Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

"Não há democracia sem liberdade": Hildeberto Barbosa escreve sobre livro organizado por Catarina Rochamonte

rocha100.blogspot.com.br

De forma quase unânime, Hildeberto Barbosa é considerado o maior crítico literário da Paraíba. Eu, particularmente, entendo que seja o maior do Brasil. É também esplêndido poeta, senhor absoluto da lírica lá na "Comarca das Pedras". Enfim, navega como desbravador pelo "mar sem fim" do pensamento. Vejam aí uma curta nota biográfica do nosso erudito, retirada do site "Cultura Popular":

Poeta, crítico literário, professor e jornalista, bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB); Licenciou-se em Letras Clássicas e Vernáculas (UFPB); realizando ainda Especialização em Direito Penal, pela Universidade de São Paulo (USP) e Mestrado e Doutorado em Literatura Brasileira, pela UFPB.
Professor de Legislação e Ética da UFPB nos cursos de Comunicação Social, Relações Públicas e Turismo, Hildeberto Barbosa Filho constantemente é convidado para participar em simpósios, congressos e seminários como palestrante e conferencista. Integra o quadro de sócios da API (Associação Paraibana de Imprensa) e da APL (Academia Paraibana de Letras), Academia Paraibana de Filosofia (APF) e Instituto Histórico e Geográfico do Cariri Paraibano (IHGCPB).


Pois, este formidável intelectual publicou, na edição de 05/05/2016 do jornal Contraponto, na sua coluna 'Convivência Crítica', uma extensa análise do livro organizado por Catarina Rochamonte, "Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia". Reproduzimos a seguir os dois primeiros e os dois últimos parágrafos do texto de Hildeberto. Busquem a edição referida para ler o texto completo. O livro está à venda em O Sebo Cultural e na Livraria do Luiz.


 Liberdade e Democracia: quatro vozes, quatro olhares

Hildeberto Barbosa Filho


Não há democracia sem liberdade. Uma é o fundamento da outra, e, tanto no plano político quanto em âmbito filosófico, liberdade e democracia convergem no sentido da possibilidade de uma existência fraternal entre os homens. Entrelaçadas no núcleo da mesma dialética, ambas, nos limites históricos de suas respectivas práticas, podem estabelecer as fundações de uma ética humanística que transcende as necessidades materiais e procura exercitar os desafios da espiritualidade.

Quero crer que este é um dos fios condutores por intermédio do qual eu posso ler e pensar o construto das ideias desenvolvido por Catarina Rochamonte, Iremar Bronzeado, Washington Rocha e Manuel Alves da Rocha, em "Natureza e Excelência da Liberdade e da Democracia: artigos e ensaios sobre política e sociedade" (João Pessoa: Ideia, 2016).

[...]

É claro que ninguém é obrigado a concordar com os pontos de vista dos autores, sobremaneira face a questões políticas e filosóficas naturalmente discutíveis em suas ambivalências semânticas e em seus predicados ideológicos. Mas é preciso reconhecer, no entanto, a seriedade do esforço cognitivo de cada um, o domínio revelado no trato da matéria, a capacidade lógica de pensar e abstrair e, sobretudo, a formulação subterrânea de uma ética que convoca a fraternidade como elemento propulsor da vida política e social.

Há um movimento sutil a compor um ritmo todo especial na dança das ideias que se estratificam em cada texto, unindo-os na sua diferença. Acredito que seja a passagem de um fundamento humanista calcado numa razão libertadora, que nos veio de Kant, Rousseau, Voltaire, para a abertura espiritual de uma ética cristã sedimentada na fraternidade. Se não estou errado o livro de Catarina Rochamonte, Iremar Bronzeado, Washington Rocha e Manuel Alves da Rocha nos convida para esse fecundo debate. É ler e conferir!".

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