Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Israel: Rocha Eterna

O livro "Israel: o Rio, o Sonho e a Rocha" tem diversos enfoques, com textos que são barcos independentes, embora naveguem rio comum e comunguem sonhos semelhantes. É o caso do texto "Rocha Eterna". Desta forma, entendemos por bem antecipá-lo, como indicativo do teor político do livro; atraindo para o lançamento da quarta-feira próxima os interessados no tema. Relembramos e pedimos a mais ampla divulgação: 15 de março, 19:00 h., na Fundação Casa de José Américo: Av. Cabo Branco, 3336 - João Pessoa-PB.


Rocha Eterna
Washington Rocha e Marcos Rocha
Desde que Abrão – depois dito Abraão – desceu de Ur, na Caldéia, para Canaã, o povo do qual ele é Patriarca tem lutado e resistido. Construiu a si mesmo como nação e imensamente ajudou a construir o mundo civilizado.Construiu-se, como sói ocorrer com as nações, por entre guerras. A guerra tem sido uma constante na história de todos os povos e nações, tanto quanto a paz tem sido desejo constante de toda a Humanidade. A paz desejada por qualquer nação nunca depende apenas dela mesma, mas dela e da disposição dos seus adversários. Muitas vezes, a única forma de conseguir para si a paz é blindar-se em relação à beligerância alheia. Daí a máxima: “Si vis pacem, para bellum”. Existe também, claro, a diplomacia: a abertura de diálogo entre partes beligerantes, acordos, armistícios...; até a conclusão de uma paz definitiva ou duradoura. Entendemos que esse é o caminho de Israel na busca de uma solução para a questão palestina. Essas duas nações, Israel e Palestina, podem celebrar a paz. E mais do que isso: podem conviver, podem se ajudar mutuamente, podem crescer juntas.Esse caminho é possível, mas tem sido obstaculizado por vários fatores, sendo um dos mais terríveis o renovado antissemitismo, disfarçado de antissionismo, que antes de tudo deseja a destruição do Estado de Israel.  
O antissionismo tornou-se senha para o ataque antissemita. Admitimos que críticas ao sionismo possam ser feitas de um ponto de vista não preconceituoso; mesmo porque nenhum movimento ou doutrina política pode estar blindado a críticas. Por outro lado, entendemos a rejeição in limine do sionismo como atitude clara e manifesta de antissemitismo. Ao povo judeu, secularmente perseguido pelo mundo afora e quase dizimado pela fúria antissemita na primeira metade do século XX, o estabelecimento de um Estado próprio, que foi o escopo do sionismo, impôs-se como questão de sobrevivência. Esse ponto tem sido destacado por muitos observadores da história do sionismo e da criação do Lar Judeu, como o fez Paul Johnson, por esta forma contundente:
“A irresistível lição que os judeus aprenderam do Holocausto foi a necessidade imperativa de garantir a si próprios um refugio permanente, de auto-concentração e sobretudo soberano, no qual se necessário o total da comunidade judaica pudesse encontrar segurança face a seus inimigos”.

Um vez criado, manter o Estado de Israel continua sendo uma questão de sobrevivência para os judeus. Certamente, é natural que se faça críticas às políticas levadas a cabo por eventuais governos de Israel, como se deve fazer a qualquer governo do mundo; todavia, os antissionistas, ordinariamente, não se limitam a criticar os governos (sejam estes da esquerda, do centro ou da direita), mas negam o próprio Estado de Israel e pretendem que desapareça. Tal desfecho, o desaparecimento do Estado de Israel, teria como resultado o aniquilamento de milhões de judeus territorializados no pequeno Estado - massacrados que seriam pelos numerosos inimigos que os cercam - e a fuga em massa dos sobreviventes. O antissionismo vitorioso significaria um novo holocausto e uma nova diáspora.
Os judeus, em larga medida, lograram manter a sua identidade ancestral ao mesmo tempo em que se espalharam pelo mundo; quer por gosto, quer por terem sido forçados a isto, são o povo mais cosmopolita do globo. Isso lhes valeu a possibilidade de construções grandiosas, porém, ao mesmo tempo, o sofrimento de grandes perseguições. Desses sofrimentos e dos reclamos da sua ancestralidade, o povo judeu retirou a energia para realização do grande projeto da construção de um lar, pelo retorno à Terra de Sion, a antiga Israel dos tempos bíblicos. Após intensas lutas e muitos sacrifícios, em 1948 foi formalmente constituído o Estado de Israel, que hoje prospera e se coloca entre as primeiras nações do mundo, embora tenha que sempre cuidar da sua sobrevivência física, alvo constante que tem sido de ações terroristas e de ameaças de extinção por parte de países inimigos. Sentimo-nos no dever de marcar nossa solidariedade ao Estado de Israel e a seu povo. Falamos como amigos do povo de Israel e como democratas. Desse ponto de vista enfatizamos que a democracia israelense é das mais avançadas, sendo exemplar em vários aspectos, inclusive na rigorosa paridade de cidadania entre homens e mulheres. Estando na linha de frente em várias técnicas e ciências, Israel exporta para o mundo suas conquistas, sendo um fator de progresso para a Humanidade: sua sobrevivência é um imperativo da Civilização.


Israel vive: é Rio perene, Sonho realizado, Rocha eterna.


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