Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

viúvas: não se deixem esfolar!

O Governo Lula torrou dinheiro com força; com coisas decentes e com coisas indecentes. Agora, o Governo Dilma pretende apertar para equilibrar as finanças. Está certo. Porém, como? No Congresso, 70 por cento governista, deputados e senadores se deram um aumento indecoroso de mais de 60 por cento. O Governo Lula tinha uma meia dúzia de ministérios inúteis e dispendiosos, a presidente Dilma não cortou nenhum; criou mais um ou dois. Todavia, está sendo chocada no Ministério da Previdência uma idéia eficaz: esfolar as viúvas do Brasil. Projeta-se modificar a regra de pensão por morte. Vejam as regras que estão para sair do ovo: 1) impor período mínimo de contribuição; 2) obrigar o dependente a provar que não pode se sustentar sozinho; 3) definir limite de tempo para que as viúvas jovens recebam os valores; 4) proibir o acúmulo da pensão com outro benefício; 5) limitar a liberação de pensão para casos específicos. Talvez fosse melhor fazer como no Egito antigo: enterrar a viúva junto com o defunto marido. O ministro da Previdência, senador Garibaldi Alves, disse que é preciso fazer isso porque atualmente "não há regra, há frouxidão total". Certamente ele fala com a força do exemplo de austeridade do Senado, que já presidiu. Como se sabe, o Senado brasileiro é acochado, a regra lá é espartana: uma dureza. Agora, falando sério: não é possível que se deixe prosperar essa maldade. Alguém deve avisar a Dilma que esse não é o caminho. Quem, principalmente, deve fazê-lo, são as viúvas.

domingo, 24 de abril de 2011

PSD - 51: "Uma boa idéia!"

Cogitou-se o número 51 para registro do futuro Partido Social Democrático. Tive notícia que o prefeito Kassab refugou a idéia: pela associação inevitável com a cachaça. Não faça isso prefeito, o número 51 para o PSD é "uma boa idéia!". Aliás, é ótima e excelente. Populariza o partido de imediato e lhe dá um número de facílima memorização nas próximas eleições. O número 51 está na boca do povo, o PSD irá para a boca do povo. Pode ter coisa melhor para um partido político? Se fizer as coisas certas, falarão bem; se fizer as coisas erradas, falarão mal. Os adversários falarão mal de todo jeito. Veja, prefeito Kassab: os escoceses orgulham-se do seu "whisky"; os franceses cultuam seus vinhos, seu "cognac", seu "champagne". Por que iríamos, nós brasileiros, desprezar nossa cachaça? Eu quero mais é brindar ao PSD com um copinho de 51. Tim! Tim! 

Marcus Odilon: PSD, voto distrital e eleições primárias

Marcus Odilon, prefeito de Santa Rita, foi o primeiro líder político paraibano a apostar no PSD. Foi também o primeiro a aclamar o vice-governador Rômulo Gouveia como líder natural do processo de organização e futuro presidente do novo partido. Além de grande aministrador, Marcus Odilon é homem de idéias e de ideais. Precisava de um partido novo e arejado onde pudesse formular e defender propostas que, se não são novas no mundo, são inéditas no Brasil. Duas dessas propostas são sua atual fixação: o voto distrital e, no âmbito dos partidos, a escolha dos candidatos por intermédio de eleições primárias. Propostas deste tipo, não é suficiente que se as declare; é necessário que nelas se insista e persista. Marcus Odilon está disposto a abrir campanha pertinaz por estas propostas. A proposta do voto distrital precisa vingar no Congresso; a das eleições primárias terá um bom começo se vingar no interior do PSD. Na eleição presidencial passada, José Serra defendeu o voto distrital, mas o PSDB não foi capaz, ou não quis, transformar tal proposta em bandeira. O mesmo José Serra refugou as eleições primárias no PSDB para escolha do candidato do partido a Presidente da República. A proposta foi feita pelo correligionário concorrente Aécio Neves. Se tivesse ocorrido, Serra e Aécio percorreriam o Brasil em debate aceso, fazendo contraponto à enorme propaganda (legal e ilegal) do presidente Lula em favor da sua candidata. Nos Estados Unidos, lembra Marcus Odilon, antes de começarem as primárias do Partido Democrata, Barack Obama era um senador de pouca projeção nacional: as primárias o elevaram à popularidade internacional. Não é preciso ninguém dizer a Marcus Odilon que reforma política, por si só, não resolve problemas sociais e econômicos. Ele sabe. E, com a experiência de seis extraordinárias administrações municipais, tem propostas boas e abundantes também nessas áreas. 

