Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Os ateus e o velho Alexis

Os ateus andam animados com previsões sobre "o fim da religião". As besteiras que eles falam contra a Eternidade são velhas de cabelos brancos, mais brancos do que os cabelos da imagem que os pintores fizeram de "Deus Pai". Já me ocupei do ateísmo. Enfastiei, mas emito uma opinião bem resumida: acho o ateísmo a maior cretinice já produzida pela inteligência humana. O meu velho amigo de ideais, o grande e nunca assaz recomendado Alexis de Tocqueville, já expressava esse meu singelo entendimento com profundidade e vigor:

"Jamais o curto espaço de sessenta anos poderá encerrar toda a imaginação do homem; as alegrias incompletas deste mundo jamais serão bastantes ao seu coração. O homem, entre todos os seres, é o único que mostra um natural desgosto pela existência e um desejo imenso de existir: despreza a vida e teme o nada. Esses diferentes instintos constantemente impelem sua alma para a contemplação de outro mundo, e é a religião que o conduz a ele. A religião não é, pois, senão uma forma particular da esperança, e é tão natural ao coração humano como a própria esperança. É por uma espécie de aberração da inteligência, e auxiliados por uma espécie de violência moral exercida sobre sua própria natureza, que os homens se afastam das crenças religiosas; um pendor invencível os conduz a elas. A incredulidade é um acidente; somente a fé é o estado permanente da humanidade".

Nenhum comentário:

Postar um comentário