Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Saulo, por que me persegues?: A Paixão Judaica e o Caminho de Damasco

Eu sou cristão e, até por ser cristão, abomino racismos. Sendo cristão, por isso mesmo, tenho profunda estima e admiração pelo povo hebreu, também chamado israelita e depois chamado de judeu; isso porque, havendo sido dispersas as tribos de Israel, restou forte a tribo de Judá. Jesus é de Judá, descendente direto do grande rei Davi.

De toda variada forma de hostilidade, uma das que mais me abismam é o anti-semitismo/anti-judaísmo por parte de cristãos; sendo Jesus Cristo judeu. E também Nossa Senhora e São José são judeus; e os 12 Apóstolos. Dos Evangelistas, Lucas, que não estava entre os 12, possivelmente era grego; os outros três eram judeus. O Apóstolo dos Gentios, aquele Saulo de Tarso - que, em se tornando Paulo, levou o cristianismo para além dos círculos judaicos -, era judeu. Ademais, os cristãos consideram sagrado não apenas o Novo Testamento, que conta a vida de Jesus, mas também o Velho Testamento, escrito por judeus e que conta a história do povo judeu. Isso, aliás, todo cristão sabe. Como, então pode haver um cristão ante-semita/anti judeu? Eu escrevi um ensaio sobre essa minha perplexidade; consta do primeiro livro que publiquei, intitulado "No Coração de Antígona". Posteriormente, encontrei algumas respostas à minha perplexidade no livro "História dos Judeus", de Paul Johnson. Este esplêndido livro me foi presenteado pelo meu amigo historiador Marcus Odilon, o qual diz, com razão, que o cristianismo é "uma dissidência do judaísmo". Eu aconselho vivamente a leitura desse livro, cujo autor, aliás, é cristão. Recorrendo a Paul Johnson, veremos com maior facilidade a grandeza incomensurável da contribuição dos judeus para a nossa Civilização Ocidental Helênico-Judaico-Cristã. Contribuição realizada tanto como povo como por indivíduos oriundos deste povo, mas assimilados em outras culturas. Com efeito, em qualquer campo do saber os judeus se destacam. Quando é o caso, destacam-se, inclusive, em campos opostos. Exemplo: os judeus tiveram um excepcional papel na construção do capitalismo moderno; ao mesmo tempo, tiveram insuperável destaque no movimento socialista internacional, muito especialmente no marxismo.

Como ilustração do papel dos judeus na Civilização, apresentamos algumas listas com judeus proeminentes:

Na Filosofia:
Fílon de Alexandria - Maimônides - Baruch Spinoza - Moisés Mendelssohn - Karl Marx - Henri Bergson - Ludwig Wittgstein - Emmanuel Levinas - Hanna Arendt - Walter Benjamim.

Na Ciência:
Sigmund Freud - Albert Einstein (Nobel de Física) - Niels Bohr (Nobel de Física) - Albert Sabin (Nobel de Medicina) - Hans Krebs (Nobel de Medicina) - Aaron Klug (Nobel de Química) - Rita Levi-Montalcini (Nobel de Medicina) - Gustav Hertz (Nobel de Física) - Gertrude Elion (Nobel de Medicina) - Rosalyn Sussman Yalow (Nobel de Medicina).

No Cinema/atores:
Elizabeth Taylor - Yves Montand - Charles Bronson - Harrisson Ford - Dustin Hoffman - Kirk Douglas - Michael Douglas - Peter Sellers - Paul Newman - Barbara Streisand.

No Cinema/diretores:
Charles Chaplin - Jerry Lewis - Woddy Allen - Sergei Eisenstein - Fritz Lang - Steven Spielberg - Stanley Kubrick - Alfred Hitchcock - John Huston - Billy Wilder.

Na Música:
Félix Mendelssohn - Gustav Mahler - Leonard Berstein - Yhehudi Menuhin - Arnold Schoenberg - George Gershwin - Bob Dylan - Paul Simon - Anton Rubinstein - Max Bruch.

Na Literatura:
Heirich Heiner - Marcel Proust - Franz Kafka - Paul Heyse (Nobel) - Boris Pasternak (Nobel) - Saul Bellow (Nobel) - Nadine Gordimer (Nobel) - Nelly Sachs (Nobel) - Elias Canetti (Nobel) - Gabriela Mistral (Nobel).

Na Política:
Benjamim Disraeli - Ferdinand Lassale - Eduard Bernstein - Rosa de Luxemburgo - Karl Kautsky - Leon Trotsky - Léon Blum - Daniel Cohn-Bendit - Theodor Herzl - Golda Meir.

Judeus brasileiros:
Sílvio Santos - Dina Sfat - Bussunda - César Lattes - Jacob Gorender - Juca Chaves - Clarice Lispector - Luiz Felipe Pondé - Cora Rónai - Tarso Genro.


Listas de judeus famosos são extensas e divulgadas não só por judeus, mas também por anti-semitas; estes fazem tal divulgação como prova de que os judeus articulam um plano para dominar o mundo. Essa é, aliás, uma propaganda anti-semita antiga, que já rendeu a célebre falsificação "Protocolos dos Sábios do Sião". Hoje, o principal objetivo dos anti-semitas é destruir o pequenino e bravíssimo Estado de Israel.

Cheguei ao fim do introito, necessário, porquanto falo do ponto de vista de um cristão declaradamente amigo do povo judeu; um povo milenarmente perseguido, ainda hoje perseguido.

A Paixão Judaica, a que me refiro no título, é um projeto teatral de WJ Solha. Foi apresentado à Funjope (Fundação de Cultura de João Pessoa) quando o Praefectus da capital da Paraíba era Ricardus e na Funjope mandava um César, o Chicus. É o melhor projeto teatral concebido no Brasil em décadas. De início, foi aceito pelo Ricardus e pelo Chicus; depois, por politiquices eleitoreiras, foi censurado, vetado e crucificado.

Depois que teve seu projeto vetado pela Funjope, Solha o publicou no site Eltheatro - mantido pelo saudoso teatrólogo Elpídio Navarro, e que foi o melhor site de cultura do Brasil -. Uma coisa impressionante: pela concepção dramática, pelos figurinos, pelas locações. Imaginem: o Ponto de Cem Réis, centro de João Pessoa, representa Jerusalém ocupada pelas tropas romanas do Imperador Tibério César, e lá no alto do Paraíba Palace Hotel um imenso retrato do Imperador, que é... Hitler. E muitos símbolos romanos erguem-se opressores pela praça, são as... suásticas nazistas. Com efeito, faz um poderoso efeito. O que se pretende, obviamente, é demonstrar que ao tempo dos acontecimentos narrados nos Evangelhos, Jerusalém estava submetida a odiosa opressão. O drama é elaborado de um ponto de vista judaico. E esse ponto de vista me comove, como cristão.

