Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

sábado, 19 de novembro de 2011

Quando Washington chorou

Não li o badalado "Quando Nietzsche chorou". Pelo título, deve ser um livro muito besta. Coitado do bigodão, a sua alma trágica abominava a pieguice. Não sei, nem quero saber, o nome de quem pôs o filósofo alemão a chorar. Mas o amigo Zé Bezerra me pôs a mim, Washington, como filósofo e a chorar. Foi no livro "Jogadores de Ilusões"; já pronto e esperando lançamento. Vai ser uma festa. O livro, último de uma trilogia, é engraçado, divertido, risonho, fagueiro e esculhambado. Ainda não concluí a leitura, parei na página em que chorei, a 83:

"... foi olhando, regando este jardim que me chegou a inspiração para escrever um dos melhores textos da minha vida. Um texto que, ao lê-lo, o filósofo e professor Washington Rocha chegou a chorar de emoção estética".

O texto a que Bezerra se refere chama-se "À Setembrina Primavera". Com efeito, um texto excepcional. Por iniciativa minha, quando Chefe do Centro de Pesquisa Musical José Siqueira - Funesc, com direção do próprio Bezerra, "A Setembrina" virou espetáculo de grande sucesso no Teatro Paulo Pontes. Também escrevi um texto laudatório sobre esse texto de Bezerra. Mas não me lembro de ter chorado. No entanto, agora, vendo-me chorar no livro de Bezerra, ri muito. Naturalmente, Bezerra me tira água dos olhos para aguar sua pacholice. O livro é pachola a não mais poder, nem por isso deixa de ser formidável; aliás, por isso mesmo é que é formidável. E, como indagaria o finado Brás Cubas, "quem não é um pouco pachola nesse mundo?". Encerro por aqui e volto à leitura e às risadas. Quando terminar, voltarei a comentar.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Uma tarefa para Ivaldo Gomes

Sobre a nova campanha "O PETRÓLEO É NOSSO! DE TODOS OS BRASILEIROS", acho que aqui em João Pessoa um dos coordenadores deve ser o cidadão Ivaldo Gomes; ele é formidável nestas coisas de mobilização da cidadania. Vejam só: o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, deu feriado, torrou dinheiro dos contribuintes e mobilizou celebridades para fazer a campanha do petróleo só pra eles. Anunciam que juntou 150 mil pessoas. No Espírito Santo, o governador Casagrande também juntou gente para exigir o petróleo só pra eles. Estão no direito deles de fazer campanha. Mas nós outros, de todos os outros estados do Brasil, também faremos campanha. Vamos ver quem bota mais gente nas ruas. Ter Ivaldo Gomes como coordenador já garante que a campanha não será partidarizada, que será realmente cidadã. E não precisará de um tostão dos cofres públicos, não será campanha chapa branca como são as de Cabral e Casagrande. Nas manifestações da campanha cidadã "O PETRÓLEO É NOSSO! DE TODOS OS BRASILEIROS" vai quem quer, sem incentivo fiscal.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O PETRÓLEO É NOSSO! DE TODOS OS BRASILEIROS!

A campanha nacionalista "O PETRÓLEO É NOSSO!" precisa ser retomada. O Brasil precisa levantar a voz, do Oiapoque ao Chuí: O PETRÓLEO É NOSSO! Isso porque cariocas e capixabas estão fazendo a campanha do Petróleo só pra eles.