O PSD e o tapetão

O Partido Social Democrático, idealizado por Gilberto Kassab, está saindo melhor do que a encomenda. Coberto de críticas e deboches desde que dele se cogitou, passou por cima dessas bobagens e sua organização vai de vento em popa, por céu de brigadeiro, em mar azul. Vai tão bem que os inconformados querem derrubá-lo no tapetão da Justiça Eleitoral. O PPS quer tomar os mandatos dos parlamentares que forem para a nova sigla. Sem chances. "A regra é clara", como diz o árbitro e comentarista esportivo Arnaldo César Coelho: sair de um partido para fundar outro, não implica perda de mandato. O PTB quer tomar a sigla, PSD, sob alegação de que esta faz parte do seu espólio. Pois então que a use; uma sigla com tal importância histórica. Acho que os que pretendem usar a sigla terão ganho de causa. Mas isso tem pouca importância. Se o PSD não puder ser PSD, não faltarão combinações de letras no alfabeto para se compor uma nova sigla.

sábado, 23 de abril de 2011

O dom da cura em WJ Solha

Em um dos primeiros posts deste Blog, dissera eu que o mais importante trabalho artístico-cultural do Brasil estava sendo feito na Paraíba, no "eltheatro.com", por WJ Solha: os "Breves ensaios ilustradíssimos". Coisa de gênio. No mesmo "eltheatro.com" Solha está publicando a "Pequena arqueologia da minha vida pregressa"; que não é pequena, pois já vai no sexto, e longo, capítulo. Este sexto capítulo, pedi que nos deixasse publicar também no "portal100fronteiras". O que foi concedido, como poderão ver. Parece-me uma continuação dos "brevíssimos ensaios ilustradissimos", agora centrados no próprio autor. Continuam ilustradíssimos e genialíssimos. E, o melhor, com muita ação. A vida de Waldemar José Solha é uma aventura intelectual e mística de tirar o fôlego. Ele se pretende ateu; mas, como ateu, não convence. Ora, em certo momento de desolação, ainda na juventude, apareceu-lhe Jesus Cristo (como Jesus estava na companhia de Hamlet, Solha concluiu que foi uma alucinação). Quando jovem, aliás, parecia-se muito com o Rabi de Nazaré. Com a idade, tornou-se semelhante a um profeta bíblico. Na juventude foi, mais de uma vez, confundido ou identificado com Jesus. Todavia, descrê de Cristo; ou que Cristo não foi aquilo que se diz que foi. Descrê, mas tem fixação em Cristo. E tem, como Cristo, o dom da cura. Pelo relato publicado originalmente no "eltheatro.com" e agora neste "portal100fronteiras", não deveria restar qualquer dúvida sobre o poder de cura de WJ Solha. Pelo relato e pelas testemunhas, que são muitas e idôneas. Contudo, o próprio autor das curas extraordinárias concluiu que não as fez, que tudo não passou de coincidência. Nisto, não convence. Vejam lá (a passagem com as curas está para o fim do artigo), mas eu resumo aqui. A primeira cura foi de um rapaz que havia participado como figurante de uma peça teatral de Solha. Com queimaduras gravíssimas, desenganado pelo médico Dr. Avelino Queiroga, o rapaz gritava. Solha, que lhe ouvia os gritos (morava em frente à casa do rapaz), trancou-se no banheiro e entrou em transe. Narra o seguinte: "... fui jogado de costas contra a porta. Aí vi nossa galáxia, vi algo como uma chuva de energia escapar dela... caiu sobre a casa do rapaz e sobre ele, vi então o interior do corpo do moço, entrei na circulação do seu sangue, cheguei-lhe ao coração, disse-lhe: "Fique com minha saúde". No mesmo dia o rapaz ficou curado.  Em seguida, pelo mesmo processo, curou o pai da amiga Martha Jerusa, o Dr. Nelson Nóbrega. Depois curou o amigo Marco Antônio. Enfim, entrou em transe para curar a própria filha, quando o médico não sabia mais o que fazer. Porém, como falhou nas duas últimas tentativas de cura (a filha de um amigo com tumor no cérebro e a mãe do próprio Solha com câncer metastático devastador em estágio final) concluiu que se enganara em relação às primeiras curas, sugestionado por coincidências. A premissa que Solha usa para negar seu próprio poder de cura, não se sustenta. Que tenha falhado nas últimas tentativas de cura, não implica que as primeiras curas não tenham ocorrido. Os dons de cura deveras existem, mas ninguém é infalível. Só Deus é infalível. Estabelecida a veracidade do relato, qual a probalidade de que tudo não tenha passado de coincidência? Muito próxima de zero. Mas, se Solha, que viu Jesus e não acreditou, não quer crer nas curas que ele mesmo, Solha, realizou; o que se há de fazer? Solha tem outros poderes mentais extraordinários, a ponto de ter assombrado um babalorixá da Bahia, que lhe disse: "Tu é Exu!". Penso diferente, acho que Solha, apesar de ateu, é, "malgré lui-même", um santo. Talvez não seja canonizado. Mas meu Padim Ciço do Juazeiro, que também não foi canonizado, é santo dos maiores. Como também é santo Chico Xavier. Pode ser embaraçoso para um intelectual-dialético-materialista como Solha apresentar evidentes traços de santidade; mas, o que se há de fazer?