No meu ensaio já referido, refutei uma das alegações que sustentam a hostilidade de cristãos para com judeus; esta: "Os judeus mataram Jesus". Essa é uma das generalizações mais perversas da história. E é insustentável. Vejam: sendo Jesus Cristo judeu, tendo passado toda a sua vida entre judeus, tanto os que o amaram quanto os que o odiaram teriam de ser judeus.

Judeus do Sinédrio, fariseus, zelosos quanto à letra da lei mosaica e ciosos da autoridade do Templo, agiram para destruir o movimento dissidente liderado por Jesus. Nesse mesmo Sinédrio, havia judeus que amavam a Cristo, como foi o caso de Nicodemos e de José de Arimateia. No julgamento de Cristo, numa multidão ocasional, uma maioria de judeus preferiu Barrabás a Jesus. Alguns dias antes, outra multidão de  judeus recebera Cristo com festa e júbilo, na entrada triunfal do Rabi de Nazaré na capital da província. A execução de Jesus Cristo se deu por decisão da autoridade romana, mas não foram os romanos que mataram Cristo; nem eles são disso acusados. Mas os judeus foram, e são, acusados.

Vejam ainda - e parece-me que é isso que o drama pensado por Solha deixará insofismável quando for encenado -: os rebeldes nacionalistas judeus, chamados zelotes, tinham lá suas razões para preferir Barrabás a Cristo, pois Barrabás seria também um zelote, e dos mais destemidos. Os muitos judeus que amavam a Cristo seriam de índole mais pacífica e tímida; dificilmente conseguiriam enfrentar a disposição aguerrida dos zelotes que gritavam a favor de Barrabás.

Vejamos por comparação: na antiga Atenas, muito antes de Cristo, outro homem bom foi julgado e condenado. Chamava-se Sócrates e era filósofo. Foi na Ágora, em votação limpa e democrática. Com resultado apertado, os gregos atenienses condenaram o sublime Sócrates à morte pela ingestão do veneno cicuta. Porém, felizmente, o veneno da generalização não pesou como difamação perene sobre os gregos e a democracia. Os gregos e a democracia nunca foram genericamente responsabilizados pela morte de Sócrates.

WJ Solha não é cristão; se é judeu, não sei. Seja como for, A Paixão Judaica, quando encenada, ajudará a desfazer uma infâmia milenar; que desonra os cristãos que dela fazem uso.

A peça de Solha é, mais ou menos, o "Relato de Prócula" passado para o teatro. Não o romance todo, mas apenas o pequeno trecho que reproduz o "Relato" de Cláudia Prócula, esposa de Pôncio Pilatos. Em posts anteriores já considerei a concepção deste "Relato", em que se diz que Jesus Cristo foi preparado pelos romanos como agente dos interesses do Império, para debelar a rebeldia dos judeus (teoria furtada pelo teólogo/historiador norte-americano Joseph Atwill). Então, como se justifica meu entusiasmo por uma peça teatral baseada em uma concepção anti-cristã?

Vejam: na concepção de Solha, no "Relato" de Cláudia Prócula, Jesus Cristo tem existência real e é tal e qual está nos Evangelhos Canônicos; a diferença é que teria sido treinado desde menino pelos astuciosos romanos (especialmente pelo judeu-helenizado Fílon de Alexandria) para aquele papel; para servir à "Pax Romana". Não me convence, porém, se foi assim, não vejo nenhum prejuízo para o cristianismo. Já escrevi coisa parecida sobre aquele livro de Dan Brown, "O Código Da Vinci", onde o grande escândalo é que Jesus Cristo teria se casado com Maria Madalena e tido filhos. Igualmente não me convence; porém, se foi assim, acho que fizeram muito bem, e daqui, da distância do tempo, parabenizo o casal e faço um brinde. Por que eu haveria de ficar menos cristão ao descobrir que Jesus foi feliz nos braços de Madalena, com os seus filhinhos em volta fazendo algazarra?

SAULO NO CAMINHO DE DAMASCO - O judeu Saulo perseguia os cristãos. No caminho de Damasco caiu do cavalo. E ouviu uma voz: "Saulo, Saulo! Por que me persegues?". Saulo perguntou quem era, e ouviu: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues" (Atos 9, 4 e 5).

Pois, Saulo aprendeu que judeus não deviam perseguir cristãos, e que em cada cristão está o próprio Cristo. Pois, com maior razão e ênfase, será ensinamento de Jesus Cristo que cristãos não devem perseguir judeus. Nem muçulmanos, nem budistas, nem os irmãos da Umbanda e Candomblé, nem a animada turma da Nova Era de Aquarius, nem os ateus e nem ninguém.

Mantendo cada um a sua fé, crença, doutrina ou filosofia; é preciso entender o outro. E conviver. A Paixão Judaica será mais um passo no caminho dessa compreensão e convivência.

Questionado por Saulo sobre o que ele, Saulo, deveria fazer, ordenou Jesus: "Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer" (Atos 9, 6).

Para WJ Solha, "entrar na cidade" será montar sua Paixão Judaica no centro da cidade de João Pessoa, no Ponto de 100 Réis. O que convém fazer cabe a todos que amam a arte e a liberdade de expressão: vamos fazer uma campanha, vamos perturbar prefeito e governador, Funjope e Espaço Cultural, e o que for preciso. Vamos reviver Jerusalém.

Eu estarei na platéia, mas vou furar o script. Não que vá pedir a morte para Barrabás, mas clamarei:

VIDA ETERNA! CRISTO JESUS!




segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A César o que é de César, a Solha o que é de Solha e a Cristo o que é de Cristo - capítulo 1

"Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus" (Mateus 22: 21). O filósofo Iremar Bronzeado interpreta esse enunciado de Jesus Cristo como um dos fundamentos da democracia: a separação entre governo e religião, ou seja, o Estado laico. Já o teólogo Joseph Atwill entende que a única preocupação de Jesus era que os judeus pagassem direitinho os impostos a Roma. Eu concordo com o filósofo Iremar. Aliás, em artigo publicado aqui neste Blog, Iremar Bronzeado, o Filósofo da Liberdade, afirma e demonstra que estão nos Evangelhos os fundamentos da democracia moderna. Já Atwill, roubou de WJ Solha a teoria de que Jesus Cristo teria sido um instrumento do Império Romano, e com a teoria roubada em mãos, vem ganhando fama. Vejam, como dito no post anterior, a teoria da construção pelos romanos de um líder religioso pacifista para debelar a rebeldia dos judeus em relação ao domínio imperial, servindo à Pax Romana; essa teoria é de WJ Solha. Devemos, pois, dar a Solha o que é de Solha. A revista Veja, por exemplo, não fez isso: a sua última edição (23/10/2013) traz uma matéria boa e com título muito feliz - Dai a Jesus o que é de Jesus -, onde a excelente articulista Adriana Dias Lopes comete um único pecado: considerar a teoria como sendo de Atwill, sem dar a Solha o que é de Solha.

