Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

domingo, 21 de junho de 2015

A ditadura fascista da Venezuela e seus cúmplices brasileiros, que rezam o "Pai Nosso" chavista

Por todo o mundo circularam notícias, imagens e vídeos das hostilidades à comitiva de senadores brasileiros - Aécio Neves (PSDB), Aloysio Nunes (PSDB), Cássio Cunha Lima (PSDB), José Agripino (DEM), Ronaldo Caiado (DEM), José Medeiros (PPS), Sérgio Petecão (PSD), Ricardo Ferraço (PMDB) - que viajara a Caracas para visitar presos políticos, numa missão democrática no sentido da libertação dos ditos presos. O governo autoritário da Venezuela, com discreto apoio da diplomacia brasileira, manobrou para impedir a visita, abortar a missão.  A visita foi impedida. A missão, porém, em certo sentido, cumpriu-se: a ação tipicamente fascista das autoridades venezuelanas desnudou, mais uma vez, a natureza autoritária do chavismo, merecendo repúdio do Congresso Nacional do Brasil; o que isola e fragiliza ainda mais o regime apodrecido de Nicolás Maduro, apressando seu fim e consequente libertação dos presos políticos.

Nos anos finais da ditadura militar no Brasil, a campanha pela Anistia tinha como uma das formas de pressão as visitas de personalidades aos presos políticos, inclusive visitas de senadores. O senador Teotônio Vilela, "Menestrel das Alagoas", consagrado como campeão da liberdade, foi um dos mais constantes nessas visitas. Por todo o mundo e desde muito tempo, visitar presos políticos tem sido uma constante na luta por liberdade e democracia, uma forma pacífica de romper o bloqueio autoritário. 

Se a diplomacia brasileira foi discreta, o PT e o restante da esquerda autoritária brasileira não têm sido nada discretos no apoio à ditadura fascista da Venezuela. No episódio de agora, não só reafirmam a amizade com o chavismo como tentam desqualificar a missão do Senado e os próprios senadores; acusando-os, dentre outros insultos, vejam só, de provocadores. Que coisa inesperada; políticos, jornalistas e intelectuais da esquerda brasileira, alguns deles retirados das prisões pela Lei da Anistia, consequência da campanha da Anistia, chamar de provocador quem quer visitar presos políticos. E ainda, senadores simpáticos ao chavismo - Lindbergh Farias (PT), Roberto Requião (PMDB), Lídice da Mata (PSB), Vanessa Grazziotin (PCdoB), Randolfe Rodrigues (PSOL) formaram uma comissão bajulatória para ir à Venezuela fazer agrados à ditadura fascista.

O chavismo é um fascismo. Fascismo que amadureceu com Chávez e apodreceu com Maduro. E não é um fascismo discreto: persegue, espanca, prende, tortura e assassina com grande desenvoltura. E é ousado em suas mistificações. Como se sabe, o defunto Chávez, vez por outra, aparece a Maduro na forma de um "pajarito" e sua face já resplandeceu, como por encanto, em muros de ruas de Caracas. Levando-se em conta que a esquerda autoritária é de origem marxista, queremos lembrar que o marxismo já se pretendeu ciência, inimigo jurado de todas as mistificações, superstições, crendices e religiões. Por isso, chamou-se o marxismo de materialismo-histórico, materialismo-dialético e socialismo-científico. Que marxistas de hoje se prostem diante das mistificações recorrentes nas práticas do autoproclamado "Socialismo do Século XXI", será de molde a incomodar Marx e Engels lá nas suas tumbas (por falar em tumba, Nicolás Maduro, tal qual um servo de Drácula, costuma dormir ao pé da tumba do defunto ídolo Hugo Chávez).

Mistificação especialmente curiosa, assaz destoante do severo ateísmo/materialismo marxista, foi recentemente engendrada em uma cerimônia do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela): um novo "Pai Nosso" que eleva o defunto Chávez à condição divina. A referida comissão bajulatória de senadores brasileiros pró-Maduro, prestes a embarcar para Caracas, deverá, em lá chegando, rezar o novo "Pai Nosso", também conhecido como "Oração do delegado". E, assim também, todos os simpatizantes do chavismo devem rezar todas as noites, para adormecerem com suas consciências confortadas; auto-perdoadas da cumplicidade com os crimes de uma ditadura assassina.

Reproduzimos abaixo a assombrosa oração do neo-socialismo bolivariano. Mas também, para lembrar os velhos tempos em que a esquerda brasileira lutava, inclusive com visitas, para libertar presos políticos, a esplêndida canção "Menestrel das Alagoas", de Milton Nascimento e Fernando Brant, em homenagem ao grande Teotônio Vilela.

"Pai Nosso" chavista/Oração do delegado 

"Chávez nosso que estás no céu, na terra, no mar e em nós, os delegados. Santificado seja teu nome. Venha a nós teu legado para levá-lo aos povos daqui e de lá. Dai-nos hoje tua luz para que nos guie a cada dia e não nos deixes cair na tentação do capitalismo, mas livrai-nos da maldade da oligarquia, do crime do contrabando. Porque nossa é a pátria, pelos séculos e séculos. Amém. Viva Chávez"

  Fonte: exame.abril.com.br


Menestrel das Alagoas - Milton Nascimento e Fernando Brant


Quem é esse viajante
Quem é esse menestrel
Que espalha esperança
E transforma sal em mel?
Quem é esse saltimbanco
Falando em rebelião
Como quem fala de amores
Para a moça do portão?
Quem é esse que penetra
No fundo do pantanal
Como quem vai manhãzinha
Buscar fruta no quintal?
Quem é esse que conhece
Alagoas e Gerais
E fala a língua do povo
Como ninguém fala mais?
Quem é esse?
De quem essa ira santa
Essa saúde civil
Que tocando a ferida
Redescobre o Brasil?
Quem é esse peregrino
Que caminha sem parar?
Quem é esse meu poeta
Que ninguém pode calar?
Quem é esse?


Fonte: www.vagalume.com.br

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