Blog Rocha 100
“No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.
sábado, 14 de junho de 2014
"Eu falo: porra...": o xingamento a Dilma e o discurso reles e racista de Lula da Silva
Lista incompleta de coisas muito mais feias do que o xingamento "Ei, Dilma, vai...":
1- a safadeza do mensalão: uma "sofisticada organização criminosa" chefiada pelo petista José Dirceu, que corrompeu o Congresso Nacional e aviltou a República;
2- o sequestro, tortura e assassinato do prefeito Celso Daniel;
3 - menor de 18 anos ter licença para roubar, estuprar e assassinar;
4 - o governo brasileiro silenciar e o PT ser conivente com a perseguição, repressão, prisão, tortura e assassinato de opositores no regime fascista do podre Nicolás Maduro na Venezuela;
5 - Lula, principal beneficiário político da corrupção do mensalão, levada a cabo por subordinados seus, dizer que não sabia de nada;
6- a corrupção alastrada na Petrobrás, o destroçamento da Petrobrás na gestão petista;
7 - a campanha torpe promovida pelo PT e simpatizantes contra o digno ministro Presidente do Supremo Tribuna Federal Joaquim Barbosa, um pilantra petista chamado Pilha insultar por todas as formas e afrontar o ministro em via pública, um tal Sérvolo de uma Comissão de Ética do PT ameaçar de morte e dizer que vai dar um tiro na cara do ministro;
8- o PT tentar transformar corruptos julgados, condenados e sentenciados em heróis e depois ainda fazer vaquinhas milionárias para pagar multa de corruptos;
9- o PT, partido que na história do Brasil mais se beneficiou com a liberdade de imprensa, estar promovendo campanha para restabelecer a censura dos tempos da ditadura (que, em linguagem de porco/orwelliana, chamam de "controle social da mídia", "marco regulatório" etc);
10- o decreto 8.243, da presidente Dilma, que abre no Brasil as portas para implantação de um regime de tipo fascista.
Vou ficar neste redondo número 10. Mas, facilmente, poderia chegar ao redondíssimo número 100. Vejamos outros trechos do abominável discurso. Lula disse que o xingamento aconteceu porque parte da imprensa "incentivou o tempo todo essa reação da sociedade". A parte da imprensa a que Lula se refere é a parte que não lhe puxa o saco. Essa fala indecente visa, é claro, alimentar a campanha pelo restabelecimento da censura.
Vejamos outro trecho:
"Ô Dilma, você viu que não tinha ninguém com cara de pobre, a não ser você, Dilma? Não tinha nenhum pelo menos moreninho. Era a parte bonita da sociedade que comeu a vida inteira".
Dilma tem cara de pobre? Eu ainda não tinha notado. Pelo menos os cabelos, caríssimos, produzidos pelo melhor cabeleireiro do Brasil, são um luxo. Lula achar que Dilma tem cara de pobre, não tem importância. Achar que ser bonito e ter comido a vida inteira desqualifica a pessoa, aí já é boçalidade. Associar feiura e pobreza com a cor morena, achar que morenos (e negros, e todos os não brancos) não podem compor as elites; tudo isso é preconceito racista. Todas as pessoas não racistas que conheço acham linda a cor morena. E o poeta já pôs em verso: "Quem não ama a cor morena, morre cego e não vê nada". Eu amo a cor morena em todas as suas tonalidades; desde a cor da morena clara até a cor da negra zulu. Sem, claro, desmerecer a beleza amarela das asiáticas, a beleza vermelha das índias e a beleza de todas as cores de pele, inclusive a beleza da pele branca. Aliás, apontar a culpa de uma suposta "elite branca" é cretinice em voga nos sites e blogs chapa-branca; cretinice racista, criminosa.
Agora vejam essa confissão que Lula fez (sem querer, imagino):
"A elite brasileira está conseguindo fazer o que nós nunca conseguimos; despertar o ódio de classe. Ela está conseguindo fazer com que o ódio tome conta de uma campanha".
Abstraindo o fato de que alguns dos mais gordos representantes da elite hoje dominante são petistas ou aliados do PT (Lula, Palocci, Collor, Maluf, Friboi...), é duvidoso que a elite brasileira esteja promovendo o ódio de classe, que é o combustível da luta de classes. Porém, que o PT teve por política promover tal ódio de classe, Lula está confessando. O conteúdo e o tom do discurso de Lula foi de confronto e violência, acenando para o ódio. Aliás, quem viu Lula aplaudindo o repulsivo discurso "Eu Odeio A Classe Média", da filósofa petista Marilena Chauí, não ficará surpreendido com a confissão do chefe do PT.