Parêntese: eu mesmo devo a Solha uma retificação, e já pago. No post anterior, eu disse que no "Relato de Prócula" o principal artífice do líder judeu pacifista Jesus é o historiador Flávio Josefo, tal como referido por Atwill. Não é; Solha apresenta como educador de Jesus o filósofo Fílon de Alexandria. Confundi Josefo e Fílon em minha mente talvez porque ambos sejam judeus helenizados. Feita a retificação, aproveito para dizer que para esse papel Fílon é cronologicamente mais coerente, pois floresceu (nasceu em + ou - 20 a. C e morreu + ou - no ano 50) na época em que podemos considerar que tenha sido a época da vida de Cristo, enquanto a atividade de Josefo é posterior (nasceu em + ou - 37 d.C e morreu + ou - no ano 100). E mais: na história engendrada por Solha, Jesus Cristo tem existência pessoal e pela sua ação direta é que teria servido aos interesses da Roma Imperial. Para Atwill, Jesus teria servido aos interesses romanos, como "instrumento contrário aos interesses do povo comum", mesmo sem ter existido. Essa é uma cretinice de que já falei, mas voltarei a falar, porque dá gosto contraditar uma bobagem dessas.

Retorno ao leito principal do texto com isto: Joseph Atwill e outros inimigos de Jesus não lhe querem conceder nada, nem o mínimo, que é a existência. É muita sacanagem. E muita obtusidade na investigação histórica.

Lanço mão agora de um superior especialista, o filósofo judeu-cristão Henri Bergson, com um tópico que foi enviado para a área de comentário deste Blog:

"[...]mas é preciso que, seja como for, tenha havido um começo. De facto, na origem do cristianismo há o Cristo.. Do ponto de vista em que nos colocamos, e do qual a divindade aparece a todos os homens, pouco importa que o Cristo se chame ou não se chame homem. Não importa sequer que se chame Cristo. Os que chegaram ao ponto de negar a existência de Jesus não impedirão o Sermão da Montanha de figurar no Evangelho, juntamente com outras palavras divinas. Ao autor dar-se-á o nome que se queira, o que não significará, porém, que não tenha havido autor" (Henri Bergson, As duas fontes da moral e da religião)"

Parece-me irretorquível essa consideração do grande filósofo. Todavia, reforço: que poucos anos após os eventos narrados nos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João milhares de pessoas tenham aderindo ao cristianismo entre os judeus, e que logo mais sejam milhões pelo mundo; não será razoável pretender que tal tenha ocorrido sem um exemplo de carne e osso, uma pessoa viva que pudesse entusiasmar os primeiros adeptos, dando-lhes uma chama capaz de inflamar outras pessoas.  Os primeiros núcleos dos prosélitos cristãos, com registros históricos abundantes, contam com membros que conviveram com Jesus Cristo. As viagens e cartas do Apóstolo dos Gentios têm registro histórico por longa extensão do Império, e Paulo de Tarso, se não conviveu com Jesus Cristo, conviveu com quem conviveu. A morte de Jesus Cristo, durante Tibério César,  e a feroz perseguição de Nero aos cristãos separadas por apenas três décadas; ou seja, em 30 anos de existência o cristianismo tinha já ultrapassado os limites da distante província da Judéia e penetrado e estremecido o coração do Império. Tudo isso sem que nenhum Cristo tenha existido? Divino ou somente humano, sincero ou charlatão, sapiente ou doido de pedra, nunca existiu Jesus Cristo, pessoa nenhuma? Para Atwill, não; foi apenas uma invencionice que uns romanos astuciosos mandaram em pergaminho lá para a Judéia/Galiléia, a ver se colava.

Bem; colar, colou. Mas, se foi mesmo um projeto do imperialismo da Roma pagã, terá sido um projeto bem atrapalhado. Será divertido demonstrar isso no próximo capítulo. Essa novela vai render.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

"O Messias de César": para falar mal do cristianismo, teólogo sem-vergonha dos Estados Unidos rouba o 'Relato de Prócula', do escritor brasileiro WJ Solha

O teólogo/historiador norte-americano Joseph Atwill pensa estar surpreendendo e assustando o mundo com a seguinte história: Jesus Cristo foi uma invenção de aristocratas romanos para sossegar os rebeldes judeus e fazê-los pagar impostos a Roma sem reclamar. O mito de um líder judeu pacifista deveria inspirar nos rebeldes o hábito de "dar a outra face". Essa teoria é bastante criativa, e é também um furto descarado por parte desse Joseph sem-vergonha. Ora, falsa ou verdadeira, tal história, de Jesus Cristo como uma invenção para favorecer a 'Pax Romana' - política implantada pelo Imperador Augusto e continuada pelo Imperador Tibério - já foi contada, faz alguns anos, pelo genial artista-intelectual-filósofo-poeta-romancista brasileiro WJ Solha, no romance "Relato de Prócula".

Joseph Atwill, o gringo malandro, divulga sua "descoberta" através de livro, vídeos e palestras que recebem o nome genérico de "O Messias de César", sempre dizendo que tem novas e retumbantes evidências guardadas para mais tarde. Eu estou curioso para ver até onde vai a desfaçatez do sem-vergonha. No que até agora vem sendo divulgado ele não acrescenta nada de substancial à engenhosa história engendrada por Solha, inclusive a indicação de Flávio Josefo como principal artífice do mito do líder judeu pacifista. Deve-se esclarecer, todavia, que Flávio Josefo não foi propriamente um aristocrata romano, mas  um judeu-romanizado de Alexandria, erudito/filósofo de grande envergadura.

A história contada por Atwill, mesmo por ser roubada de fonte que eu já conhecia, não me surpreendeu nem assustou; todavia, surpreendeu-me a sua petulância e o volume de tolices que ele consegue despejar nas suas declarações midiáticas.

