Blog Rocha 100
“No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.
terça-feira, 27 de novembro de 2012
O Petróleo É Nosso, De Todos Os Brasileiros!
Essa boa gente gosta muito do Rio de Janeiro e acha que o resto do Brasil é secundário. A manifestação foi bonita, muito enfeitada (e custou uma nota preta, que o governador Cabral não quer revelar). A nossa contracampanha também pode ser enfeitada com muito artista famoso. Só daqui da Paraíba, acho que podemos contar com Fuba das Muriçocas, Renata Arruda, Chico César, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Zé Bezerra, Romeu e Cláudia Carvalho, Genival Lacerda, Vital Farias, Pedro Osmar, Bráulio Tavares, Antonio Barros e Cecéu, etc. Com Antonio Barros e Cecéu na campanha (ou contracampanha), poderemos usar o maior sucesso deles para dar o tom, a cor, o vigor e a cara da nossa luta: HOMEM COM H: "Nunca vi rastro de cobra nem couro de lobisomem; se correr o bicho pega, se ficar o bicho come".
Isso quererá dizer o seguinte: a gente ganha o que é nosso de todo jeito: se a nossa primeira campanha - NÃO VETA, DILMA! - funcionar, ótimo. Se Dilma fizer a besteira de vetar, abriremos a segunda campanha: DERRUBA, CONGRESSO!
Nós somos o BICHO HOMEM: vamos pegar e comer o que é nosso de todo jeito.
Nossa campanha precisa, claro, contar também com políticos de expressão, assim como os monopolistas do petróleo mobilizaram seus governadores, senadores, deputados, prefeitos e vereadores. Por óbvio, todos os governadores dos estados não produtores terão papel de comando na nossa campanha. Mas, da Paraíba, citarei dois políticos que devem ir para a linha de frente: o senador Vital do Rêgo, do PMDB, e o prefeito eleito de Jampa Capital, Luciano Cartaxo, do PT.
Vitalzinho foi, no Senado, o feliz relator do Projeto de Lei vitorioso no Congresso; e vitorioso por larga maioria: 286 a 124 (esse Projeto de Lei teve início com o deputado Ibsen Pinheiro - nosso Louvor e Homenagem - e instituirá - se não for vetado - a justiça distributiva dos royalties do petróleo).
Luciano Cartaxo foi eleito enfatizando, repetindo e insistindo na força e prestígio que sua administração teria junto à Presidente Dilma Rousseff (acreditamos que terá; e é hora de provar).
Infelizmente, entre os políticos paraibanos que poderiam fortalecer a campanha tivemos duas pesadas baixas: o senador Lindbergh Farias e o deputado Padre Luís Couto.
Nascido, amamentado, criado, educado e formado na Paraíba, o nosso líder cara-pintada elegeu-se senador pelo Rio de Janeiro e resolveu desprezar sua terra-mãe para ficar do lado do seu estado de adoção eleitoral.
Já o padre deputado, eleito pela Paraíba, não se sabe por tentação de quais diabos, resolveu rezar pela cartilha mesquinha e também votou contra a Paraíba e a maioria dos brasileiros.
A campanha O PETRÓLEO É NOSSO, DE TODOS OS BRASILEIROS! (ou qualquer outro nome que lhe queiram dar) é urgente. Depois da manifestação do Rio, a imprensa já dá conta de que a Dilma tende a ceder diante do clamor dos monopolistas de royalties. Eu duvido. Todavia, não se pode deixar a campanha mesquinha avançar sem resistência. E vejam: nós outros, todos os brasileiros menos os fluminenses e capixabas, temos muito maior poder de fogo. Se a campanha mesquinha levou 200 mil pessoas à Cinelândia, nossa generosa campanha poderá levar às ruas de quase todo o Brasil, em um só dia, 2 milhões de nordestinos, nortistas e sulistas.
A Presidente tem até sexta-feira, 30/11, para decidir sobre o veto. Apenas 3 diaszinhos. Quem quiser fazer alguma coisa, MEXA-SE AGORA! Se colocarmos nossa campanha nas ruas antes da decisão da Dilma, ela vai fazer as contas e não vai vetar. Se demorarmos, estaremos levando a Presidente ao possível vexame e tremendo desgaste de ver o seu veto derrubado pelo Congresso Nacional após uma campanha que haverá de levar às ruas, numa grande sequência de atos públicos, não menos de 20 milhões de pessoas.
Se você concorda com essa campanha, divulgue esse post.
Cordialmente,
Washington Alves da Rocha - cel: (83) 8836-5493 ; e-mail: rochealves@yahoo.com.br
domingo, 18 de novembro de 2012
O PT não é um partido acima da lei: não pode ser, não deve ser e não será - ou 'A MARCHA SOBRE BRASÍLIA', que não haverá
Setores do partido, desde que este chegou ao Planalto, têm cavado na direção do poder arbitrário. Sem sucesso. Mas o caldo do autoritarismo petista vem engrossando. Como todos sabem, a Direção Nacional do PT afrontou o Supremo Tribunal Federal em nota oficial. Isso para defender os corruptos-quadrilheiros do partido, muito especialmente o chefe Zé Dirceu. A Direção Nacional avançou contra o Estado Democrático de Direito com desassombro, e concluiu a nota desaforada com uma conclamação que é um grito de guerra:
"Conclamamos nossa militância a mobilizar-se em defesa do PT e de nossas bandeiras".
