Maria Eunice Targino fez neste Blog um comentário motivador, cobrando posicionamento sobre as manifestações que se alastram pelo Brasil. Então, motivado, escrevi. Nada mais justo do que dedicar este artigo a essa minha leitora tão inteligente e exigente. Espero, como retribuição, apenas um novo comentário.
O
Brasil nas ruas contra as iniquidades e a corrupção: A IRA SANTA
por
Washington Rocha
“Ei-la
aí a cólera santa! Eis a ira divina!
Quem,
senão ela, há de expulsar do templo o renegado, o blasfemo, o
profanador, o simoníaco? Quem, senão ela, exterminar da ciência o
apedeuta, o plagiário, o charlatão? Quem, senão ela, banir da
sociedade o imoral, o corruptor, o libertino? Quem, senão ela,
varrer dos serviços do Estado o prevaricador, o concussionário e o
ladrão público? Quem, senão ela, precipitar do governo o
negocismo, a prostituição política, ou a tirania?”.
Rui
Barbosa
Por que o povo
brasileiro voltou às ruas para protestar, para clamar e exigir?
Porque despertou-se-lhe a IRA SANTA, que é, nas palavras de fogo do
grande Rui Barbosa, um santo remédio contra o mal.
Essa IRA SANTA
derrubou uma ditadura militar e um presidente eleito
democraticamente, porém corrupto. Essa IRA SANTA inflama-se hoje nas
ruas do Brasil para atear fogo nas iniquidades, queimar a corrupção,
incendiar o engodo, a mentira e a mistificação.
Durante 10 anos, o
governo do PT, se fez alguma coisa – e não podia deixar de fazer –
mentiu e mistificou sistematicamente sobre tudo que fez; ora
exagerando, ora apropriando-se de iniciativas de antecessores sem
lhes atribuir mérito algum. O governo Lula da Silva degradou o país: não apenas permitiu a
corrupção como agiu aberta e audaciosamente para proteger os
corruptos.
Não é possível
esconder o óbvio: a crise do governo Dilma Rousseff deve-se,
principalmente, à herança do governo Lula da Silva. A mesma herança
que, no que teve, e tem, de bom, a beneficiou.
Não será preciso
negar os aspectos positivos do governo Lula para entender que seus
desmandos administrativos e morais se acumularam no cálice da sua
sucessora, até esborratar com uma gota de 20
centavos.
A presidente Dilma não
só teve de administrar uma herança ruim, como tem de suportar o
assédio da ala mais nefasta do PT, comandada pelo condenado José
Dirceu, cuja pauta imediata é o restabelecimento da censura dos
tempos da ditadura e a desmoralização do Supremo Tribunal Federal.
A presidente Dilma tem
resistido a este assédio: não admite censura e preza a Justiça.
Agora, fragilizada politicamente, não se sabe se continuará
resistindo. Um sinal ruim é o péssimo pacote de soluções com que
tentou e tenta enfrentar a crise. A ideia de uma constituinte meia
sola inconstitucional era tão horrorosa que foi descartada menos de
24 horas depois de anunciada. A ideia de importar milhares de médicos
estrangeiros (principalmente de Cuba) valeu a repulsa uníssona dos
médicos brasileiros. Restou o trambolho do plebiscito, cujo
principal defeito é de ser um engodo. Plebiscito é um salutar
instrumento da Democracia, e até essencial; por isso mesmo não é
admissível que seja proposto de afogadilho, muito menos que procure
atender interesses eleitorais imediatos do partido no poder. Todo
mundo sabe dos dois pontos fortes da proposta de reforma política do
PT: financiamento público de campanhas e voto em lista. Aprovado o
financiamento público, um povo que protesta contra gastos abusivos
com uma Copa de futebol será obrigado a financiar com bilhões os
mesmos políticos contra os quais clama nas ruas; sendo que os
principais beneficiados seriam os políticos do PT. Aprovado o voto
em lista, o eleitor será privado de escolher seu candidato, votando
na lista prévia decidida pelos chefes partidários, eternizando-se
os feudos coronelistas; novamente, o partido mais beneficiado seria
o PT, que é hoje o mais coronelista de todos os partidos
brasileiros.
A presidente Dilma e o
PT não aprenderam que a maior revolta do povo é contra a enganação,
aquele tipo de coisa de o então presidente Lula dizer que a saúde
brasileira era quase perfeita e que tinha vontade de ficar doente
para se tratar no SUS.
Uma pesquisa apurou
que mais de 60 por cento dos brasileiros apoiam o plebiscito. Talvez
o povo nas ruas não continue a apoiar quando perceber a trama.
Talvez já coloque um pé atrás ao ser informado que o tal
plebiscito custará meio bilhão de reais ao cofres públicos.
Talvez, ao invés de
debelar, o engodo do plebiscito petista inflame ainda mais a IRA
SANTA.
Caríssimo Washington.Fiquei lisongeada por sua lembrança ao meu comentário neste blog, ainda mais estampando meu nome desta maneira.Já tem amigos achando que sou a maaioral. Acabei de ler seu artigo e assino embaixo. Somente a IRA SANTA poderá acabar com essa petelhada que se alastra por tudo quanto é repartição, instituição,etc,fazendo o povo de besta com estas Bolsas fajutas. Grande abraço. Maria Eunice.
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