O historiador de araque afirma ser "uma questão de tempo até que sua teoria seja aceita". Primeiramente, a teoria não é dele, é de WJ Solha. Depois, são muitas e muito velhas as teorias negando a existência de Cristo ou dizendo que o Cristo verdadeiro não é aquele dos Evangelhos Canônicos. Por engenhosa que seja, a teoria de Solha, furtada por Atwill, não haverá de abalar o mundo mais do que as milhares de outras teorias anti-cristãs. Como se sabe, o cristianismo resistiu até mesmo ao ateísmo marxista, que chegou a dominar metade do mundo. O cristianismo resistiu ao feroz anti-cristianismo nazista, que disputou com o marxismo o domínio do mundo. Por que será então que esse teólogo besta acha que com uma teoria furtada vai destruir o cristianismo?

Vejamos outras petulâncias e bobagens desse teólogo de meia-tigela. Ele diz, segundo está registrado em vários portais (Yahoo Brasil, Galileu, Gospel Prime, etc.):

 "Apresento meu trabalho com muito cuidado, pois não quero atingir os cristãos. Mas isso é importante para nossa cultura, pois os cidadãos precisam saber que governos criam histórias e falsos deuses. Isto é feito para criar uma ordem social contrária aos interesses do povo comum".

Nós outros, cristãos, não somos tão débeis quanto esse babaca pensa que somos. Eu mesmo dispenso suas delicadezas e já li muito ataque ao cristianismo mais duro do que o dele: sem me abalar. Agora, supor que religiões são, principalmente, produto de artimanhas de governos malvados "para criar uma ordem social contrária aos interesses do povo"; isto é uma imbecilidade que abala minha paciência. Vejamos: os Tupis-Guaranis cultuaram Tupã, Jaci e outras divindades: tal culto não teria sido produto de necessidades espirituais desse povo, mas tão somente uma artimanha dos caciques para contrariar os interesses dos "índios comuns"? Os povos africanos cultuaram (e ainda hoje remanesce o culto na Umbanda e Candomblé) várias entidades representativas das forças da natureza (Oxóssi, Yansã, Xangô...): isso nada tem a ver com a simbiose desses povos com a natureza, não expressam imperiosas necessidades psicológicas e sócio-culturais, sendo apenas uma artimanha dos sobas africanos contra os interesses dos "africanos comuns"? A religião hebraica, com efeito, deve parte da sua elaboração e consolidação ao grande estadista que foi Moisés, mas tal religião favoreceu a libertação dos hebreus do jugo do Faraó: em que, precisamente, a religião mosaica desfavoreceu os "hebreus comuns"? Os gregos e romanos antigos tinham deuses para todos os gostos: Zeus (Júpiter), certamente, tinha uma postura bem estatal (e ainda mais sua esposa ciumenta e mandona, a "Dona Encrenca" Juno); mas o que dizer de Hermes (Mercúrio), protetor dos comerciantes, mas também de ladrões? Que interesse teria o Estado em promover um deus protetor de foras-da-lei? E Dionísio (Baco), deus do vinho, da volúpia e da sacanagem? E aqueles faunos e sátiros muito chegados a uma, digamos, licenciosidade?

O teólogo perna-de-pau avança em outra cretinice; diz ele que sua "descoberta pode ajudar aqueles que tenham sido oprimidos pela religião de alguma forma". Ora, aos que foram oprimidos pela religião no passado - no tempo da Inquisição, digamos -, pouca serventia terá esta "descoberta" de Atwill, mesmo porque não foi Cristo quem oprimiu ninguém, mas instituições religiosas corrompidas; e não oprimiram mais do que o fizeram instituições laicas ou declaradamente anticristãs, como o Estado nazista e o Estado bolchevista. Os oprimidos pela religião cristã hoje em dia, o serão, também, por corrupções das Igrejas, e não pelos fundamentos da mensagem cristã. A pedofilia na Igreja Católica, por exemplo, é uma opressão, uma chaga e uma praga que, a meu entender, deve ser debelada a qualquer custo, mesmo porque disse Jesus Cristo: "Aquele que abusar de um desses pequeninos, melhor seria que lhe fosse atada ao pescoço uma pedra de moinho e jogado no fundo do mar" (Lucas 17, 2). Suponhamos aqueles que foram ou são oprimidos pela religião devido ao ateísmo: ora, se já não acreditavam em Jesus antes da "descoberta" de Atwill, de que lhes poderá valer a milésima repetição de que Jesus Cristo não existiu, e que foi inventado por tal ou qual motivo? Mas alerte-se: hoje, a cristandade é mais perseguida do que persegue.

Atwill já está sendo contestado por estudiosos de renome. E não especialmente por causa do anticristianismo, mas por causa da indigência histórico-investigativa. O professor James Crossley aponta o seguinte: segundo Atwill o mito de Cristo teria sido criado por Flávio Josefo (e aristocratas romanos) por paralelismo com o Imperador Tito. Ocorre, mostra Crossley, que Tito nasceu no ano de 39 e morreu em 81 d.C. Ora, já antes de Tito assumir o Império, o cristianismo avançava e era perseguido: São Paulo havia escrito suas cartas e feito suas viagens, Nero havia jogado cristãos aos leões e incendiado Roma. Na linha imperial, a Nero sucedeu Galba, a Galba sucedeu Vitélio, a Vitélio sucedeu Vespasiano, a Vespasiano sucedeu o filho, esse Tito, que antes de ser Imperador apaixonou-se pela princesa judia Berenice; malfadada princesa que, aliás, foi imortalizada na tragédia homônima de Racine. Quer dizer, teatro à parte, pelos cálculos errados do historiador perna-de-pau, o mito fundador do cristianismo teria sido elaborado depois que o cristianismo já se irradiava por todo o Império e era duramente perseguido.

Ainda que troncho, o gringo Atwill vai causar "frisson" durante algum tempo. Depois, e é apenas uma questão de tempo, cairá no esquecimento. Mas terá o seu sucesso: um sucesso roubado do brasileiro WJ Solha.

Vejam, "Relato de Prócula" é um excelente romance. Eu escrevi contestando o discurso anti-cristão do livro de Solha, mas sem deixar de reconhecer seu valor literário.  O teólogo/historiador gringo roubou de Solha apenas a teoria, não teve como roubar-lhe o talento e a genialidade. De todo modo, acho que Solha deve processar o malandro.

sábado, 12 de outubro de 2013

BANG BANG (My Baby Shot Me Down) "Foi há tanto tempo atrás / Tempo que não volta mais" - A bela deputada Daniella Ribeiro entra na tolice "politicamente correta": dá vontade de chorar

Eu admiro muito a deputada Daniella Ribeiro, tenho acompanhado seu mandato legislativo, exercido com competência e dignidade, marcado pela coragem Foi, portanto, com desalento que li, no excelente Blog do Dércio, a notícia de que ela, a bela Daniella, vem de propor uma tolice do tamanho de um tanque de guerra de verdade: reproduzindo uma insanidade "politicamente correta" em curso em Brasília, Daniella quer abolir as armas de brinquedo na Paraíba, para "auxiliar no combate à violência".

