Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

sábado, 31 de agosto de 2013

A carta em que Karl Marx defende e enaltece a escravidão negra (especificando a escravidão no Brasil)

Em 1846, de Paris, Karl Marx escreveu uma carta a Pavel Annenkov esculhambando com o livro A Filosofia da Miséria (Systéme des contraditions économiques ou Philosophie de la misére), do anarquista Pierre Joseph Proudhon, e com o próprio Proudhon. Em um trecho dessa carta, Marx faz uma veemente defesa da escravidão negra, citando, inclusive, o caso da escravidão no Brasil. A longa carta está disponível no Marxists Internet Archive e pode ser consultada por quem queira. Várias traduções estão disponíveis em muitos sites. Publico o trecho referido tal como está em
www.scientific-socialism.de/FundamentosCartasMarxEngels281246.htm


Gostaria, agora, de apresentar-lhe um exemplo da dialética do Sr. Proudhon.
liberdade e a escravidão constituem um antagonismo.
Não preciso falar nem dos aspectos bons nem dos aspectos maus da liberdade.
No que respeita à escravidão, não é necessário falar de seus aspectos maus.
A única coisa que carece de elucidação é o aspecto bom da escravidão.
Não me refiro à escravidão indireta, i.e. a escravidão dos proletários.
Refiro-me à escravidão direta, à escravidão negra, existente no Suriname, no Brasil, nos Estados do sul dos EUA.
escravidão direta é o ponto decisivo de nossa indústria contemporânea, tal quais o são as máquinas, o crédito etc.
Sem escravidão, não há algodão. Sem algodão, não há indústria moderna.
Só o advento da escravidão conferiu às colônias o seu valor, só as colônias criaram o mercado mundial.  
mercado mundial é a condição necessária da grande indústria de máquinas. 
Assim, antes do tráfico negreiro, também as colônias do velho mundo forneciam, portanto, apenas muito poucos produtos e não modificavam, perceptivelmente, a face do mundo.
Consegüintemente, a escravidão é uma categoria econômica de suprema importância.
Sem a escravidão, os EUA, a nação mais avançada, transformar-se-iam em um país patriarcal.
Riscando-se os EUA do mapa mundi, teríamos a anarquia, a total decadência do comércio e da civilização moderna.
Porém, permitir que a escravidão desaparecesse, significaria riscar os EUA do mapa mundi.     
Assim, como também a escravidão é uma categoria econômica, é ela, pois, encontrada desde o início do mundo, em todos os povos.
Os povos modernos apenas mascararam a escravidão em seus países e introduziram-na, conscientemente, no Novo Mundo.
Ora, depois dessas reflexões acerca da escravidão, o que é que fará o bom Sr. Proudhon ?
Procurará a síntese de liberdade e escravidão, o verdadeiro juste-milieu (EvM.: o justo-meio), em suma: o equilíbrio entre escravidão e liberdade.". 


Em um próximo post, pretendo fazer considerações sobre este posicionamento um tanto desconcertante do pai do comunismo moderno. Antes, porém, gostaria que os leitores opinassem sem nenhuma mediação; sendo aconselhável, claro, que leiam a carta na íntegra.

domingo, 18 de agosto de 2013

"Politicamente Correto & Direitos Humanos" - um post ainda mais besta que o anterior

Eu ando com uma preguiça medonha de escrever; aí, para o último post, escrevi um monte de besteiras. Porém e todavia, surpreendentemente, bombou; o número de visitas subiu com força: uma beleza! A pois (linguagem de Guimarães Rosa), resolvi escrever um post ainda mais besta, a ver se a audiência internáutica aumenta ainda mais. Pensei, pensei e, pimba!; coisa mais besta do que o "Politicamente Correto", não conheço. É também uma doutrina perigosa. Eu mesmo já declarei que se a "ditadura do Politicamente Correto" for implantada no Brasil, mudo-me para a Coréia do Norte, para viver sob a "ditadura do proletariado", que é mais branda. Mas vamos nos deter no aspecto divertido da doutrina. Malandramente, para ajudar minha preguiça, vou transcrever mais do que escrever. Vocês devem se lembrar que em 2004 foi publicada pela Secretária Especial de Direitos Humanos da Presidência da República a cartilha "Politicamente Correto & Direitos Humanos", com palavras e expressões a  serem expurgadas da linguagem dos brasileiros. Mais de uma vez, eu trouxe a este Blog notícia dessa cartilha, mas é um filão inesgotável; trata-se de uma impagável peça de humor (ainda que não intencional, não importa), comparável às melhores criações nacionais, de gigantes do humor, como Millôr Fernandes, Stanislaw Ponte Preta e o Barão de Itararé. Vejam alguma pérolas da nunca assaz lembrada cartilha (entre parênteses, vão meus comentários):

"Barbeiro - O uso da expressão, no sentido de motorista inábil, obviamente é ofensiva ao profissional especializado em cortar cabelo e aparar barba".

