Blog Rocha 100
“No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
O Padrão de Diogo Cão
O esforço é grande e o homem é pequeno.
Eu, Diogo Cão, navegador, deixei
Este padrão ao pé do areal moreno,
E para diante naveguei.
A norma culta de uma língua é um padrão atingido após o esforço de alguns séculos. Nunca é perfeito nem definitivo, mas é preciso. Pois, a cretinice demagógica do MEC, que aponta "elitismo" na norma culta da língua portuguesa, visa derrubar o excelente padrão de Diogo Cão. O "despadrão" que o MEC pretende impor é o seguinte: "O homem é grande e o esforço é desnecessário". Segundo a nova política educacional do MEC, tudo de que o homem precisa é da proteção do Estado. O deboche do MEC talvez não prospere porque vem encontrando a resistência de pessoas que se esforçaram em aprender e, por isso, dominam instrumentos de lógica e de retórica bastante eficientes. Dentre estas pessoas destaco a Professora Sônia van Djick e a Professora Gelza Rocha. Intelectuais defensores da pedagogia do menor esforço (ou nenhum esforço) também vieram à ribalta, mas estão levando uma tunda. A última foi dada pelo escritor João Ubaldo Ribeiro, no jornal O Estadão, em artigo primoroso concluído de forma lapidar: "... A norma culta não tem nada de elitista, é, ou devia ser, patrimônio e orgulho comum a todos. Elitismo é deixá-la ao alcance de poucos, como tem sido nossa política".
Naveguemos para diante. A moralidade é também um conjunto de regras: um padrão. A moralidade pública brasileira tem observado um padrão rebaixado. Todavia, até mesmo pelo mais rebaixado dos padrões, o Ministro Antonio Palocci já deveria ter sido demitido.
E, com Diogo Cão, naveguemos. O atual Código Florestal é um conjunto de regras de tal modo irracional que coloca na ilegalidade a maioria dos agricultores brasileiros. O Novo Código Florestal, tal como relatado pelo bravo deputado Aldo Rebelo, pretende impor a racionalidade sobre o caos. Quem corrobora este entendimento, em brilhante artigo, também no jornal O Estadão, é Xico Graziano, que não é ruralista, mas sim militante histórico das causas populares: "A agricultura nacional está aliviada. A votação do Novo Código Florestal livrou os produtores de um pesadelo. Foi uma surra política - 410 a 63 - naqueles que teimam em criminalizar a produção rural. Um código florestal realista começa a se impor".
Avisto um areal, um porto. Vou repousar. Apenas um pouco. Deixarei um padrão, e para diante navegarei.
"Inté".
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Sonia van Dijck contra o MEC - Falar errado, é certo? "Nós pega o peixe"?
domingo, 15 de maio de 2011
Com Aldo Rebelo, em defesa da agricultura e dos agricultores
sábado, 14 de maio de 2011
O mar sem fim
PADRÃO
O esforço é grande e o homem é pequeno.
Eu, Diogo Cão, navegador, deixei
Este padrão ao pé do areal moreno
E para diante naveguei.
A alma é divina e a obra é imperfeita.
Este padrão sinala ao vento e aos céus
Que, da obra ousada, é minha a parte feita:
O por fazer é só com Deus.
E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português.
E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar
Só encontrará de Deus na eterna calma
O porto sempre por achar.