Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Dos tempos de chumbo aos tempos do diálogo

No debate de sexta-feira, 26/08, em O Sebo Cultural, focado no tema da revisão ou não da Lei da Anistia, o significado histórico dos "anos de chumbo" foi apenas aflorado. Não seria interessante que fosse aprofundado? Heriberto Coelho poderia comandar a iniciativa. Os participantes mais velhos do debate viveram os "anos de chumbo", os mais jovens, certamente, já leram e refletiram, pois, sobre o tema, há extensa literatura. Hoje é possível dialogar sobre idéias que naqueles tempo explodiram em violência: democracia, liberalismo, socialismo, comunismo, ditadura militar, ditadura do proletariado, liberdade, igualdade, marxismo, leninismo, stalinismo, trotskismo, maoísmo, castrismo, etc. No clima vibrante do debate de sexta-feira, alguns enunciados não se concluíram, frases ficaram suspensas. Helena Uema fez um enunciado, tão rápido quanto instigante, dizendo, pelo que entendi, que no Brasil, teríamos construído o Estado Democrático de Direito, mas não a democracia: merece desenvolvimento. Alexandre Guedes lançou mão do iluminista Voltaire, mas Voltaire é um dos pais do liberalismo: Alexandre Guedes defende a Democracia liberal? Quando igualei a "ditadura do proletariado" a todas as outras ditaduras (tudo ditadura de merda), percebi reações inconformadas; pergunto-me: há ainda quem, sinceramente, defenda a tenebrosa mistificação da ditadura proletária? Enfim, daqueles jardins do passado, regados com sangue, podemos colher flores vivas para enfeitar as avenidas do amanhã. Os debatedores do dia 26 foram, a meu ver, excelentes. A Mesa foi apenas um detalhe, o melhor debate foi o que se estendeu pelas mesas do bar. Vou citar todos que compareceram, mas não agora, pois já me alonguei demasiadamente. Quero antes convidar algumas pessoas que não compareceram e que foram protagonistas daqueles tempos de grandes lutas: Ivaldo Gomes, Iremar Bronzeado, Lourdes Bandeira, Isa Arroxelas, Antonio Augusto Arroxelas, Silvino Spínola, Walter Aguiar, Carlos Alberto Dantas, Sérgio Botelho, Martinho Moreira Franco, Waldemar José Solha, Anísio Maia, Luis Couto, Davi Coelho, Derly Pereira...Depois digo mais.
Então, Comandante Heriberto, topas? Vamos, pois, à luta, ao som do grande Geraldo Vandré (lembras como o companheiro do vozeirão levantou a platéia no debate de sexta-feira, cantando "Madeira de dar em doido"? E aquele magnífico artista de "voz e violão"? Fenomenal!!!).

"Vem, vamos embora,
Que esperar não é saber;
Quem sabe faz a hora,
Não espera acontecer"

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