O livro
"Israel: o Rio, o Sonho e a Rocha" tem diversos enfoques, com textos que são barcos independentes, embora naveguem rio comum e comunguem sonhos semelhantes. É o caso do texto "Rocha Eterna". Desta forma, entendemos por bem antecipá-lo, como indicativo do teor político do livro; atraindo para o lançamento da quarta-feira próxima os interessados no tema. Relembramos e pedimos a mais ampla divulgação: 15 de março, 19:00 h., na Fundação Casa de José Américo: Av. Cabo Branco, 3336 - João Pessoa-PB.
Rocha Eterna
Washington Rocha e Marcos Rocha
Desde
que Abrão – depois dito Abraão – desceu de Ur, na Caldéia, para Canaã, o povo do qual ele é
Patriarca tem lutado e resistido. Construiu a si mesmo como nação e imensamente
ajudou a construir o mundo civilizado.Construiu-se, como sói ocorrer com as
nações, por entre guerras. A guerra tem sido uma constante na história de todos
os povos e nações, tanto quanto a paz tem sido desejo constante de toda a
Humanidade. A paz desejada por qualquer nação nunca depende apenas dela mesma,
mas dela e da disposição dos seus adversários. Muitas vezes, a única forma de
conseguir para si a paz é blindar-se em relação à beligerância alheia. Daí a
máxima: “Si vis pacem, para bellum”.
Existe também, claro, a diplomacia: a abertura de diálogo entre partes
beligerantes, acordos, armistícios...; até a conclusão de uma paz definitiva ou
duradoura. Entendemos que esse é o caminho de Israel na busca de uma solução
para a questão palestina. Essas duas nações, Israel e Palestina,
podem celebrar a paz. E mais do que isso: podem conviver, podem se ajudar
mutuamente, podem crescer juntas.Esse caminho é possível, mas tem sido
obstaculizado por vários fatores, sendo um dos mais terríveis o renovado
antissemitismo, disfarçado de antissionismo, que antes de tudo deseja a
destruição do Estado de Israel.
O
antissionismo tornou-se senha para o ataque antissemita. Admitimos que críticas
ao sionismo possam ser feitas de um ponto de vista não preconceituoso; mesmo
porque nenhum movimento ou doutrina política pode estar blindado a críticas.
Por outro lado, entendemos a rejeição in
limine do sionismo como atitude clara e manifesta de antissemitismo. Ao
povo judeu, secularmente perseguido pelo mundo afora e quase dizimado pela
fúria antissemita na primeira metade do século XX, o estabelecimento de um
Estado próprio, que foi o escopo do sionismo, impôs-se como questão de
sobrevivência. Esse ponto tem sido destacado por muitos observadores da
história do sionismo e da criação do Lar Judeu, como o fez Paul Johnson, por
esta forma contundente:
“A irresistível lição que os judeus
aprenderam do Holocausto foi a necessidade imperativa de garantir a si próprios
um refugio permanente, de auto-concentração e sobretudo soberano, no qual se
necessário o total da comunidade judaica pudesse encontrar segurança face a
seus inimigos”.
Um
vez criado, manter o Estado de Israel continua sendo uma questão de
sobrevivência para os judeus. Certamente, é natural que se faça críticas às
políticas levadas a cabo por eventuais governos de Israel, como se deve fazer a
qualquer governo do mundo; todavia, os antissionistas, ordinariamente, não se
limitam a criticar os governos (sejam estes da esquerda, do centro ou da
direita), mas negam o próprio Estado de Israel e pretendem que desapareça. Tal
desfecho, o desaparecimento do Estado de Israel, teria como resultado o
aniquilamento de milhões de judeus territorializados no pequeno Estado - massacrados que seriam pelos numerosos inimigos que os cercam - e a fuga em massa
dos sobreviventes. O antissionismo vitorioso significaria um novo holocausto e
uma nova diáspora.
Os
judeus, em larga medida, lograram manter a sua identidade ancestral ao mesmo
tempo em que se espalharam pelo mundo; quer por gosto, quer por terem sido
forçados a isto, são o povo mais cosmopolita do globo. Isso lhes valeu a
possibilidade de construções grandiosas, porém, ao mesmo tempo, o sofrimento de
grandes perseguições. Desses sofrimentos e dos reclamos da sua ancestralidade,
o povo judeu retirou a energia para realização do grande projeto da construção
de um lar, pelo retorno à Terra de Sion, a antiga Israel dos tempos bíblicos.
Após intensas lutas e muitos sacrifícios, em 1948 foi formalmente constituído o
Estado de Israel, que hoje prospera e se coloca entre as primeiras nações do
mundo, embora tenha que sempre cuidar da sua sobrevivência física, alvo
constante que tem sido de ações terroristas e de ameaças de extinção por parte
de países inimigos. Sentimo-nos no dever de marcar nossa solidariedade ao
Estado de Israel e a seu povo. Falamos como amigos do povo de Israel e como
democratas. Desse ponto de vista enfatizamos que a democracia israelense é das
mais avançadas, sendo exemplar em vários aspectos, inclusive na rigorosa
paridade de cidadania entre homens e mulheres. Estando na linha de frente em
várias técnicas e ciências, Israel exporta para o mundo suas conquistas, sendo
um fator de progresso para a Humanidade: sua sobrevivência é um imperativo da Civilização.
Israel
vive: é Rio perene, Sonho realizado, Rocha eterna.
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