O post anterior, propondo DESOBEDIÊNCIA CIVIL, está com número acelerado de visitas e repercutindo. Eu divulgo alguns posts na minha lista de endereços eletrônicos, foi o caso deste. Ao meu e-mail (rochealves@yahoo.com.br) chegaram 2 comentários, que poderiam ter sido feitos na área própria do Blog. De todo modo, reproduzo-os abaixo, tal e qual. Da Professora Sônia van Dijck, uma análise anti-romântica muito interessante, que enriquece o debate; e vejam que a Professora discorda fortemente da minha proposta. A outra é apenas um desaforo de um idiota neoplatônico (no e-mail dele tem "neoplatonismo", coitado do velho Platão), com tons de ameaça típicos dos puxa-sacos lulopetistas mais afoitos e mais covardes; daqueles que bajulam ditaduras asquerosas.
Eis a interessante análise anti-romântica da Professora Sônia van Dijck:
"Desculpem-me pela total falta de romantismo para embarcar em tal proposta de “desobediência civil”.
Antes
de continuar: 1) levo muito a sério a desobediência civil; 2) conheço
os movimentos históricos de desobediência civil e sei de suas vitórias.
Mas, voltando a minha falta de romantismo.
Temos
o PT, com sua proposta de permanência no poder. Não dá para levantar
propostas românticas e espontaneístas tipo “desobediência civil” sem
levar em conta o contexto histórico: Brasil 2015 sob domínio do PT.
Não
há grandes semelhanças entre a cobrança de impostos pagos pelos colonos
americanos pelo chá e o sistema de tributação brasileiro. Para não
pagar imposto do sal, Gandhi levou os indianos a produzir seu próprio
sal – como vamos, no século XXI, produzir nossos combustíveis (gasolina,
disel) para fazer nossos veículos andarem? – não é possível optar por
andar de carroça (aliás, nem temos burros e cavalos para transportar
todos os brasileiros para a escola ou para o trabalho); como vamos
produzir nossa energia elétrica para não pagarmos as altas tarifas
públicas? – não dá para propor voltarmos ao candeeiro; como vamos
produzir carne, feijão, arroz, leite, pão, para não pagarmos os altos
impostos que incidem sobre esses produtos? – não é possível pensar em
criar bois e vacas na entrada do condomínio – e que não se pense que o
pequeno produtor rural pode produzir alimentos para sustentar cidades
como São Paulo, Rio, Salvador, Recife, Fortaleza, João Pessoa, por
exemplo; como comprar alimentos sem pagar impostos? E, principalmente,
como não pagar IMPOSTO DE RENDA??? – para muitos, vem descontado na
fonte.
No
tempo dos colonos americanos e no tempo de Gandhi, os mecanismos
sociais e as relações com o estado eram bem diversas do Brasil de hoje –
2015. Os mecanismos de cobrança de impostos eram bem diferentes.
Um
exemplo: o imposto contido em uma ligação telefônica é estupendo. Dá
para adotar a desobediência civil e não pagar tal imposto? – salvo se
deixarmos de usar telefones fixos e telefones móveis (celulares) e
voltarmos ao tempo de mandar recado ou missivas por um fâmulo (figura
muito presente nos romances do século XIX), pois se mandarmos cartas
pelo correio estaremos pagando altos impostos.
Mas,
porém, todavia, contudo e como não quero me alongar nesta conversa que
não leva a nada, falta, no Brasil de 2015, a liderança para desencadear a
desobediência civil – nos termos propostos abaixo.
Para
falar a verdade, no Brasil de hoje - 2015, há centenas (talvez
milhares) de lideranças da desobediência civil: os líderes do MST, do
MTST defendem a proposta da desobediência civil, na medida que não
respeitam a propriedade privada garantida pela legislação; todos os que
atravessam o sinal vermelho fazem desobediência civil – alguns matam ou
invalidam algumas vítimas de sua desobediência ao estatuto legal em
vigor; todos os que dirigem após ter ingerido álcool fazem desobediência
civil e muitas vezes também fazem vítimas que sempre andaram de acordo
com a obediência civil.