domingo, 6 de novembro de 2011

Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia: anistia ou massacre

Logo após o anúncio da morte de Alfonso Cano, número 1 das FARC, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, convidou a organização guerrilheira ao diálogo e a baixar as armas. De inspiração marxista-leninista, as FARC, há décadas, tentam a tomada do poder através da luta armada. Nos últimos anos o Exército da Colômbia, com o apoio logístico dos USA, impôs sérios reveses à guerrilha e vai, pouco a pouco, acuando seus combatentes. O fundador e líder histórico das FARC, Manuel Marulanda, o Tirofijo, morreu de morte morrida (ataque cardíaco). Mortos em combate ou executados, caíram, dentre outros, os importantes comandantes Raúl Reys, Mono Jojoy, Iván Rios (morto por guerrilheiros desertores) e, agora, o substituto de Marulanda no comando supremo. Em suma, a velha guarda revolucionária está sendo liquidada. Porém, mesmo enfraquecida, as FARC são ainda uma força temível de, segundo estimativa do governo colombiano, 8 mil guerrilheiros (menos de metade do que foram no seu apogeu). Se não houver paz, haverá, provavelmente, um massacre do Exército sobre os guerrilheiros. Se não houver paz, os guerrilheiros, antes de serem massacrados, tenderão, pela motivação adicional do desespero, a estender o terror a níveis inimagináveis: promoverão o inferno; um inferno de poucos ou de muitos anos. O diálogo proposto pelo Presidente Santos é dificílimo, como se pode ver pela dura nota do Secretariado (órgão supremo das FARC) sobre a morte de Alfonso Cano: "Não será a primeira vez que os oprimidos e explorados da Colômbia choram um dos seus grandes dirigentes. Nem tampouco a primeira vez que o substituirão com a coragem e a convicção absoluta na vitória". todavia, a retórica revolucionária talvez não resista muito tempo aos fatos: no campo militar, o movimento revolucionário está ficando sem saídas. A nova geração de guerrilheiros pode priorizar a sobrevivência e aceitar o diálogo. Visando à paz, tal diálogo só poderá prosperar por via de uma proposta de Anistia. Se anistiados e reintegrados à sociedade com plenos direitos de cidadania, desistindo da luta armada, os ex-guerrilheiros, vindos das selvas, do exílio ou das prisões, poderão tentar chegar ao poder pelo voto. No Brasil aconteceu mais ou menos assim, e hoje uma ex-guerrilheira é Presidente da República. Aliás, este caminho pacífico para o poder foi aconselhado aos guerrilheiros colombianos pelo ex-presidente brasileiro Lula da Silva. Certamente, uma proposta de anistia aos guerrilheiros só poderá prosperar com extensão da anistia aos agentes do Estado envolvidos em excessos durante os muitos anos de ação contra os guerrilheiros. Crimes terríveis terão de ser perdoados, dos dois lados. Os guerrilheiros promoveram o tráfico de drogas, sequestros, cativeiro, ataques terroristas, execuções sumárias e horripilantes. As forças do Estado exerceram uma repressão duríssima, onde não terá faltado os excessos da tortura e da execução de guerrilheiros dominados e indefesos. Tem ainda as organizações paramilitares que coadjuvaram as forças regulares no combate à guerrilha, e estes grupos foram pródigos em excessos de crueldade e ações criminosas paralelas ao combate à guerrilha. Terão também de ser anistiados. É aceitável que crimes terríveis sejam perdoados? É o preço da paz. Fora este caminho de uma Anistia Ampla, restará o caminho do massacre de 8 mil guerrilheiros, dentre os quais muito jovens e adolescentes (e também mulheres grávidas, bebês e crianças que serão atingidas direta ou indiretamente). Ou o caminho cada vez mais improvável de uma vitória das FARC, que, em sendo vitoriosas pelas armas, implantariam uma ditadura revolucionária crudelíssima. Se descartarmos essa improvável vitória, restará evidente que quem mais terá a ganhar com uma Anistia Ampla serão os guerrilheiros, que poderão, inclusive, formar um partido político legalizado e competitivo. Na Colômbia, a Anistia que abrirá o caminho da paz é ainda um sonho. No Brasil foi realizada há mais de 30 anos com os resultados mais esplêndidos que se possa imaginar. Não obstante, alguns tontos insistem na revisão da Lei da Anistia, aprovada pelo Congresso Nacional e promulgada em 1979. Tal campanha revisora de uma Lei que já produziu todos os seus efeitos - magníficos efeitos - é uma iniciativa tão besta, tão evidentemente equivocada, que não dá nem gosto de contraditar.