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Aquela canção do Roberto

Não conheço nenhuma pessoa que não goste de pelo menos uma "canção do Roberto". Eu gosto de muitas, sem distinguir as que são composição do próprio Roberto Carlos, feitas em parceria com Erasmo ou de outros compositores. Para mim, canção cantada por Roberto Carlos, é "canção do Roberto".  A canção que fala "... aquela canção do Roberto", é "Baby", de Caetano Veloso, divinamente interpretada por Gal Costa. Há quanto tempo? Não lembro, nem vou fazer esforço de memória para datas, muito menos farei pesquisa. Sem esforço, deixo-me levar pela nostalgia. Nenhum dos meus namoros de adolescente e jovem terá deixado de ser embalado por uma das canções do Roberto. Aquela "Canzone per te" foi com uma morena de cabelos ondulados, nas escadas do Liceu Paraibano. Não lembro de onde vinha a música; porém..., ai porém, pode ter sido um sonho. Namoro de adolescente sempre tem gosto de sonho. Lembro de outra vez, saindo do mesmo Liceu após um demorado beijo na mesma morena de cabelos ondulados, caminhei nas nuvens: pelo corredor, pelas escadas, depois pela rua Camilo de Holanda, até minha casa, na Borja Peregrino. Nas nuvens e ouvindo aquela canção do Roberto. Qual? Não lembro mais, só sei que era uma canção do Roberto. Também não tenho certeza de ter sido vera realidade. Talvez se desse assim: o pobre adolescente carente, em ouvindo uma canção do Roberto, sonhava todas aquelas coisas "calientes". Viva o sonho! Longa vida ao Rei!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

"Si vis amare, ama" - "Si vis pacem, para bellum" - "Homo homini lupus"