(Meu barbeiro, que já me deu carona mais de uma vez, quando no trânsito, ofende a si mesmo, pois chama os outros motoristas de "barbeiros"; e outros nomes feios, é um barbeiro politicamente incorreto).

"Beata - O termo deprecia as mulheres que vão com muita freqüência às  missas e ofícios da Igreja católica".

(Uma tinha minha, já falecida, por quem eu tinha - e tenho - imenso carinho, ia muito à missa. Eu dizia: "Tia, a senhora é muito beata!". Ela não se ofendia, e me mandava rezar: "Vá rezar, menino, deixe de ser besta!").

"Cabeça chata - Termo insultuoso, racista, dirigido contra os nordestinos, em especial os cearenses".

(O termo até pode ser insultuoso, mas racista não é: branco, negro, índio ou miscigenado, tudo que é cearense é cabeça chata).

"Ladrão - Atualmente, o termo é mais aplicado a indivíduos pobres. Os ricos são preferencialmente chamados de 'corruptos', o que demonstra que até os xingamentos têm viés classista".

(Sei não. O Maluf, por exemplo, que é muito rico, todo mundo chama ele, talvez injustamente, de ladrão. E o juiz Nicolau, chamam de lalau).

"Palhaço - O profissional que vive de fazer as pessoas rirem pode se ofender quando alguém chama de 'palhaço' uma terceira pessoa a quem se atribui pouca seriedade a uma atitude sua".

(Fala sério! Precisa ser muito palhaço para levar a sério uma cogitação tão imbecil).

Por causa da minha preguiça, paro por aqui. Mas vocês podem acessar todas as pérolas desse tesouro na internet. E, como parte das comemorações de 10 anos de governo do PT, a hilariante cartilha deverá ter uma nova edição impressa, revista e ampliada.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O Dia dos Pais e o Calendário Positivista de Auguste Comte

Para que serve o Dia dos Pais? Principalmente para aumentar o faturamento dos comerciantes. Não digo isso em tom de crítica. Pelo contrário, acho bom que os comerciantes faturem. Sou grande apreciador da sociedade de consumo. Eu mesmo, consumo o que posso; e não consumo mais porque não posso. Os críticos da sociedade de consumo, pelo menos os que conheço, consomem mais do que eu. Ocorre que consomem coisas esquisitas, especialmente feitas para serem consumidas pelos inimigos mortais da sociedade de consumo. Os comerciantes especializados em produtos para serem consumidos pelos anticonsumistas se dão bem, faturam uma barbaridade; e o negócio não para de crescer. Guido Mantega e Dilma Rousseff agradecem, pois precisam de muito consumo para fazer crescer o negócio lá deles, que está pequeno: o pibinho.

Mas meu assunto era outro. O Dia dos Pais, que se comemorou ontem - domingo/11 de agosto -, surgiu por influência do Calendário Positivista de Auguste Comte. A filosofia positivista será já um anacronismo, mas teve influência avassaladora de meados do século XIX até início do séc. XX, quando foi substituída pela filosofia marxista, também dita materialismo-dialético. Tenho em mãos os dois catecismos: o de Comte, propriamente intitulado Catecismo Positivista, e o de Marx e Engels, intitulado O Manifesto Comunista (no marxismo tem também uma Suma Teológica, intitulada O Capital, mas é um calhamaço muito chato que pouca gente leu). Não gostando nem de um nem de outro, posso garantir que o positivismo original é mais produtivo e menos mistificador.

O positivismo, todo mundo sabe, veio para acabar de vez com a metafísica, com todas as ilusões de transcendência, especialmente a crença em Deus e na Vida Eterna, e em outras superstições religiosas pregadas pela Igreja Católica e adotadas pelas mentes atrasadas e obtusas. Todavia, terminou, o positivismo, por criar sua própria religião, a Religião da Humanidade, e fundar sua própria Igreja Positivista, com rituais ainda mais complicados que os do catolicismo.

O marxismo, embora depois da morte do mestre Karl Marx, também criou sua própria religião e edificou sua própria Igreja. A Religião Marxista teve como Igreja o chamado Komintern, e o seu Santo Papa foi Stalin. Foi tão - ou mais - poderosa quanto a Igreja Católica na Idade Média. Porém, as muitas heresias e a rebelião do rebanho levou a um fim prematuro. Atualmente, a doutrina revive sob o curioso nome de "Politicamente Correto", e trabalha intensamente para edificar uma nova Igreja.

