Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Conexão Master: a diplomacia de Nonato Bandeira e as twitadas filosóficas do prefeito Agra

Nonato Bandeira foi o entrevistado do programa Conexão Master (TV Master) nesta segunda-feira, 9 de abril. Antes de falar da sua performance, devemos considerar que a bancada do programa comandado por Alex Filho é mais ou menos como o ministério da presidente Dilma: tem tanta gente que não dá pra lembrar de todos. E todos falam muito, menos o entrevistado, que fala só um tiquinho, quando lhe dão uma brechinha. O brilhante apresentador Alex Filho, naturalmente, brilha. Brilham também, costumeiramente, Gilvan Feire, o Padre Albeni e Heraldo Nóbrega. O entrevistado, coitado, seja quem for, jaz ofuscado.
Voltando ao programa de ontem, diremos que Nonato se saiu bem. Não que tenha empolgado, mesmo porque a empolgação não faz seu estilo. Foi cordato, hábil, diplomático. Chegou a ser de grande elegância quando o assunto foi o impedimento da candidatura de Zé Maranhão, devido à rejeição das contas de campanha do ex-governador. Nonato disse não acreditar que tal decisão vá prevalecer e que seria injusto cassar os direitos políticos de um cidadão por motivo de detalhes técnicos de uma prestação de contas mal feita.
No assunto principal, sua candidatura a prefeito, Nonato teve apenas um tempinho para confirmar sua corajosa decisão de levar a candidatura até o fim. Mas o incontido rebelde não conteve o girassol dentro de si e fez juras de amizade ao governado Ricardo Coutinho. Chegou a dizer que não era "contra" a candidata do governador, mas a favor da cidade, etc. Isso é bacana, mas não cola. Qualquer candidato tem de ser contra todos os concorrentes. As chances de Nonato se eleger são próximas de zero, daí que sua atitude de renunciar às benesses do poder seja tão apreciada. A rebeldia, no entanto, se não tem o condão de o eleger, poderia trazer-lhe uma quantidade de votos capaz de robustecê-lo politicamente, torná-lo uma bandeira para lutas vindouras. Porém, se a sua rebeldia for uma rebeldia mansa e comportada não irá atrair um único voto do público rebelde, que não gosta de mansidão nem de bom comportamento. Já a elegância de Nonato com Ricardo não haverá de trazer nenhum voto dos girassóis deslumbrados e obedientes que fazem tudo que o girassol-rei manda fazer: votarão em Estela, graciosa flor. De onde, então, viriam os votos de Nonato Bandeira? Essas dúvidas foram, aliás, levantadas, com pertinácia, por Gilvan Freire; sem que fossem respondidas.
Estando a entrevista de Nonato um tanto morna, o programa ganhou vigor com seguidas twitadas do prefeito Luciano Agra. Foram cinco. Nelas o prefeito levantou a bola de Nonato, transparecendo mágoa com a candidatura de Estela, que ele, Agra, por obediência ao chefe-girassol, diz apoiar. Também voltou a citar o filósofo Nietzsche, inclusive este brado poderoso: "O que não me mata, torna-me mais forte". Bem, eu mesmo considerei, em post anterior, a morte política de Agra. Quem o humilhou, sobre ele tripudiou e, politicamente, o matou, foi Ricardo Coutinho. Se Agra, usando Nietzsche, diz que não morreu, resta provar.
O arguto Heraldo Nóbrega matou a charada ao dizer que o prefeito Agra vai para Estelizabel assim como o bode vai pra dentro d'água; mais vai. Não disse assim com estas palavras, mas por forma rebuscada e castiça; porquanto Heraldo domina com maestria a "última flor do Láscio", abominando quaisquer vulgaridades vernáculas.
De qualquer forma, fica explicado de onde poderão vir os poucos votos que Nonato deve ter: não da rebeldia aberta e clara, mas da mágoa recôndita.

Um comentário:

  1. Nonato Bandeira disse no Programa Polêmica Paraíba que jamais o verão trabalhar para ser vice do PSB. Ou Prefeito ou nada.Quem viver, verá... E Agra não sabe o que quer, o que faz,não sabe nem quem é...Técnico?Político? Chorão?Pétala murcha do girassol?

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