A reacendida questão do desarmamento levou-me ao latim. Esta expressão, "Si vis amare, ama" (Se queres ser amado, ama), é a fórmula reduzida e belíssima do filósofo romano Sêneca para a Regra de Ouro da moral. Tal regra é imemorial: com variações, foi predicada por Confúcio e Zoroastro, pelo budismo e pelo hinduísmo. Está no Velho e no Novo Testamentos. E também em Kant, na forma do do Imperativo Categórico. A Regra de Ouro se diz afirmativamente assim: "Faças aos outros apenas aquilo que queres que façam a ti". Negativamente, assim: "Não faças aos outros aquilo que não queres que façam a ti". Como se vê, trata-se de uma ética de reciprocidade. Quando todos os homens a adotarem, então todos poderão ser desarmados. Enquanto no mundo houver homens maus, os bons devem precaver-se. Também em latim é o ensinamento de Vegécio (Publius Flavius Vegetius Renatus), nobre romano que viveu no IV séc. dC. No "Epitoma rei Militaris" (Compêndio Militar) escreveu ele: "Igitur qui desiderat pacem, praeparat bellum"; expressão que se tornou célebre na forma resumida: "Si vis pacem, para bellum". Ou seja, "Se queres a paz, prepara a guerra". Se os cidadãos de bem não estiverem preparados para enfrentar a guerra com os bandidos, não terão a paz; talvez tenham a morte. Também em latim se diz: "Homo homini lupus" (O homem é lobo do homem). Esta expressão se tornou famosa na Era Moderna através do filósofo inglês Thommas Hobbes, mas é de Plauto (Titus Maccius Plautus), dramaturgo romano que viveu dos fins do séc. III para começos do séc. II aC. Também é forma reduzida, no original está: "Lupus est homo homini, non homo". De um ou outro modo, indica que o homem é, em geral, um bicho muito malvado. Se um dia todos os homens se tornarem cordeiros; que maravilha! Até lá, os lobos decentes (que são aqueles que, por imposição de consciência ou por temor da lei, coibem seus próprios impulsos deletérios; ou seja, cumprem o pacto social) não se devem deixar desarmar. Os bandidos, lobos maus, têm medo de tiro. Se souberem que os cidadãos de bem, lobos decentes, estão proibidios  de ter legalmente uma arma em casa, vão invadir as casas: para roubar, para estuprar, para matar. Para fazer o que bem entenderem, pois serão os "senhores da guerra".   

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Alexandre Guedes e Ivaldo Gomes: debate alto

Alexandre Guedes e Ivaldo Gomes atenderam o chamado deste Blog e iniciam comigo o "Debate do Desarmamento". Alexandre é um ativista dos Direitos Humanos com destaque internacional. Advogado e filósofo, une à sua inteligência um vigor impressionante para defender suas causas e bandeiras. Com algumas, concordo; com outras, não. Todavia é sempre útil e agradável ler Alexandre Guedes. Útil porque, mesmo discordando, se aprende, visto que escreve com seriedade e conhecimento. Agradável porque ele esceve bem. Pela fisionomia, é muito parecido com Vladimir Ilitch Ullianov, Lênin. Suas idéias terão também alguns traços bolchevistas. É por aí que andam nossas divergências. Já Ivaldo Gomes tem traços anarquistas, o que acho simpático. O anarquismo civilizado, pacifista, parece-me coisa muito elegante; um tanto inóquo, como costumam ser as coisas elegantes. Mas Ivaldo não é inóquo, pelo contrário, é o mais vigilante de todos os cidadãos. Vasculha o Brasil, o estado da Paraiba e a cidade de João Pessoa como paladino incansável da cidadania: onde quer que ela seja ofendida, Ivaldo irá em seu socorro; com sua denúncia forte, contundente. Ele mantém integral aquela juvenil capacidade de indignar-se diante de injustiças. É educador emérito e poeta. Como poeta, é sonhador; como cidadão, tem os pés no chão, as idéias claras, a voz aguda. Vamos ao debate, um debate de alto nível.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Debate com Ivaldo Gomes e Alexandre Guedes

Enviei aos amigos Ivaldo Gomes e Alexandre Guedes e-mail com proposta para trazermos o debate do desarmamento para dentro do Portal 100fronteiras. Isso porque recebi mensagem de ambos tratando do tema, que voltou à tona depois da tragédia de Realengo. Certamente, todos os interessados terão, no 100fronteiras, espaço para o amplo debate. Começo a peleja no campo majoritário do povo, que em recente plebiscito derrotou o campo minoritário do povo. Nós outros, majoritários, não somos contra o desarmamento, apenas achamos que os bandidos é que devem ser desarmados. Os homens e mulheres de bem, que assim o queiram, depois de cumpridas todas as exigências legais, devem ter direito de possuir arma para defesa própria, da sua família e do seu patrimônio. Negar ao cidadão de bem direito à legítima defesa, colocando-o inerte nas mãos dos bandidos, parece-me uma idéia tão extravagante que custa crer. Mas podem tentar me convencer. Então, Vamos ao debate?