A ideia de que as armas de brinquedo são culpadas pela violência não é séria. Tamanha tolice só encontra eco porque a praga do "politicamente correto" vem corroendo o cérebro "dos brasileiros e das brasileiras". Se há algo que a psicanálise evidenciou é que os impulsos de violência, inerentes a todos os seres humanos, têm de encontrar, nas sociedades civilizadas, espaços de escoamento não deletérios, sob pena de acumulação insuportável, que, inevitavelmente, causará doenças psico-somáticas ou se exteriorizará em rompantes de violência os mais ferozes e deletérios. Que meninos brinquem com armas de brinquedo é tão natural quanto meninas brincarem de boneca; e tão natural quanto crianças de ambos os sexos chuparem o dedo. É natural, bom e necessário. Vejam que se os pais não tiverem dinheiro para comprar brinquedo de loja para o menino, ele fará de um pedaço de pau uma espada; de um galho apropriado fará um revólver e brincará dizendo BANG BANG. Certamente, a patrulha "politicamente correta", além de erradicar os brinquedos das lojas, haverá de 'vigiar e punir' os meninos malvados que insistirem nesses folguedos temerários.

Tirar arma de brinquedo das mãos de crianças é como tirar o futebol dos pés dos adultos: ou tirar o boxe, o judô, a capoeira, a esgrima e todos os esportes de competição; inclusive o aparentemente pacífico xadrez (o xadrez, vejam só, é um esporte violento). Esportes são substitutivos civilizados da guerra. Tirar esses esportes de quem pratica e, consequentemente, de quem aprecia, seria uma violência que, mais cedo ou mais tarde, seria vingada. Se arrancarem as armas de brinquedo das mãos das crianças, mais cedo ou mais tarde elas se vingarão.

Tirar arma de brinquedo das mão de crianças não leva criança nenhuma a abominar a violência, pelo contrário: é uma violência capaz de acumular na criança uma frustração/tensão que a levará a usar de violência quando tiver oportunidade.

O pior é que essa cretinice que foi aprovada pelos deputados de Brasília tem muita chance de ser aprovada também pelos deputados paraibanos, isso devido ao generalizado temor ao patrulhamento dos "politicamente corretos".

Mas qual o propósito do BANG BANG do título? Trata-se da célebre e belíssima canção da dupla/casal Sonny Bono & Cher. A canção fala de um amor que começou quando uma garota de 5 anos e um garoto de 6 brincavam com revólveres de brinquedo ("I was five and he was six"). Ele atira de brincadeira, ela cai de brincadeira... e se apaixonam de verdade. Depois, com o tempo, que é cruel, e não as armas de brinquedo, por motivos que não se sabe, ele a deixa. E ela lamenta a perda daquele tempo de alegre fantasia, brincando com armas de brinquedo: a feliz lembrança de outrora, o tiro e a queda de brincadeira, transforma-se em sentimento de desilusão: "My Baby Shot Me Down".

São muitas as versões, a de Cher é sensualíssima e eletrizante. Tem versão de Nancy Sinatra, de Petula Clark, de Raquel Welch. A canção correu o mundo. O vídeo com a linda versão italiana de Dalida tem imagens comovedoras de duas crianças brincando com seus revólveres de brinquedo, em momento de plena felicidade. No Brasil, BANG BANG fez sucesso na versão de Maritza Fabiani, muito bela, inclusive a letra, cujos dois primeiros versos também usei no título desse triste post. Triste porque vejo que o "politicamente correto" vai avançando, derretendo o juízo das pessoas e transformando o mundo em uma merda. Aliás, no Portal 100 Fronteiras está publicado um excelente artigo de Gelza Rocha onde ela se revolta com a cretinice "politicamente correta" que é o expurgo do universo infantil da cantiga de roda "Atirei o pau no gato".

Então, como diz Maritza Fabiani, "foi há tanto tempo atrás, tempo que não volta mais", o tempo em que as crianças podiam cantar (e os adultos também, de vez em quando, gostavam de acompanhar), livres e alegremente, "atirei o pau no gato, tô / mas o gato, tô / não morreu, reu, reu". E podiam brincar com armas de brinquedo.

Todavia, resisto. Meu neto, de 8 anos, tem algumas armas de brinquedo: espadas de plástico (embora prefiramos lutar com cabos de vassoura) pistola de água, revólver que dispara bolinhas, metralhadora rá-tá-tá-tá, arco e flecha com ponta que prega em superfícies lisas (talvez em alguma testa). Ele adora esses brinquedos. Se vierem tomar essas armas de fantasia das suas mãos e das suas fantasias, reagirei como Nhô Augusto reagiu ao chefe-jagunço seu Joãozinho Bem-Bem, que queria que Augusto Matraga lhe entregasse para ser morto um inocente: "...é fácil... Mas tem de passar primeiro por riba de eu defunto" (vejam em "Sagarana", de Guimarães Rosa).

Enfim deixo para vocês BANG BANG: a versão de Maritza Fabiani e a letra original com tradução. Todas as versões referidas estão disponíveis no You Tube. Peço e imploro que vejam, que escutem e que relembrem um mundo que se vai perdendo, um mundo em que valeu a pena viver.



Bang Bang

Maritza Fabiani

Foi há tanto tempo atrás
Tempo que não volta mais
Um garoto atirava
De mocinho ele brincava (Bang Bang)
E eu caí (Bang Bang)
Me acertou (Bang Bang)
E me matou (Bang Bang)
Assim o conheci
Com o tempo a passar
Começamos a amar
Ele sempre se lembrava
E brincando então falava (Bang Bang)
Você caiu (Bang Bang)
Eu acertei (Bang Bang)
E a matei (Bang Bang)
Assim a conheci
Hoje não sei mais brincar
E nem gosto de lembrar
Todo o tempo com que foi
Tão feliz para nós dois
De verdade ele acertou
E o meu amor matou
Sem aviso ele partiu
Todo o tempo me mentiu (Bang Bang)
E eu caí (Bang Bang)
Me acertou (Bang Bang)
E me deixou (Bang Bang)
Assim eu o perdi
De verdade ele acertou
E o meu amor matou
Sem aviso ele partiu
Todo o tempo me mentiu (Bang Bang)
E eu caí (Bang Bang)
Me acertou (Bang Bang)
E me deixou (Bang Bang)
Assim eu o perdi





Bang Bang (My Baby shot Me Down)

I was five and he was six
We rode on horses made of sticks
He wore black and I wore white
He would always win the fight

Bang bang, he shot me down
Bang bang, I hit the ground
Bang bang, that awful sound
Bang bang, my baby shot me down

Seasons came and changed the time
When I grew up, I called him mine
He would always laugh and say
"Remember when we used to play?"