Vejamos
um quadro realista Brasil 2015: para essa conversa toda, estou em um
imóvel urbano (IPTU – TCR); uso energia elétrica (tarifa de energia);
uso um computador (imposto sobre produtos eletrônicos – que o governo PT
acaba de aumentar a alíquota); hoje – para chegar até esta hora – tomei
café da manhã, almocei e jantei (impostos sobre todos os produtos
consumidos para me alimentar); para poder pagar todos impostos (aqui
superficialmente mencionados) preciso ter alguma renda (IMPOSTO DE
RENDA) – sonegar imposto é crime (desobediência civil), com as
consequências previstas na Lei. Qual é, então, a proposta de
desobediência civil? – não pagar imposto sobre o pão? – plantar o trigo,
produzir a farinha e fazer o pão? Não pagar imposto sobre combustíveis?
– andar a pé, de carroça ou a cavalo?
Mais
do que a inadequação da proposta foi a ingenuidade de seu romantismo
fora de época que me fez lorotar todos esses argumentos para dizer que
sou contra propostas espontaneístas, que não levam em conta o contexto
histórico e buscam lições do passado de outros povos como se pudessem
ser transplantadas, sem considerar o tempo histórico, o contexto
político (não somos mais colônia desde 1822), o contexto econômico, a
vida urbana do século XXI, entre outras variáveis.
Nunca
me impressiono com citações de aparência erudita. Na verdade, pouco
faço citações. Os autores citados formularam seus pensamentos, suas
ideias, suas proposições políticas e ou filosóficas em contextos
históricos, sociais, políticos e econômicos bem diferentes do Brasil PT
2015.
Não
quero me alongar a ponto de ser mais inconveniente do que estou sendo.
Talvez, a melhor proposta de desobediência civil fosse o voto NULO nas
próximas eleições – porém não estou formulando tal proposta porque sei
que falta LIDERANÇA para tanto – por aqui, não temos os “fundadores da
pátria” que se rebelaram contra o imposto sobre o chá; não temos Gandhi
com sua ideia de produzirmos nosso próprio sal e tecermos o pano com que
nos cobrimos para sair à rua; também não há quem proponha sonegarmos
Imposto de Renda e cometermos fraude contra a Receita Federal (isso é
coisa dos mensaleiros e dos envolvidos no petrolão).
Pois
é. Não dá para falar em desobediência civil usando computador/internet –
se os impostos não forem pagos, não haverá conexão para divulgar a
proposta. Sem pagar a tarifa da energia elétrica (desobediência civil)
não dá para divulgar a tal “desobediência civil” (celulares e tablets
também são recarregados na rede elétrica).
Volto
a pedir desculpa – sei que fui inconveniente. É que não me calo diante
de espontaneísmos e romantismos; fazer política com tais propostas é
conceder a vitória ao adversário.
Permito-me
cometer um plágio: o espontaneísmo é a doença infantil do
revolucionário que não pensa, não analisa o contexto histórico.
NOTA: disse
Lênin: “o esquerdismo é a doença infantil do comunismo” (1920). Ao
cometer o plágio, inverti o sentido do dito de Lênin. Parece que o PT,
com suas propostas de ajuste fiscal, continua fiel a Lênin, em 2015. O
mesmo posso dizer da proposta de “desobediência civil” no Brasil 2015 –
ainda que o autor da proposta discorde. Não se pode, contudo, negar que a
“desobediência” de Trotsky só serviu para consolidar Stalin no poder.
Quero ver o PT fora do poder. Mas, isso precisa ser alcançado rigorosamente dentro da Constituição.
Levarei a sério as discordâncias de minha opinião.
Sônia van Dijck".
Agora, eis a asquerosa resposta do puxa-saco lulopetista idiota chamado "neoplatonismo".
"Lamentável golpista, já pedi
uma vez e peço de novo que exclua meu email de suas mensagens
asquerosas. Nunca lhe dei esse direito. Deixe-me de fora de sua
burrice!! Vá estudar!
Fica avisado o idiota!".
Com a participação de pessoas inteligentes e de cretinos afoitos, esse debate vai ficando bom. Certamente, respostas enviadas ao meu e-mail (rochealves@yahoo.com.br) serão bem vindas; mas se puderem ser feitas diretamente na área de comentário do Blog, será melhor.
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