domingo, 10 de abril de 2011

PSD: o relógio vai perder

O PSD está começando muito mais forte do que se esperava. Quando iniciaram a movimentação, seus organizadores, à frente Kassab e Afif Domingos, estavam seguros de viabilizar o partido em 10 estados no prazo hábil para que a legenda possa disputar as eleições de 2012. Mas não contavam com a Paraíba, agora contam. A legislação eleitoral exige diretórios organizados em, no mínimo, nove estados. Esta já está no papo. Será preciso, também, recolher 500 mil assinaturas. Tudo isso até início de outubro de 2011. Mais de cinco meses de prazo. Tenho acompanhado, via net, a movimentação do PSD em vários estados: as adesões são muitas e o otimismo cresce; como o otimismo cresce, as adesões aumentam. Minha previsão é de que no início de setembro o número necessário de assinaturas já terá sido ultrapassado. Na Paraíba, o PSD começa fortíssimo, com vice-governador, prefeitos, deputados e vereadores. Em Santa Rita, terceiro colégio eleitoral do estado, sob o comando do prefeito Marcus Odilon, a organização do PSD deslanchou e está sendo feita em ritmo acelerado. Um dos odilonzistas mais ativos é Genival Guedes, quadro político extraordinário, militante incansável das boas causas, cujo entusiasmo o faz garantir que a Paraíba contribuirá com muito mais de 50 mil assinaturas para compor as 500 mil exigidas. O deputado Efraim Filho, do Democratas, diz que o PSD joga contra o relógio e aconselha cautela para os que querem mudar de sigla. Cautela é sempre bom. Mas, em política, entusiasmo é tudo. O PSD vai ganhar. O relógio vai perder.     

Uma estátua para Elpídio

Em "eltheatro.com", tem uma beleza de artigo de Romeu de Carvalho: "Estátuas". Reflete sobre aqueles artistas que só foram reconhecidos postumamente, como Augusto dos Anjos. Defende o reconhecimento ainda em vida e propõe uma estátua para Elpídio Navarro. Abraçamos a idéia do amigo Romeu. Elpídio é um monumento do Teatro Brasileiro e importante em vários outros âmbitos da cultura, pelo que, às vezes, nomeio-o El Navarro, Campeador das Artes. Há, porém, um problema: El Navarro é um tanto ranzinza e costuma menosprezar qualquer elogio dizendo que é puxassaquismo. Talvez tenhamos de erguer a estátua não só contra a vontade dele, mas suportando seus desaforos. A estátua deve ser erguida lá em Cabedelo, onde mora (e de onde quase não sai) Elpídio. No entanto, alerta Romeu, deve ficar um pouco afastada da estátua de Padre Cícero, porque Elpídio é ateu e os dois podem se estranhar. De fato. Acrescento que o meu Padim Ciço também era ranzinza. Briga na certa. Aliás, sobre o meu Padim Ciço, estou em campanha pela sua canonização. 

sábado, 9 de abril de 2011

Desarmamento já! Dos bandidos

A tragédia de Realengo está trazendo de volta a campanha do desarmamento. Excelente, desde que seja para desarmar bandidos. A idéia de desarmar os cidadãos de bem, impedindo-os de portar armas em quaisquer circunstâncias, impedindo-os até mesmo de ter uma arma em casa para proteção própria e proteção da família; esta é uma idéia estúpida, atentatória do elementar direito de segurança. É necessário rigor para concessão de armas de fogo? É necessário o máximo rigor. Cumprindo todas as exigências legais, o cidadão tem direito de possuir sua arma, em alguns casos apenas para ter em casa; em outros, bem mais restritos, podendo portar. Há poucos anos foi feito um plebiscito para decidir esta questão; a idéia estúpida perdeu. Os perdedores armam-se agora com a tragédia de Realengo para tentar novamente passar uma lei contra os cidadãos de bem e favorável aos bandidos. Sabendo que os cidadãos de bem não podem ter arma em casa, os bandidos irão invadi-las com grande tranquilidade. Se forem surpreendidos com um tiro, denunciarão o dono da casa à justiça. O cidadão de bem que agiu para defender seu patrimônio, sua vida e a vida da sua família, será preso, e é possível que tenha de pagar uma indenização ao bandido. Entendam, a proposta derrotada em plebiscito visava a proibição das armas legais, as armas ilegais continuavam onde sempre estiveram, nas mãos dos bandidos. A arma do louco de Realengo não era uma arma legal. As armas legais, em sua imensa maioria, não são usadas em crimes, são usadas para evitar crimes. As armas criminosas são as armas dos criminosos. Tomar arma de bandido é difícil, porque bandido não é bicho besta. Então, resolve-se tomar as armas de defesa dos cidadãos de bem na suposição de que a maioria dos cidadões é formada por gente besta. No primeiro plebiscito ficou provado que não era assim.   