Bang bang, I shot you down
Bang bang, you hit the ground
Bang bang, that awful sound
Bang bang, I used to shoot you down

Music played and people said
Just for me the church bells ring

Now he's gone, I don't know why
Until this day, sometimes I cry
He didn't even say goodbye
He didn't take the time to lie

Bang bang, he shot me down
Bang bang, I hit the ground
Bang bang, that awful sound
Bang bang, my baby shot me down

Bang Bang (Meu Amor Me Acertou)

Eu tinha 5 e ele tinha 6
Cavalgávamos em cavalos de pau
Ele se vestia de preto e eu de branco
Ele sempre venceria a luta

Bang, bang, ele me acertou
Bang, bang, eu caí no chão
Bang, bang, aquele som horrível
Bang, bang, meu amor me acertou

Estações vieram e mudaram o tempo
Quando eu cresci, eu o chamei de meu
Ele sempre riria e diria:
"Lembra de quando nós brincávamos?"

Bang, bang, eu te acertei
Bang, bang, você caiu no chão
Bang, bang, aquele som horrível
Bang, bang, eu costumava te acertar

A música tocava e as pessoas diziam que
Apenas para mim o sino da igreja tocava

Agora ele se foi, não sei porque
E até hoje, as vezes eu choro
Ele não disse nem ao menos adeus
Ele nem gastou tempo mentindo

Bang, bang, ele me acertou
Bang, bang, eu caí no chão
Bang, bang, aquele som horrível
Bang, bang, meu amor me acertou

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O que é mesmo VANDALISMO?

VANDALISMO é a corrupção campear impunemente no Brasil;
VANDALISMO é a insegurança crescente e assustadora em que vivem as pessoas de bem;
VANDALISMO é o fator previdenciário, que prejudica aposentados, criado por FHC e criticado pelo PT, mas que o PT  fez questão de manter quando chegou ao poder;
VANDALISMO foi o governo do PT corromper o Congresso Nacional com o mensalão para aprovar a reforma da Previdência, em prejuízo dos aposentados e pensionistas;
VANDALISMO foi o ex-presidente Lula dizer que a saúde pública era quase perfeita e que tinha vontade de ficar doente para se tratar numa UPA do SUS;
VANDALISMO é deputado corrupto condenado continuar deputado e fazer parte da Comissão de Constituição e Justiça;
VANDALISMO é o salário + benefícios para cada deputado e cada senador ser de muito mais de 100 mil reais por mês, multiplicados por 513 deputados e 81 senadores (resta saber se são representantes do povo ou chupins do povo);
VANDALISMO é o salário milionário de alguns jogadores de futebol;
VANDALISMO é a  Receita Federal, que massacra os trabalhadores, devolver 5 milhões de reais aos senadores;
VANDALISMO é o sistema de impostos do Brasil ser regressivo (quem ganha menos, paga mais) e não progressivo (quem ganha mais, paga mais);
VANDALISMO é a farra dos cartões corporativos que foi escândalo no governo Lula, continuou no governo Dilma e ninguém liga mais - só em 2012 o custo foi de 59,6 milhões de reais (para quem não lembra, corporativo é aquele cartão mágico com que altos funcionários públicos federais podem gastar com o que quiser e como quiser: motel, cachaça ou tapioca);
VANDALISMO é o embargo infringente para proteger corrupto rico e poderoso;
VANDALISMO é o PT, partido no poder, ter feito da ética sua bandeira para chegar ao poder e hoje glorificar seus chefes mensaleiros corruptos condenados;
VANDALISMO é o ex-presidente Lula da Silva chegar junto de um ministro do Supremo Tribunal Federal para fazer chantagem para proteger corrupto petista mensaleiro;
VANDALISMO é o governo federal, do PT, junto com o governo do Rio de Janeiro, do PMDB, obedecendo ordens da FIFA, gastar um bilhão de reais para destruir o Maracanã do Povo (com a galera, ingresso barato e lotação de 200 mil torcedores) para botar no seu lugar o Maracanã da Elite (sem a galera, ingresso que só barão pode pagar e lotação para 70 mil granfinos);
VANDALISMO é o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do PT, propor à Câmara Municipal um aumento de 30% para o IPTU residencial e de 45% para o IPTU comercial (se passar essa desgraça, muita gente vai perder a casa e dormir na praça);
VANDALISMO é a ministra Ideli Salvatti utilizar helicóptero do SAMU (para transporte de acidentados) para fazer pré-campanha eleitoral (flagrada e questionada, Ideli nem ligou: "outros ministro já utilizaram ou utilizam, então, ilegalidade nenhuma");
VANDALISMO é um assassino de 17 anos estuprar e assassinar uma criança de 4 anos e ser solto pela justiça 3 anos depois para estuprar e assassinar uma criança de 9 anos;
VANDALISMO é o PT querer arrancar bilhões de reais dos contribuintes para financiar as campanhas dos partidos políticos, que já recebem fortunas do Fundo Partidário;
VANDALISMO é ter no PT (e na esquerda autoritária em geral) - partido que chegou ao poder usando com toda liberdade os meios de comunicação - quem faça campanha para restabelecer no Brasil a censura dos tempos da ditadura: coisa que eles chamam de "controle social da mídia", "marco regulatório", "ley de medios" e, vejam que graça, "democratização dos meios de comunicação".

Enfim, amigo leitor e amiga leitora, veja aí você o que lhe parece ser VANDALISMO no Brasil de hoje. Envie para cá o seu VANDALISMO preferido.

Quanto à tribo bárbara germânica dos vândalos, esta foi derrotada, massacrada e dispersa após terríveis batalhas com tropas romanas nos anos de 533 e 534 d.C: tropas comandadas pelo grande general Belisário, a mando do imperador Justiniano. Os vândalos haviam saqueado e barbarizado Roma em 455, daí a má fama. Realmente, os vândalos daqueles tempos gostavam de um saque e de uma esculhambação; porém, coitados, em matéria de saque e de esculhambação não amarrariam as chuteiras dos vândalos do Brasil de hoje.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

A boa bandeira de Marina: "contra o PT e o chavismo instalado no Brasil". Chavismo é bolche-fascismo. E faz mais de 70 anos que o marxista alemão Otto Rühle denunciou o bolchevismo como matriz do fascismo

O chavismo é um fascismo e é uma desgraça. Todo o PT é chávez-fascista? Não. Mas o chávez-fascismo petista está cada vez mais forte e tende a torna-se hegemônico no PT. Daí, pode tornar-se hegemônico no Brasil e liquidar com a democracia.