Voltando a Comte, veremos que a referida Religião da Humanidade e sua Igreja Positivista estabeleceram, inclusive, calendário próprio, tendo como referência não mais os santos católicos (alguns entram, por exceção), mas personagens do mundo secular e instituições sociais. Inspirado no abade Marco Mastrofini, Comte elaborou o Calendário Histórico, para acabar com o ultrapassado Calendário Gregoriano (na verdade, circularam outras versões de calendário positivista, sendo o Calendário Histórico o mais difundido):

Calendário Positivista/Histórico (364 dias, 13 meses de 28 dias, dois dias extras e ano bissexto - um dia extra para Festa dos Mortos e ou outro em Homenagem às Santas Mulheres; ou uma determinada Mulher)

Mês 1 - Moisés
Mês 2 - Homero
Mês 3 - Aristóteles
Mês 4 - Arquimedes
Mês 5 - César
Mês 6 - São Paulo
Mês 7 - Carlos Magno
Mês 8 - Dante
Mês 9 - Gutemberg
Mês 10 - Shakespeare
Mês 11 - Descartes
Mês 12 - Frederico II
Mês 13 - Bichat

Muito simpáticos os heróis de Comte. Num calendário meu, substituiria um ou outro, mas reconheço que todos têm grande merecimento. O menos famoso será esse Bichat. Não era bicha (se bem que, no seu tempo, se fosse, não sairia do armário). Trata-se do grande anatomista e fisiologista francês Marie François Xavier Bichat, pai da histologia moderna.

Tem ainda o complicadíssimo Calendário Sociolátrico, com as 81 Festas Anuais da Religião da Humanidade. Algo especialmente curioso nesse Calendário é o Mês de Festas dedicadas ao Casamento, diferenciado por Comte em 4 tipos:

Casamento Completo - Casamento Casto - Casamento Desigual - Casamento Subjetivo

O Casamento Completo deve ser muito bom. O Casamento Desigual deve ser o atribulado casamento que quase todo mundo vive, inclusive Comte, cuja esposa, Caroline, era, segundo o atormentado marido, "insubmissa e controladora" (no Brasil, costuma-se chamar esse tipo de esposa de "Dona Encrenca"). O grande amor de Auguste Comte foi Casto e Subjetivo. Platônica e perdidamente, apaixonou-se o filósofo por Clotilde de Vaux, em memória e sob inspiração de quem, justamente, elaborou a Religião da Humanidade e edificou sua Igreja Positivista.

Para o fim da vida, siderado pela imagem da sua inolvidável Clotilde, como Edgar Allan Poe, no sublime poema O Corvo, pela "inolvidável Lenora", dizem os desafetos, Auguste Comte já não batia bem da bola. Seus devotos negam tal alienação mental.

De qualquer modo, os principais líderes positivistas, que realizaram grandes feitos pelo mundo afora, foram, de modo geral, personagens responsáveis e sisudos. No Brasil, todo mundo sabe, foram decisivos na Proclamação da República, tanto que o lema sagrado da doutrina positivista está imortalizado na Bandeira Nacional Brasileira, embora em versão mutilada. A fórmula sagrada da Religião Positivista é: "O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim ". O bravo senador Suplicy quer restaurar o "Amor" no "auriverde pendão" que, diz o poeta, "a brisa do Brasil beija e balança" (eis aí, vejam, um bom tema para plebiscito; melhor que financiamento público de campanhas para encher as burras dos partidos, forrar os bolsos dos políticos)

Não foi só a República e a Bandeira, o positivismo nos deixou toda uma graciosa herança, e graças a tão augusta doutrina, hoje em dia "todos e todas brasileiros e brasileiras" têm, como diria Erasmo Carlos, "Um Dia Pra Chamar de Seu":