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Oscar 2011: And the winner is... "O Discurso do Aécio"

Quem ganhou Oscar 2011 do Cinema foi "O Discurso do Rei". Além da categoria de "Melhor Filme", ganhou  nas categorias de "Melhor Ator" e "Melhor Diretor". Não sei se foi merecido porque ainda não assisti. Mas assisti ontem, 6 de abril, ao vivo, o discurso de Aécio Neves no Senado. Mereceu o Oscar 2011 da Política. Ganhou tudo: "Melhor Discurso", "Melhor Ator", "Melhor Roteiro", "Melhor Produção" e "Melhores Efeitos Imediatos". Quanto aos efeitos de longo prazo, não podemos julgar. De imediato, o discurso de Aécio deu vida à oposição, que estava mortinha da Silva; assassinada pelo Lula da Silva. De imediato, definiu quem é o candidato das oposições a presidente em 2014. Aliás, o clima no Senado foi andando em um tal crescendo de euforia aecista que, lá pelas tantas, parecia que o neto de Tancredo Neves tornara-se unanimidade e seria aclamado Presidente (ou Imperador). Aécio começou a falar por volta das 3 e meia da tarde e terminou por volta das 8 e meia da noite; cerca de 5 horas na tribuna. O Senador Casildo Maldaner comparou-o a Fidel Castro. O discurso, em si, não foi longo (25 minutos), mas os apartes foram intermináveis. Plenos de elogios e encantamento, inclusive de senadores da base do Governo. Os petistas tentaram contrapor, mas me pareceram um tanto acanhados. O discurso de Aécio fora muito elegante. Tanto que a senadora Marinor, do radical PSOL, no seu aparte, começou por dizer que, devido às divergências, não poderia ser tão elegante (ouviu-se uma voz: "mas tente, senadora!"). Com toda elegância, Aécio fez ataques duros aos governos do PT e, principalmente, ao PT. Destacamos uma passagem de grande efeito retórico: "Sempre que precisou escolher entre os interesses do Brasil e a conveniência do partido, o PT escolheu o PT". Isto sendo comprovado com os exemplos da posição do PT contra a eleição de Tancredo Neves, contra o Plano Real, contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, etc. Para desfazer aquela frase besta e demagógica - "Nunca antes na história deste país" - com que o ex-presidente Lula marcou seu governo, Aécio recorreu ao óbvio: "O país não nasceu ontem". Quem renasceu ontem, com o discurso de Aécio, foi a oposição.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Sobre a Tolerância e a Democracia: Luiza Athayde, Jair Bolsonaro e Voltaire

Continua intensa a discussão sobre o caso Jair Bolsonaro X Preta Gil. Muita gente quer a cabeça do deputado, indicando esta metáfora que querem cassar o deputado, querem o seu mandato (tem até quem queira a cabeça de Bolsonaro em sentido literal). O deputado Bolsonaro costuma dizer cretinices, na forma e no conteúdo. Mas, vejam bem, ele tem o direito de dizê-las. O Princípio de Tolerância é fundamento da democracia, e consiste em conviver com opiniões das quais se discorda e costumes com os quais se antipatiza. A frase mais famosa sobre o significado da Tolerância é de Voltaire: "Não concordo com uma úncia palavra do que dizes, mas lutarei até a morte pelo teu direito de dizê-las". A liberdade de expressão é ilimitada? Não; ela é limitada por artigos específicos da Constituição. E basta. Responder intolerância com intolerância, não constrói. Quem entendeu isso de forma profunda, quem demonstrou sabedoria e grandeza de alma, quem falou a voz da democracia foi Luiza Athayde. Vem a ser filha de Marcelo Tass, condutor do CQC, o programa onde começou a briga entre Bolsonaro e Preta Gil. Luiza é estudante de direito, 22 anos, homossexual assumida e feliz. Trouxe luz a uma polêmica que ameaçava penetrar nas trevas. Em entrevista ao Radar Político, nesta terça-feira 5 de abril, Luiza defendeu o direito de Bolsonaro expor suas opiniões, criticou as tentativas de  criminalização da fala do deputado e se posicionou contra a cassação, chegando a considerar que abriria um precedente perigoso. Para ela, a polêmica é bem vida: "Quanto mais discussão, melhor". A entrevista tem 16 minutos: uma aula, brilhante, imperdível. Bolsonaro que fique com a cabeça dele. Ao invés de cassar o deputado, o que se deve fazer é eleger Luiza Atahyde deputada federal. Esplêndida Luiza. 