As bandeiras em pauta estão, como veremos, direta ou camufladamente, indicadas na nota/manifesto:
a) submeter o STF, revogar sua decisão, arrancar das mãos da Justiça os corruptos-quadrilheiros petistas condenados;
b) submeter, constranger, calar, controlar, enquadrar, regular, censurar a imprensa independente;
c) por via de consequência dos itens anteriores, fazer do PT UM PARTIDO ACIMA DA LEI.
Para mascarar sua própria intenção, a nota/manifesto da Direção Nacional do PT tenta colar no STF a pecha de nazista:
"O STF deu estatuto legal a uma teoria nascida na Alemanha nazista, em 1939...".
Essa safadeza visa especialmente proteger o chefe Zé Dirceu, que, segundo a nota mentirosa, teria sido condenado apenas "pela posição e influência que ocupava".
Não foi assim. E todo mundo sabe e todo mundo viu que não foi assim. O esquema tenebroso do mensalão foi escancarado a céu aberto e sob holofotes, ficando absolutamente claro que o chefe do esquema foi o Zé Dirceu. Só os ingênuos e os indecentes podem achar que o chefe foi o pobre coitado do Delúbio Soares, que a covardia dos chefões petistas escolhera, com concordância do infeliz, para mártir.
Essa audaciosa mentira remete ao seguinte: é condição sine qua non do nazi-fascimo que o Partido se coloque acima da Lei, identifique-se com o Estado, contenha dentro de si o Estado. Em outras palavras: é a Direção Nacional do PT que tenta levar o Partido a uma aventura nazi-fascista.
Quero crer que dará com os burros n'água, e explicarei; mas, antes, consideremos algumas específicas cretinices da insensata nota/manifesto.
"5. O STF fez um julgamento político
Sob intensa pressão da mídia conservadora - cujos veículos cumprem um papel de oposição ao governo e propagam a repulsa de uma certa elite ao PT...".
Essa boçalidade revela o projeto do autoritarismo petista de restabelecer a censura dos tempos da ditadura. "Mídia conservadora" é como os autoritários do PT chamam qualquer mídia que não se submeta à sua cartilha. Todavia, em uma democracia, também a mídia conservadora terá direito à existência. Pretender que o STF julgou como julgou os corruptos-quadrilheiros do mensalão por causa da pressão da "mídia conservadora", além de ser uma agressão aos Senhores Ministros e Senhoras Ministras, é uma agressão ao bom senso. Com efeito, se fossem tíbios, se fossem incapazes de suportar pressões, os ministros do Supremo antes se submeteriam à desavergonhada, acintosa, implacável, histérica pressão dos autoritários do PARTIDO QUE ESTÁ NO PODER. O Governo do PT e o PT controlam poderosos órgãos de mídia. O PT conta com filiados, simpatizantes, ingênuos deslumbrados e paus-mandados remunerados em 90 por cento dos órgãos de mídia do Brasil.
"Único dos poderes da República cujos integrantes independem do voto popular".
Com esse argumento capcioso, os autoritários do PT querem deslegitimar toda a Justiça Brasileira. Entendem eles que, como o PT chegou ao poder pelo voto, não tem nenhuma satisfação a dar ao Poder dele desprovido.
Com efeito, o Povo - Demos - é a fonte originária do poder Democrático, e toda Democracia se rege pelo Princípio da Maioria. Porém, afirmar tal Princípio como único pilar da legitimidade democrática é o caminho sinuoso para sufocar todas as minorias, submetê-las inapelavelmente ao Poder de turno, destruir as liberdades e eliminar a Democracia. Foi esse o caminho do nazi-fascismo.
"...tentar criminalizar o PT...".
Uma ova! Quem criminalizou o PT foram os corruptos-quadrilheiros que dele tomaram conta. O STF, ao punir esses criminosos, ao afastá-los do comando do PT, está salvando o PT. Se o PT quiser ser salvo.
"E pela maior democratização do Estado, o que envolve constante disputa popular contra arbitrariedades perpetradas no julgamento da Ação Penal 470".
A democracia da Direção Nacional do PT implica anular o Supremo Tribunal Federal. A cada decisão do STF que contrarie os interesses do Partido, este avançará contra aquele. É bem sabido que Mussolini fez avançar sobre o centro do poder da Itália a militância fascista, os Camisas Negras, mobilizados em todas as regiões do país: foi a famosa "Marcha sobre Roma". Pelo rumo da prosa da Direção Nacional do PT, não estará longe a conclamação para que militantes petistas de todo o Brasil avancem contra o Supremo Tribunal Federal: será a MARCHA SOBRE BRASÍLIA.
