Por Washington Rocha
Bertolt Brecht foi um intelectual marxista dos mais influentes, poeta e teatrólogo renomado, e tão grande teatrólogo quanto feroz totalitário, intrépido defensor da tirania stalinista. Da sua lavra poética brotaram algumas apologias à prática de crimes "em nome da causa", como aquela "Perguntas a um homem bom", que um dirigente comunista brasileiro usou para ilustrar o modo conveniente de tratar os adversários conservadores. Vejam, pela última estrofe, como Brecht é tão didático:
"Agora escuta: sabemos
que és nosso inimigo. Por isso
vamos encostar-te ao paredão. Mas tendo em conta os teus méritos
e boas qualidades
vamos encostar-te a um bom paredão e matar-te
com uma boa bala de uma boa espingarda e enterrar-te
com uma boa pá na boa terra."
(Bertolt Brecht (1898-1956) – Dramaturgo e poeta alemão)
Pois é; no Brasil e no mundo Bertolt Brecht tem uma legião de entusiastas. Eu prefiro Bertoldo Brecha, personagem imortal de Mário Tupinambá, que, na Escolinha do Professor Raimundo, explicava didaticamente: "a inguinorança é que astravanca o pogresso".
No presente momento, a "inguinorança", estupidez, desmandos, fisiologismo, mistificações, mentiras e corrupção do PT é que estão "astravancando o pogresso do Brasi". Mas esse "astravancamento" está perto de ter fim, porque o PT morreu. Ainda está no poder, é verdade, mas como zumbi. O desgoverno do PT virou uma zorra total e a "presidenta" não manda mais nada. O "ex-presidente em exercício" (créditos para o Macaco Simão) tenta mandar, mas o MP, a PF e o STF dificultam as tratativas; sendo que um dos principais interlocutores do ex-presidente no esforço de governança era o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral, ora na prisão. Tem muito humorista por aí dizendo que o PT cometeu "delcídio".
O senador, com efeito, "suicidou-se" e matou o PT. Quer dizer, o PT já estava morto quando Delcídio "suicidou-se", mas, nesses casos de política, sempre se pode morrer mais um pouco. Nessa linha de extermínio tem outra coisa, lateral, mas bastante curiosa: o senador petista também matou a numerologia. Vejam só: o senador Delcídio do Amaral, até pouco tempo, chamava-se Delcídio Amaral. Por orientação de uma numeróloga, resolveu acrescentar o "do" para ter mais sorte, melhorar ainda mais de vida. Vida de senador, todos sabem, é vida boa. O grande Darcy Ribeiro, que foi candidato a senador, dizia que o Senado é melhor do que o Céu, e explicava: "para ir para o Céu é preciso morrer, e para ir para o Senado não é preciso morrer". Pois, ainda que vivendo nesse Céu na Terra, Delcídio queria mais e ajeitou o nome. Deu no que deu. Não, a culpa não é da numerologia, ciência oculta e arcana das mais respeitadas. O problema é que o PT entrou em uma faixa do Zodíaco chamada de "Volume Morto"; aí, sai de baixo, não tem ciência mística que resista.
O PT morreu e carregou com ele para as profundezas do volume morto a hegemonia que, em documento oficial - Resolução Política do Diretório Nacional-PT/Brasília, 03/11/2014 -, havia declarado urgente: "É urgente construir a hegemonia na sociedade...". Essa hegemonia pretendida pelo PT é inspirada na doutrina do comunista italiano Antonio Gramsci, cujo ápice é o "Moderno Príncipe", assim conceituado por Gramsci no Caderno 13 de Cadernos do Cárcere:
“O moderno Príncipe, desenvolvendo-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais e morais; na medida em que o seu desenvolvimento significa de fato que cada ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso; mas só na medida em que tem como ponto de referência o próprio moderno Príncipe e serve para acentuar o seu poder, ou contrastá-lo. O Príncipe toma o lugar, nas consciências, da divindade ou do imperativo categórico, torna-se a base de um laicismo moderno e de uma laicização completa de toda a vida e de todas as relações de costume”
Nessa alucinação de Gramsci, o "moderno Príncipe" é o Partido Comunista; no caso, o Partido Comunista Italiano. Para os petistas, claro, o "moderno Príncipe" é o PT. Dá para imaginar o PT substituindo a divindade e o imperativo categórico? Até o Príncipe das Trevas, Fancho-Bode Belzebu, haveria de tremer com tão tenebroso pensamento.
Pode ser que um dia - que Deus não permita! - os totalitários gramscianos consigam impor sua hegemonia, mas por aqui vai demorar. No Brasil, a urgência hegemônica petista foi pra putaquipariu. Hoje, a urgência do PT é tirar dirigentes seus da cadeia e evitar delações premiadas para que outros escapem de ir para a cadeia.
Urgente no Brasil, urgência urgentíssima para que o Brasil não se acabe junto com o defunto PT; urgente mesmo é o impeachment de Dilma. E ZÉFINI!
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