Dia dos Pais, Dia das Mães, Dia do Trabalho, Dia do Professor, Dia da Criança, Dia do Pedicuro, Dia do Médico, Dia do Guarda Noturno, Dia do Numismata, Dia dos Supermercados (os supermercados roubam todos os dias, e ainda ganham um dia específico para roubarem mais), Dia do Índio (os índios, coitados, perderam suas terras, mas, em compensação, ganharam um dia só para eles), Dia do Pintor de Parede (na minha pesquisa-google não encontrei o Dia do Pintor de Rodapé de Parede, mas deve ter), Dia da Madrinha, Dia da Marinha, Dia do Funcionário Público Aposentado, Dia do Poeta, Dia do Agente Fiscal (nos tempos antigos, segundo os Evangelhos, eram hostilizados e chamados 'publicanos', hoje estão redimidos), Dia Nacional de Respeito ao Contribuinte (jamais foi levado a sério), Dia do Aperto de Mão, Dia do Orquidófilo, Dia do Revendedor Lotérico (foi instituído pelo deputado anão do orçamento por lembrança do amigo que lhe revendeu 221 bilhetes premiados), Dia do Caboclo, Dia do Palhaço, Dia da Pizza (especialmente cultuado pelos políticos corruptos), Dia da Baiana do Acarajé, Dia do Vendedor de Livros, Dia da Coragem (é o meu dia; precisa ter muita coragem pra escrever tanta besteira).  










segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Um caso de esquizofrenia, "triste como uma lágrima": "Eu sou o que sou, sou igual a você, eu tenho segredos e tenho um passado" - o alcance da ciência e o alcance do Amor

Um psiquiatra meu amigo, médico de grande saber científico, larga experiência e não menos vasto coração, apresentou-me, em conversa de mesa de bar, um prontuário com um contraponto. O prontuário era dele mesmo, o psiquiatra meu amigo; o contraponto era da paciente. Havia meses,  meu amigo andava com aqueles papéis no bolso, meditando, um tanto angustiado, com os limites da ciência e o sem-limite das almas. Pediu-me que considerasse, que o acudisse com algum conselho. Porém, se ele que é psiquiatra, não via por onde agir; o que me seria possível dizer? Respondeu-me que, em sendo eu cristão, falasse em nome do Amor de Caridade, que em latim se diz "Caritas". E lembrou-me a encíclica de Bento XVI: "Deus Caritas Est".

O que faço, inicialmente, é dividir essa obrigação com os leitores, apresentando-lhes o prontuário e o contraponto.

Prontuário/descrição do psiquiatra: "Paciente em estado crítico, sem possibilidade de controle no CAPS (Centro de Atenção Psico-social), necessita urgentemente internamento em hospital psiquiátrico... Quando em surto, apresenta: excitabilidade psíquica, automutilação, alucinações visuais, ideação suicida, crises de choro com episódios de histeria".

Contraponto/manuscrito da paciente, 25 anos, portadora de esquizofrenia, anexado ao prontuário: "Eu sou o que sou, sou igual a você, eu tenho segredos e tenho um passado. Sobre o que estou escrevendo, estou escrevendo por você, por favor encontre uma razão para viver, pois eu procuro em todos os lugares e ainda não encontrei. Deus segura em minha mão, minha alma aflita pede tua atenção, cheguei no nível mais difícil... Quando penso que estou forte, fraca estou".

Vê-se que, por dentro da loucura, expressa-se profunda e dolorosa lucidez. Diz meu amigo que tal lucidez é comum nos casos de esquizofrenia. Eu lembrei-lhe o episódio literário do filósofo doido Quincas Borba, nas Memórias Póstumas de Brás Cubas:

 "Quincas Borba não só estava louco, mas sabia que estava louco, e esse resto de consciência, como uma frouxa lâmpada no meio das trevas, complicava muito o horror da situação" [...] "Outras vezes amuava-se a um canto, com os olhos fitos no ar, uns olhos em que, de  longe em longe, fulgurava um raio persistente da razão, triste como uma lágrima".

 E perguntei ao meu amigo psiquiatra se o personagem de Machado de Assis era esquizofrênico. Ele me respondeu que não cuida dos loucos da literatura, que já tem bastante trabalho e  angústia com os loucos seus pacientes, que a ciência é, neste particular da esquizofrenia, extremamente limitada, e a completa cura, nos casos agudos de esquizofrenia/obsessão suicida, quase impossível; restando os medicamentos paliativos, que, principalmente, bloqueiam o impulso suicida e dão alguma sobrevida, mais ou menos suportável.

Então, amigos leitores e amigas leitoras, aonde a ciência não vai, podem ir o Amor e a Caridade, a Fé e a Esperança?

Encanta-me esta canção - que conheço nas vozes de Roberto Carlos e do Padre Antônio Maria (creio que de autoria deste) - :

"Cura, Senhor, onde dói! / Cura, Senhor, bem aqui! / Cura, Senhor, onde eu não posso ir!".

Pois, encontro-me mais aflito do que meu amigo psiquiatra; e apenas posso pedir: "Cura, Senhor, ali, naquela paciente! Cura, Senhor, onde a ciência não vai, nem eu posso ir!