Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

"Si vis amare, ama" - "Si vis pacem, para bellum" - "Homo homini lupus"

A reacendida questão do desarmamento levou-me ao latim. Esta expressão, "Si vis amare, ama" (Se queres ser amado, ama), é a fórmula reduzida e belíssima do filósofo romano Sêneca para a Regra de Ouro da moral. Tal regra é imemorial: com variações, foi predicada por Confúcio e Zoroastro, pelo budismo e pelo hinduísmo. Está no Velho e no Novo Testamentos. E também em Kant, na forma do do Imperativo Categórico. A Regra de Ouro se diz afirmativamente assim: "Faças aos outros apenas aquilo que queres que façam a ti". Negativamente, assim: "Não faças aos outros aquilo que não queres que façam a ti". Como se vê, trata-se de uma ética de reciprocidade. Quando todos os homens a adotarem, então todos poderão ser desarmados. Enquanto no mundo houver homens maus, os bons devem precaver-se. Também em latim é o ensinamento de Vegécio (Publius Flavius Vegetius Renatus), nobre romano que viveu no IV séc. dC. No "Epitoma rei Militaris" (Compêndio Militar) escreveu ele: "Igitur qui desiderat pacem, praeparat bellum"; expressão que se tornou célebre na forma resumida: "Si vis pacem, para bellum". Ou seja, "Se queres a paz, prepara a guerra". Se os cidadãos de bem não estiverem preparados para enfrentar a guerra com os bandidos, não terão a paz; talvez tenham a morte. Também em latim se diz: "Homo homini lupus" (O homem é lobo do homem). Esta expressão se tornou famosa na Era Moderna através do filósofo inglês Thommas Hobbes, mas é de Plauto (Titus Maccius Plautus), dramaturgo romano que viveu dos fins do séc. III para começos do séc. II aC. Também é forma reduzida, no original está: "Lupus est homo homini, non homo". De um ou outro modo, indica que o homem é, em geral, um bicho muito malvado. Se um dia todos os homens se tornarem cordeiros; que maravilha! Até lá, os lobos decentes (que são aqueles que, por imposição de consciência ou por temor da lei, coibem seus próprios impulsos deletérios; ou seja, cumprem o pacto social) não se devem deixar desarmar. Os bandidos, lobos maus, têm medo de tiro. Se souberem que os cidadãos de bem, lobos decentes, estão proibidios  de ter legalmente uma arma em casa, vão invadir as casas: para roubar, para estuprar, para matar. Para fazer o que bem entenderem, pois serão os "senhores da guerra".   

2 comentários:

  1. Concordo. E essa questão já foi decidida no referendo de 2005.

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  2. Depois das sábias palavras do Washington, socorrendo-se do latim para defender o direito de todo cidadão (observadas as regras impostas pela lei) de decidir se quer ou não portar uma arma, socorro-me da "língua" dos canídeos para alertar aos políticos de plantão da imoralidade em se propor um novo plebiscito para (re)decidir sobre o comércio de armas.
    ISTO JÁ FORA DECIDIDO.
    porque recorro-me da língua dos canídeos (do latim CANIDAE)? acredito que os oportunistas de plantão não entendem o latim, muito menos a linguagem do povo.
    Em razão disso, valho-me de um texto bíblico, CORÍNTIOS 13, (musicado por renato russo) para dizer aos oportunistas:

    AINDA QUE FALASSE A LÍNGUA DOS HOMENS, QUE EU FALASSE A LÍNGUA DOS ANJOS, SEM AMOR, EU NADA SERIA...

    E, agora sim, a línguagem entendida por alguns oportunistas: AU AU AU ...

    Henrique Rocha - Aracaju

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