terça-feira, 5 de abril de 2011

Mensalão: caixa 2, 3, 4...

O relatório final da Polícia Federal concluiu o que todo mundo sabia: o mensalão do PT foi um gigantesco esquema de corrupção; com caixa 2, 3, 4, 5 e tantas quantas tenham sido necessárias para caber o mar de dinheiro desviado dos cofres públicos através do valerioduto. Todo mundo sabia, mas os envolvidos insistiam em negar por esperteza e os apaixonados insistiam em não ver por abestalhamento. Certamente, a esperteza dos envolvidos continuará; é comprensível. Ouso, todavia, esperar que se dissipe a névoa de abestalhamento dos apaixonados.

Mais um mártir

Juliano Mer-Kamis, de mãe judia e pai cristão-palestino, era ator e montou um teatro na cidade de Jenin, na Palestina. O propósito do seu teatro era promover a paz e a integração entre palestinos e judeus. Terroristas encapuzados foram lá e o assassinaram com cinco tiros.

domingo, 3 de abril de 2011

Usinas nucleares: no Nordeste não!

O intrépido Ivaldo Gomes - internauta, livre pensador, educador, poeta - iniciou mais uma campanha meritória. Visa afastar qualquer possibilidade de construção de usinas de energia nuclear no Nordeste. Há o perigo. Tecnocratas e políticos trabalham com essa possibilidade, especialmente depois do desastre no Japão. É o seguinte: como é certa a reação contra a construção de novas usinas nucleares no Sul e Sudeste, os tecnocratas contam com a docilidade dos nordestinos. Vão quebrar a cara. A campanha iniciada por Ivaldo já começa a se alastrar na internet. Se e quando for preciso, ganhará as ruas. Ivaldo insiste, com toda razão, que as melhores matrizes energéticas são a solar e a eólica. Especialmente neste Nordestão ensolarado de meu Deus, com imenso litoral açoitado pelos ventos. Que os tecnocratas tratem de dar a máxima segurança à Usina de Angra. Trazer ameaça atômica para o Nordeste? Aqui não, violão!

100 dias de Dilma

Antes, escrevi que o Governo Dilma estava em jogo empatado. Gol prá lá, gol pra cá; contra e a favor, tudo feito pelo time da Dilma. O time da oposição não está jogando nada, porra nenhuma. Agora, no meu julgamento, Dilma desempatou: com mais dois golaços na política externa. A presidente e o seu ministro Patriota foram prudentes na questão da Líbia. Em seguida foram firmes ao apoiar a investigação sobre direitos humanos no Irã. Dilma chega aos seus 100 dias com uma política externa inteligente e corajosa. Inclusive a coragem de ir desfazendo as cretinices adulatórias do Governo Lula em relação às ditaduras "amigas". Nos seus 100 dias, Dilma sobrou na política externa, mas ficou devendo no plano interno, especialmente por conta do salário mínimo indecente de 545 reais. Zero de aumento (a rigor, não repõe a inflação das classes pobres, que é maior do que a inflação das classes médias e ricas). Este Portal 100 Fronteiras traz uma enquete sobre o governo Dilma. Eu marquei "Regular". Vá lá e vote também.  

Noivado ou casamento?

Sobre a relação entre as famílias Cunha Lima e Vital do Rego, não se deve perguntar se é de namoro ou amizade. Com efeito, a amizade, colorida, já é mais do que namoro. Estão à beira do altar. Os dotes cobiçados são os seguintes: a prefeitura de Campina Grande em 2012 (de mão beijada) e o Governo da Paraíba em 2014 (osso duro de roer). Quem tiver algo a dizer contra este casamento, fale agora ou cale-se para sempre.