O de mais importante na decisão de Marina Silva de se filiar ao PSB não foi a decisão em si, mas o fato de Marina ter aproveitado a ocasião para denunciar a ação deletéria do chavismo no Brasil como perigo real à democracia. Ela não foi a primeira a perceber tal perigo, mas a ocasião deu à sua denúncia uma ressonância magnífica. Só por isso, a democracia já lhe fica devedora.

Imediatamente, a esquerda chapa-branca, através da mídia chapa-branca, acusou o golpe, aumentando o volume das difamações que já vinha fazendo contra Marina. Alguns jornalistas chapas-brancas, mas não indecentes, não difamam, tentam mostrar que ela está equivocada, que no PT não há chavismo. Missão difícil, porque a paixão por Hugo Chávez nos altos escalões do PT (e no âmbito de toda a esquerda autoritária) é coisa declarada. Todavia, com Nicolás Maduro o chavismo apodreceu (o Maduro é tão podre e tão cretino que fala com Chávez na forma de passarinho - "pajarito" - e tem noite que dorme ao pé da tumba do ídolo defunto, tal qual um servo de Drácula), a economia da Venezuela está em petição de miséria e a violência tornou-se assustadora; sendo assim, talvez seja conveniente aos chavistas brasileiros um certo afastamento do  chavismo madurista.

Apesar das suas acentuadas características fascistas, o chavismo se pretende um bolchevismo com adereços novos (Socialismo do Século XXI) e ícones com cor local (Simón Bolívar/bolivarianismo); sobretudo cultuam a Cuba de Fidel e Raul Castro. Não deixam de ter razão, porquanto bolchevismo e fascismo são aparentados.

Façamos uma rápida digressão histórica que explicará porque chamo tal corrente/ação política, o chavismo, de bolche-fascismo.

Bolchevismo e fascismo, embora já se tenham enfrentado, são oriundos de uma mesma terra: o socialismo coletivista; adubados pelo mesmo estrume: a violência; e produziram os mesmos frutos: a ditadura e o totalitarismo. Essa identificação entre bolchevismo e fascismo foi feita com extraordinário vigor pelo marxista alemão e herói da resistência ao nazismo Otto Rühle, em um texto intitulado "A luta contra o fascismo começa pela luta contra o bolchevismo" (disponível em www.marxists.org), clandestinamente circulado e publicado pela primeira vez em 1939 no "Living Marxism". Aconselhando a leitura do texto na íntegra, citamos aqui algumas passagens:

Na abertura, falando da Rússia Soviética:
"Foi a primeira a estabelecer uma ditadura constitucional, com o sistema de terror político e administrativo que o acompanha. Adotando todas as características do Estado totalitário, tornou-se assim o modelo para todos os países constrangidos a renunciar ao sistema democrático para se voltarem para a ditadura. A Rússia serviu de exemplo ao fascismo";

Nos itens em que especificamente caracteriza o bolchevismo:
"2 - O bolchevismo é um sistema autoritário. O cume da pirâmide social é o centro de decisão determinante. A autoridade é encarnada na pessoa toda-poderosa. No mito do chefe, o ideal burguês da personalidade encontra sua mais perfeita expressão"; 

"5 - O bolchevismo é uma ditadura. Utilizando a força brutal e métodos terroristas, orienta todas as  funções em direção à eliminação das instituições e opiniões não bolcheviques. A sua "ditadura do proletariado" é uma ditadura de uma burocracia ou de uma úncia pessoa";

Conclusão: "O fascismo não passa de uma simples cópia do bolchevismo. Por esta razão, a luta contra o fascismo deve começar pela luta contra o bolchevismo".


No Brasil, o projeto bolche-fascista é ainda incipiente. Dentro do governo Dilma e do próprio PT sofre séria resistência. O bolche-fascismo brasileiro tem seguido a cartilha leninista de dar um passo atrás para, em melhor ocasião, dar dois passos a frente. Lá atrás, com a descoberta da roubalheira do mensalão, deu um passo atrás. Hoje, prepara dois passos a frente: a desmoralização da Justiça e o restabelecimento da censura. Os defensores da Justiça e da Liberdade têm de tolher os passos desses corruptos e liberticidas.
Que o nosso brado democrático seja:

A LUTA CONTRA O FASCISMO NO BRASIL COMEÇA
PELA LUTA CONTRA O CHÁVEZ-PETISMO





sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Os assassinos "politicamente corretos" da menina Rebeca, 9 anos, estuprada, estrangulada

O "Politicamente Correto" é estúpido e  ridículo; por esse viés, pode também ser engraçado. A estúpida e ridícula cartilha "Politicamente Correto & Direitos Humanos", editada pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, no governo Lula, já serviu de divertimento aqui neste Blog. Porém, esta praga, semeada primeiramente nos Estados Unidos, produto de uma mancebia entre liberais e marxistas, se teve boas intenções,  evoluiu para as perversões. Mais do que risos, a doutrina "politicamente correta" produz desatinos, é estrume de desgraças, induz a crimes. Com efeito, tornou-se zelo especial dos "politicamente corretos" a defesa de criminosos. Neste zelo, passaram a patrulhar todos os que defendem os inocentes. Por óbvio, os que defendem a redução da maioridade penal, o fazem preocupados com os inocentes vítimas da ferocidade de estupradores e assassinos menores de 18 anos . A patrulha "politicamente correta" divulga, espalha e alardeia que defender a redução da maioridade penal é "coisa da direita", "coisa de reacionário", "coisa de troglodita". Tem quem fique assustado. Eu não fico. Eu quero mais é que os patrulheiros "politicamente corretos" se estrepem.

Vejam: Elder Marinho, 22 anos, ao ser preso, confessou o estupro e assassinato de Rebeca Miranda, menina de 9 anos de idade. Ele violentou e estrangulou Rebeca: UMA MENINA DE 9 ANOS. Ele é um criminoso. Porém, eu afirmo que os "politicamente corretos" são mais criminosos do que ele, são mais responsáveis pela morte de Rebeca do que ele. Vejam: Elder Marinho, há apenas 5 anos, havia violentado e assassinado uma criança de 4 anos - UMA CRIANÇA DE 4 ANOS. Foi no Ceará, ele foi preso. Por que, então, estava solto? Teria fugido da cadeia? Não, ele estava solto porque a justiça "politicamente correta" assim determina. Elder, quando violentou e assassinou a criança de 4 anos, tinha 17 anos, não podia ficar preso por mais de 3 anos. Assim determina o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), lei que tem aspectos positivos e que, por isso mesmo, precisa ser modificada em item evidentemente perverso; item este que se tornou bandeira do "politicamente correto", que se lixa para todos os inocentes exterminados. Vejam: por óbvio, se o assassino Elder estivesse preso, não poderia ter assassinado Rebeca. Para os "politicamente corretos", essa obviedade não tem nenhuma importância: eles são fanáticos. Para os "politicamente corretos", Rebeca não tem a menor importância: eles são fanáticos.

