Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

A caveira do BOPE/Paraíba, os menores assassinos e o "politicamente correto"


Não seria preciso pesquisa para se saber que a maioria dos brasileiros quer a redução da maioridade penal, mas várias pesquisas regionais confirmam o clamor nacional, dando sempre mais de 90 % (93% em São Paulo) pela redução de 18 para 16 anos. A população quer isso para se proteger, para proteger os inocentes da sanha de facínoras que assaltam, estupram, queimam e matam na certeza da mais completa impunidade; impunidade de papel passado, saindo com ficha limpa da custódia do Estado em um ou dois anos ou uns poucos meses, às vezes, semanas ou dias.
Não obstante o clamor nacional contra o terror imposto pelos menores delinquentes, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, veio a público com uma informação falsa e um juízo torto para justificar o injustificável e forçar a sociedade a aceitar o inaceitável.
O ministro que deveria zelar pela segurança, informou que a inimputabilidade penal até aos 18 anos não pode ser modificada por ser cláusula pétrea da Constituição. Não é (consultei aqui meu exemplar da Constituição Cidadã, não consta).O ministro desinformou, e concluiu a desinformação com um juízo estabanado sobre as consequências da redução da maioridade penal: favoreceria apenas o crime.
Que um ministro da Justiça demonstre desconhecimento da Constituição e informe falsamente, é grave, mas o juízo que se seguiu à desinformação é quase um crime hediondo contra a lógica. Vejam: muitos dos menores “apreendidos” por estupros e assassinatos são reincidentes em crimes variados. É claro, evidente e cristalino que se não lhes houvessem dado a oportunidade de reincidir, muitas vítimas teriam sido poupadas; o crime teria sido desfavorecido.
Como pode ser, então, que um ministro da Justiça venha a público dizer tamanha tolice? Eu explico: é porque ele segue a orientação do “politicamente correto”.
Por incrível que pareça, aceitar que bandidos, por serem de menor idade, estuprem, queimem e matem impunemente é “politicamente correto”. É por essa mesma doutrina que não se pode dizer que um menor foi “preso”, o correto é “apreendido”. Aliás, os termos “menor” e “de menor” são incorretos, como ensina a cartilha Politicamente Correto e Direitos Humanos (editada pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, em 2004), deste modo: “De Menor – 'de menor' ou 'menor' são expressões carregadas de forte preconceito e discriminação [...]”.
O “politicamente correto” tem atuado com vigor na área de segurança, geralmente preocupado com a segurança e conforto dos bandidos. Na Paraíba, a tropa de elite da Policia Militar – Batalhão de Operações Especiais-BOPE – , foi obrigada a se desfazer do seu símbolo: uma caveira. A resolução, assinada pelo Comandante da PM, Coronel Euller Chaves, vale para toda a Corporação e vai além da caveira, como informa o G1 Paraíba (g1.globo.com/pb/): “De acordo com o texto da resolução, fica proibido o uso em fardamentos, instalações e viaturas da Polícia Militar de símbolos e expressões com conteúdo intimidatório ou ameaçador, 'tais como caveiras ou animais raivosos'”.
Essa resolução é uma besteira escandalosa, mas é também, evidentemente, nociva à segurança pública, porquanto uma das funções das PMs é, precisamente, intimidar a bandidagem. Se, seguindo a lógica do “politicamente correto”, as polícias não devem usar símbolos que assustam, muito menos deveriam usar armas que matam (talvez eles cheguem lá, e será a festa maior da bandidagem).
O Coronel Euller disse que a resolução seguiu orientação do Conselho Estadual de Direitos Humanos e é conforme à Politica Nacional de Direitos Humanos. O Comandante do BOPE, Major Jerônimo Bisneto, protestou:Fiz um treinamento específico de seis meses para conquistar o distintivo da caveira. Faço meu trabalho”. Perguntado sobre qual poderia ser o novo símbolo do BOPE, o Major Jerônimo disse que não tinha ideia.
A estúpida medida foi levada ao ridículo nas redes sociais e em programas de televisão. No programa do Danilo Gentili, na Band, foi dito que mandaram retirar a caveira para não assustar os bandidos. E foram feitas sugestões para novos símbolos: o palhaço Bozo, o Senhor Cabeça de Batata e até a Gretchen (a bandidagem iria adorar a Gretchen). Vocês aí, caros leitores e leitoras, não querem ajudar com outras sugestões?
Se o “politicamente correto” fosse apenas estúpido e ridículo, a gente podia rir e deixar rolar. Mas é tão ridículo quanto perigoso; é o fascismo do séc. XXI.
Esse fascismo “politicamente correto”, camuflado pelo discurso das boas intenções, procura impor seu totalitarismo não por via da violência explícita, mas pelo patrulhamento ideológico intenso, permanente e tenaz: controlar a linguagem, depois o comportamento, até à total submissão da humanidade ao “totalitarismo correto”.

Um comentário:

  1. Caro Washington. Excelente seu texto. É tudo o que pensa a maioria da população, cansada de tanta violência praticada pelos "anjinhos" que têm medo de caveira, do desenho, porque gostam é de as caveiras verdadeiras em que transformam suas vítimas.Ideal que você mandasse este texto para a revista Veja ou publicar nas redes sociais. Parabéns. Gustavo Martins

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