas vários ratos. E espero que os ratos,uma vez paridos, sejam imediatamente conduzidos à prisão.
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