Finalmente, vejam: as pesquisas já feitas indicam que mais de 90% dos brasileiros são a favor da redução da maioridade penal. Para os "politicamente corretos", isso não tem a menor importância: eles são fanáticos.

ELES SÃO FANÁTICOS E MANDAM NO BRASIL!

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

"Para a liberdade foi que Cristo nos redimiu. Permanecei, pois, firmes, e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão" - esplêndido texto de Iremar Bronzeado, o Filósofo da Liberdade

Estava eu matutando no assunto do novo post. Haveria de ser algo ligado à política democrática e ao princípio de liberdade. Eis que me chega, via e-mail, um artigo de Iremar Bronzeado; artigo este consentâneo com minhas meditações e por tal forma esplêndido que melhor eu não poderia fazer que publicá-lo. Não sendo meu, passa a ser: reclamo-o. Creio mesmo que possa ser reclamado por quantos amem a democracia e a liberdade.


 DEMOCRACIA E HISTÓRIA
Iremar Bronzeado

história da humanidade tem sido a história da luta entre os seres humanos em busca da liberdade, da democracia e do bem-estar individual; e não a luta de classes como equivocadamente dogmatizaram Marx e Engels, no Manifesto Comunista. Tanto que, nas próprias instituições classistas dominadas pelo movimento marxista, que as concebe como blocos compactos de pensamento e vontade, os indivíduos se engalfinham em memoráveis lutas internas pela conquista de influência e poder.
Desde o seu alvorecer, o homo sapiens, aos trancos e barrancos, tem, aos poucos, avançado na luta por estas metas, que humanizam o ambiente em que ele se torna cada vez mais humano. Segundo o filósofo Immanuel Kant (Idéia de uma história universalde um ponto de vista cosmopolita, Martins Fontes, São Paulo, 2011) o Iluminismo e a Revolução Francesa se constituem, no rito de passagem, da menoridade para a maioridade civil da sociedade humana, quando, em oposição às ideologias heterônomas e autocráticas do mundo antigo, foram estabelecidos os princípios balizadores da democracia moderna, quais sejam: autonomia, liberdade, igualdade, fraternidade e responsabilidade social. Para o filósofo alemão Ernst Cassirer, (1874-1945, "A Filosofia do Iluminismo, Editora da UNICAMP, 1997) os filósofos iluministas, consciente ou inconscientemente, alicerçaram os fundamentos da modernidade democrática na moralidade ética da doutrina cristã. De fato, no Evangelho, o manifesto fundador desta que foi, e ainda está sendo, a maior revolução ética, política e cultural de todos os tempos, já estão claramente prenunciadas as regras e o caminho para a busca universal da felicidade. Os grandes construtores do moderno ordenamento jurídico e social nada mais fizeram do que adaptá-las à ordem profana da sociedade civil. 
Vejamos, entre muitas, algumas passagens do Evangelho que confirmam a veracidade desta inferência filosófica: Liberdade: Lc.4:18:"O Espírito do Senhor...enviou-me para proclamar liberdade aos cativos ... e por em liberdade os oprimidos". Rm.8;21: "Na esperança de que a mesma criatura será redimida da servidão para a liberdade da glória dos filhos do Espírito". 2Co.3:17: "Ora, o Senhor é o Espírito; e onde há está o Espírito do Senhor, aí há liberdade". Gl.5:1: "Para a liberdade foi que Cristo nos redimiu. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão". Gl.5.13:"Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade". "Tg.1:25:"Aquele que atenta bem para a lei perfeita, a lei da liberdade,...será  bem-aventurado no que realizar". Tg.2:12; "Assim falai e assim procedei como devendo ser julgados pela lei da liberdade". Igualdade: Lc.l.52: "...(Jesus)...derribou os poderosos e exaltou os humildes". Lc.3:5: "Todo vale se levantará e toda montanha se abaixará". Mc.3:35:"E, olhando aos que estavam ao redor, disse: Eis...meus irmãos". Quando Jesus afirma que somos todos seus irmãos, Ele proclama a igualdade entre todos os homens,  porque somos filhos do mesmo Pai e temos os mesmos direitos e deveres diante d'Ele. Fraternidade: Mt.23:8;"...um só é vosso mestre, e vós todos sois irmãos". At.7:26:"Homens, vós sois irmãos; por que vos ofendeis uns aos outros?" Rm.14:10:"Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu por que desprezas o teu?" Hb.2:11:"...todos vêm de um só. Por isso é que ele não se envergonha de lhes chamar irmãos,..."1Jo.2:10:"Aquele que ama seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço". 1Jo.3:14:"Sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte".Responsabilidade social: Lc.6:31:"Como quereis que os homens vos façam, assim vazei vós também a eles". Mt.19:21:"Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro nos céus." 2Co.9:"Distribuiu, deu aos pobres e sua justiça permanece para sempre."
Jesus, com o seu famoso "Dai a César o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus" (Mt.22:21), empunhou, muito avant la lettre, uma das principais bandeiras das sociedades madurecidas pela racionalidade da Ilustração, qual seja, a estrita separação entre o Estado e as instituições religiosas. Quando os seus seguidores tentaram proclamá-lo rei, Ele recusou, fugindo para as montanhas (Jo.6:15) e, quando Pilatos perguntou se Ele era o rei dos judeus, "Jesus respondeu: O meu reino não é deste mundo....O meu reino não é daqui" (Jo.6:36). Além disso, Jesus, reconhecendo os ganhos de capital com a cobrança de juros, bem como a atividade dos bancos, e dos banqueiros (Mt.25:27 e Lc.19:23), sancionou precocemente  a Democracia Liberal de Mercado, que viria, cerca de vinte séculos depois, a se perpetuar como o padrão otimizado da atividade produtora e da convivência social, aberto ao aperfeiçoamento, ad infinitum, através da livre iniciativa e da livre concorrência em busca de maiores lucros.
O Cristianismo e o Iluminismo se articulam historicamente como as duas revoluções permanentes, capazes de conduzir a espécie humana a uma condição cada vez mais justa, livre e feliz.