Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Vejam como, antes da tragédia, o jornalista Jânio de Freitas, devoto do lulopetismo, difamava Eduardo Campos

Antes da tragédia que matou Eduardo Campos, o PT e os devotos do lulopetismo esmeravam-se em esculhambar com o candidato a presidente do PSB. Eu tive oportunidade de defender o neto de Miguel Arraes de um ataque dos mais baixos desferido por um desses devotos, o jornalista Jânio de Freitas, da Folha de São Paulo. Agora que o PT e os devotos do lulopetismo passaram a produzir loas a Eduardo, achei por bem trazer o referido post para a cabeça do Blog.

Eis aí:

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Em apoio ao artigo vigoroso e corajoso do socialista Eduardo Campos sobre a estúpida proposta de revisão da Lei de Anistia, em resposta a uma provocação cretina do jornalista Jânio de Freitas em artigo manhoso e desonesto

Com um artigo vigoroso e corajoso, Eduardo Campos, pré-candidato a Presidente da República pelo Partido Socialista Brasileiro, respondeu a uma provocação cretina do jornalista Jânio de Freitas. A coragem de Eduardo já vinha do fato de ter se posicionado contra a proposta de revisão da Lei de Anistia, sendo os defensores da Lei de Anistia alvos preferenciais das furibundas patrulhas da esquerda autoritária e boçal (pleonasmo). O artigo do Jânio de Freitas, como se verá, além de baixamente provocativo, é manhoso e desonesto. O miolo da provocação é dizer que Eduardo Campos desonra a memória do avô, Miguel Arraes, ao defender a Lei de Anistia. Não desonra, pelo contrário, nisso e em muitas outras coisas, o neto honra o avô, que retornou ao Brasil, junto com tantos outros exilados, graças à mesma Lei de Anistia que Jânio de Freitas e o conjunto da esquerda boçal querem anular, em busca de revanche e justiça seletiva. A manha do veterano jornalista, que perpassa todo o curto artigo, grita nesta, especialmente desonesta, passagem:

"É possível que do ponto de vista de Eduardo Campos, oposição ao regime dos generais ditadores fosse prática criminosa..."

Não, a oposição à ditadura militar não foi prática criminosa, mas, desgraçadamente, dentre os que lutaram contra a ditadura, alguns praticaram crime de terrorismo, resultando em mortes de inocentes.Alguns grupos da esquerda revolucionária, no contexto da luta contra a ditadura, praticaram, inclusive, terrorismo contra próprios companheiros, com o inominável crime que os revolucionários chamaram de "justiçamento", que vem a ser o assassinato de um companheiro confiante e indefeso. O exemplo mais conhecido é o "justiçamento" do jovem revolucionário da direção da ALN Márcio Leite de Toledo, mas aconteceram outros. Os responsáveis por esse crime e todos os outros revolucionários que cometeram crimes de terrorismo durante a guerra revolucionária foram anistiados. E anistiados devem permanecer. Porém, se a Lei de Anistia deixar de valer, será exigência de dignidade que familiares de Márcio cobrem na Justiça os responsáveis pelo crime. E também outros familiares de outras vítimas inocentes da esquerda armada. Jânio de Freitas sabe disso, mas, com manha dolosa, omite, para imputar infâmia ao digno neto do grande Miguel Arraes.

Embora sem a relevância histórica de Miguel Arraes, também eu lutei contra a ditadura militar. Lutei de peito aberto, lutei nos "Anos de Chumbo", fui perseguido, sequestrado e torturado pelos esbirros da ditadura militar. Em seguida, fui um dos fundadores e presidente do Comitê Brasileiro pela Anistia-secção João Pessoa. A luta que eu comandei na minha cidade foi vitoriosa no Brasil. Essa vitória foi festejada em todo o país; festejos que se prologaram por meses, a cada preso político que era libertado, a cada exilado que volta à amada Pátria: a volta do Brizola; "a volta do Irmão do Henfil"; a volta de Miguel Arraes, aclamado naquela apoteose com frevo que foi o "Arraes taí!". A Lei da Anistia, como afirma Eduardo Campos no seu referido artigo, foi uma conquista do povo brasileiro. Essa vitória estrondosa arrebentou os diques que restavam na ditadura declinante e desaguou no rio da Democracia. Pois, ataca-me o fígado a insistência de uns tantos em tentar retornar o fluxo deste rio, para restaurar um guerra de 40 anos atrás. Com esse propósito miserável é que a esquerda boçal omite, mistifica e mente.

Sei que me repito, pois muito tenho escrito sobre o tema da Anistia, aqui neste Blog ROCHA 100 e no livro "Anos de Chumbo e Anistia" (disponível emwww.portal100fronteiras.com.br). Ocorre que os revanchistas insistem, sem se preocuparem que a revanche possa levar para o brejo de uma nova ditadura: de direita ou de esquerda. Aí, eu, ardente democrata e inimigo jurado de toda ditadura (de esquerda ou de direita, bolchevista ou nazi-fascista, dos militares ou do proletariado), insisto na defesa da Lei de Anistia. Tenho combatido a proposta de revisão da Lei de Anistia procurando demonstrar que é um despropósito, uma rematada tolice, uma estupidez política graúda. Isso, do ponto de vista democrático; do ponto de vista marxista-revolucionário é uma proposta formidável, para Lênin nenhum botar defeito. Com efeito, o propósito desta proposta revanchista é retomar a guerra revolucionária sem a qual os marxistas bolchevistas não alcançarão o poder totalitário a que nunca renunciaram, mesmo com o apodrecimento de todos os regimes bolchevistas implantados no séc. XX (de podre, quase todos esses regimes caíram; embora podres, alguns subsistem).

Os que amam a Democracia, como o socialista e democrata Eduardo Campos, querem continuar a sua construção: PARA A FRENTE.
Os bolchevistas estão no seu triste direito de querer retornar à guerra revolucionária, mas nenhum democrata tem o direito de ser tão tolo a ponto de se deixar arrastar pelo discurso revanchista de justiça unilateral retroativa, que tenta levar o Brasil PARA TRÁS.

TORTURA NUNCA MAIS!
TERRORISMO NUNCA MAIS!
DITADURA NUNCA MAIS!

LIBERDADE SEMPRE! DEMOCRACIA SEMPRE!

Os referidos textos - "Muito à vontade", de Jânio de Freitas e "Minha Resposta", de Eduardo Campos - foram publicados originalmente no site da Folha de São Paulo. Peço ao caro leitor e caríssima leitora que vão lá ver, para melhor julgar.

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