Agora, e justificando o título deste post, vou explicar, da forma mais resumida, porque essa aventura nazi-fascista proposta pela Direção Nacional do PT tem tudo para não dar certo:
a) A grande maioria dos militantes do PT, filiados do PT, simpatizantes do PT e deslumbrados pelo PT é constituída por gente decente e democrata. Essa massa não vai acompanhar a Direção Nacional do PT na tresloucada aventura;
b) O ex-presidente Lula da Silva, líder maior do PT, é, como diz o Ministro Marco Aurélio, "um cara safo". Em termos mais convencionais, Lula é cauteloso: não vai embarcar na porra-louquice autoritária dos falcões do PT;
c) A Presidente Dilma Roussef, insistentemente, tem afirmado seu compromisso com a legalidade democrática e com a liberdade de imprensa. A Presidente Dilma não vai avalizar as cretinices autoritárias dos falcões porras-loucas do PT.
Cordialmente,
Washington Alves da Rocha (cel: 8836-5493 e-mail: rochealves@yahoo.com.br)
FELIZ NATAL PARA TODOS!
domingo, 11 de novembro de 2012
Luciano Cartaxo, mobilizador político; Heriberto Coelho, mobilizador cultural - ou "The Right Man in the Right Place"
O setor que Luciano Cartaxo primeiro conseguiu mobilizar e agregar à sua campanha foi o setor artístico-cultural, antes majoritariamente ricardista. Como o governador Ricardo Coutinho resolveu avançar sua prepotência em todas as frentes, e sendo os artistas e intelectuais especialmente avessos ao autoritarismo, foi o castelo da artecultura o primeiro a ser perdido pelo reinado girassol. E foi esse o primeiro castelo a ser conquistado pelo diálogo afável de Luciano Cartaxo.
Onde primeiro se notou isso? Em O Sebo Cultural, a livraria que se transformou em dínamo da vida cultural pessoense. Fundada e dirigida por Heriberto Coelho, a instituição O Sebo Cultural é uma experiência sem paralelo no estado da Paraíba, sendo mesmo difícil encontrar algo semelhante pelo Brasil afora. Não se conhece órgão da administração municipal ou da administração estadual que tenha promovido a arte e cultura paraibanas com tanto critério e bons resultados quanto O Sebo Cultural tem conseguido.
Mas voltemos ao ponto em que se dizia da importância de O Sebo Cultural para a campanha de Luciano Cartaxo. Não que Heriberto tenha feito em O Sebo Cultural política partidária, ele fez simplesmente política cultural: mobilizou, agregou artistas, intelectuais e público em torno de temas candentes. Essa forte mobilização cultural favoreceu a campanha que estava mais preparada para semear nesse terreno. E foi a campanha do PT. Eu mesmo, que faço sérias restrições ao PT, ou a setores do PT (quem quiser saber quais, é só ler os posts abaixo), envolvi-me na campanha petistas justamente por frequentar O Sebo Cultural: foi por lá que; papo vai, papo vem, resolvi apoiar a candidatura do petista Mestre Fuba para vereador, embora tenha me mantido eleitor de Zé Maranhão para prefeito no primeiro turno.
O poeta Ezra Pound diz que "os artistas são as antenas da raça". Pois, a campanha de Cartaxo conseguiu, como primeiro passo para a vitória, antenar-se com as antenas. De um ponto de vista administrativo, um problema grande é manter essas antenas mobilizadas, minimamente agregadas em torno de projetos coletivos. Individualidade exacerbada, egocentrismo, inclinação para rebeldia são marcas dos artistas; e são também o "sal da terra" das artes. Não é fácil agregar artistas em projetos coletivos. Mas é, do ponto de vista administrativo, útil e necessário.
Para ajudar o prefeito Luciano Cartaxo nessa tarefa não existe ninguém melhor do que Heriberto Coelho.
Passadas as eleições, deve passar também o partidarismo; ou, pelo menos, deve ser minimizado ao máximo. Como se diz, o prefeito é prefeito de todos. Na arte e cultura, então, a política partidária é desgraça certa (o desgraçado realismo-socialista foi grande exemplo). Justamente, em todas as inúmeras promoções de Heriberto Coelho/O Sebo Cultural o pluralismo foi a característica. Posso mesmo dar um exemplo pessoal: lá em O Sebo Cultural foi lançado um livro meu - Sobre "anos de chumbo" e Anistia - que havia sido refutado pelo intelectual Heriberto Coelho da forma mais dura. Mesmo contestando o livro, Heriberto fez todo esforço pelo sucesso do evento. Resultado: tivemos casa cheia, acalorado debate, e excelente vendagem.
Enfim, o prefeito Luciano Cartaxo tem, pronto e acabado, o melhor gestor cultural que se possa imaginar. Trata-se de colocá-lo no lugar certo.