Já escrevi, em "eltheatro.com" (o melhor site de cultura do Brasil), um artigo longo sobre este troço que se chama "politicamente correto". Lá, indico-lhe o aspecto positivo e o aspecto funesto; por aqui, tenho focado mais o aspecto ridículo (por exemplo: "atirei o pau no gato-to-to", não pode; tem de ser "não atire o pau no gato-to-to"). A mais recente expressão desse ridículo foi uma nota de repúdio a Nelson Jobim assinada pela senadora Ângela Portela e pela deputada federal Janete Pietá, ambas do PT, onde o ex-ministro chega a ser, veladamente, ameaçado com a Lei Maria da Penha, por suposta agressão às ministras Ideli Salvatti e Gleisi Hoffmann. A excelente Lei Maria da Penha, de proteção às mulheres - que eu, como mulherista fanático, cultuo particularmente - é, em parte, produto da agenda "politicamente correta" e lhe revela o aspecto positivo, mas, no caso, foi invocada na linha do exagero demagógico que se tornou a expressão maior do "politicamente correto", revelando-lhe, mais uma vez, o aspecto ridículo. Na tal nota se diz que Jobim atacou as ministras "de forma machista e preconceituosa" num ato de "violência psicológica e moral"; que os termos usados por Jobim em relação às ministras "demonstram profunda violência a todas as mulheres". Tudo isso porque Jobim disse que Ideli "é fraquinha" e que Gleisi "não conhece Brasília". A nota das ilustres parlamentares está sendo devidamente ridicularizada nos blogs que antipatizam com o "politicamente correto", gerando comentários "politicamente incorretos". No blog "Coturno Noturno", li um comentário machista, incorretíssimo; mas tão engraçado que não posso deixar passar, mesmo correndo o risco de ser enquadrado na Lei por alguma leitora "politicamente correta". Eis o que o comentarista, anônimo, recomenda à senadora Ângela e e à deputada Janete: "Uma TERAPIA: ter a pia cheia de louça pra lavar". Enfim, se Nelson Jobim chegar a ser enquadrado na Lei Maria da Penha por ter chamado uma mulher de "fraquinha", imaginem o que acontecerá com quem chame uma mulher feia de "jaburu", ou chame a sogra de "cascavel", ou chame a esposa de "Dona Encrenca". Se a "ditadura do politicamente correto" for implantada no Brasil, eu me mudo para a Coréia do Norte, para viver sob a "ditadura do proletariado", que é mais suave.
Excelente artigo. Eu considero as palavras de Nelsom Jobim fora de tempo,até falta de educação, se quiserem, mas "violência psicológica e moral"?Coisa de quem não tem o que fazer! Esta senadora e esta deputada deveriam se preocupar com a real violência moral que boa parte dos seus companheiros de partido praticam para com os honestos cidadãos brasileiros.Aliás, considero Ideli fraquinha mesmo enquanto Ministra; existem quadros melhores.Politicamente correto é o Congresso trabalhar de verdade, o governo priorizar educação e saúde,a justiça prender ladrões do dinheiro público...
ResponderExcluirVocê discorre muito bem sobre essa chatice que é o tal do "politicamente correto", e quando exageram na dose, igual fizeram esta deputada e a senadora,dá ainda mais vontade de ser politicamente incorreto. Quanto a Jobim,foi só mal educado,mesmo.Será que podemos dizer que alguém é mal educado? Ou serei punida? Ou contra os homens pode-se dizer tudo?kkkkkkkk Gelza
ResponderExcluirOdeio politicamente correto. A verdade deve ser dita doa a quem doer.Onde já se viu "político correto"? Politico é incorreto até quando está dormindo.
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