Lá pelas tantas, Lula falou: "Eu falo: porra...". Lula fala porra, Lula fala merda, Lula fala uma quantidade assustadora de chulices, ignorâncias e mentiras. Sempre tem quem goste.
quarta-feira, 11 de junho de 2014
"Dilmadura do proletariado" - ou, "ditadura proletária do crioulo doido": inovando na ciência marxista, a camarada Presidenta Rousseff implanta no Brasil, por decreto, a ditadura do proletariado
Camaradas dirigentes do Kominteiro; finalmente, depois de seguidas derrotas desde a queda do muro de Berlim, em 1989, o marxismo tem o que comemorar: no Brasil, a camarada Presidenta Dilma Rousseff implantou a ditadura do proletariado. E foi por decreto. Trata-se de uma inovação 'felomenal' (como diria o camarada bicheiro Giovanni Improtta). Antigamente, ou melhor, pratrasmente (como diria o camarada prefeito Odorico Paraguassu), botar a ditadura do proletariado para funcionar dava um trabalho danado, morria muita gente. Pois, "daqui prafrentemente tudo será diferente", como diz o camarada cantor das massas proletárias Roberto Carlos. Com a ousadia teórico-prática do decreto revolucionário-proletário, a camarada Presidenta inovou na ciência marxista, enriqueceu a práxis e acelerou a história: a assim já chamada "dilmadura do proletariado" coloca o Brasil na vanguarda do progresso entre todas as nações socialistas. Antes de apreciarmos diretamente o já célebre decreto 8.243, convém uma rápida retrospectiva histórico-filosófica.
A CIÊNCIA MARXISTA E SUAS INOVAÇÕES
Como os filósofos sabem por elucubração e o proletariado aprendeu no lombo por dolorosa experiência, o marxismo é uma ciência exata e infalível. Chamado de materialismo-histórico e também de materialismo-dialético (abreviado para "diamat" nos tempos áureos do Komintern, a Internacional stalinista), o marxismo não apenas explica o passado como prevê o futuro com maior segurança que a Mãe Diná, que previu a morte dos Mamonas Assassinas. A ciência elaborada por Marx e Engels previu, por exemplo, o surgimento do paraíso na terra; aí, pimba!..., não aconteceu. Não aconteceu, mas vai acontecer. Essa é a melhor parte da ciência marxista: suas previsões de uma sociedade abundante, igualitária, feliz e perfeita podem demorar séculos ou milênios, mas fatalmente ocorrerão; o que não deixa de ser um consolo por todas as desgraças que seus profetas vão deixando pelo caminho na busca do paraíso. A história caminha sempre de acordo com as necessárias leis dialéticas inventadas pelo marxismo; porém, como a história é um tanto preguiçosa, resolveram eles, marxistas, dar um impulso através do instrumento chamado de "ditadura revolucionária do proletariado". É um troço formidável. Funciona assim: um grupo de sábios marxistas toma o poder e, em nome do proletariado, reduz à servidão coletiva todas as classes sociais e pratica extermínio em massa: da exploradora classe burguesa; da vacilante classe-média (também caracterizada como atraso de vida, estúpida, ignorante e abominável pela camarada filósofa Marilena Chauí, expoente do pensamento marxista no Brasil); do improdutivo e pernicioso lumpemproletariado; de milhões de camponeses atrasados e apegados à propriedade particular; de milhões de desavisados proletários que não tiveram tempo ou tirocínio suficiente para adquirir a necessária consciência de classe, talvez devido à dificuldade na leitura de "Das Kapital" (O Capital).
Parêntese: a dificuldade na leitura de "O Capital", pelo menos no Brasil, deixará de ser problema tão logo o Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet, libere uma grana gorda para a camarada professora Patrícia Secco adaptar a maçaroca indigesta ao nível mental dos proletários reacionários.
A primeira experiência científica da ditadura proletária aconteceu em 1917, na revolução liderada por Lênin na Rússia (a Comuna de Paris foi uma experiência pré-marxista, portanto, pré-científica), e sua expressão se deu através dos "conselhos populares" apelidados de "sovietes". Estes sovietes comandaram a revolução na sua primeira fase, mas logo, seguindo a nova receita do marxismo leninista, o Partido Comunista (Bolchevique) os sufocaria e extinguiria. Foi uma coisa feia o que o Partido fez com os sovietes, mas nada que a dialética materialista não explique e justifique. Com efeito, Lênin explicou de forma magistral como a ditadura proletária precisava ser exercida exclusivamente pelo Partido Bolchevique. Já o atilado marxista-leninista Trotsky previu mais longe: "o partido se substituirá às massas, o comitê central se substituirá ao partido e, finalmente, o tirano se substituirá ao comitê central" (pimba!..., acertou na mosca; não só o tirano Stálin se substituiu às massas, ao partido e ao comitê central como exterminou todos os que acharam ruim, inclusive o coitado do Trotsky).
Vejam que Lênin e depois Stálin, apesar de marxistas ortodoxos, fizeram inovações quanto ao caráter da ditadura proletária. Justamente neste ponto voltamos à apreciação das inovações da camarada Presidenta Rousseff. Seu decreto 8.243 é realmente inusitado. Ficou assim uma coisa bem brasileira, uma espécie de "ditadura proletária do crioulo doido", para usar uma expressão do saudoso camarada Stanislaw, que jogou na Ponte Preta, time conhecido como "a macaca" e muito querido da camarada Presidenta. Deve ser por isso, aliás, que a audaciosa camarada, nos seus momentos de euforia criativa, costuma exclamar: "hoje eu estou com a macaca!". Sem sombra das chuteiras, quer dizer, sem sombra de dúvidas, ao decretar o 8.243, a camarada Rousseff estava mesmo com a macaca. Não se deve estranhar a criatividade da camarada Rousseff, pois se trata de uma notável intelectual, especializada na obra do maior autor marxista brasileiro de todos os tempos, o camarada Nelson Rodrigues, de quem a esquerda não larga a mão nem o pé. A camarada Rousseff, por exemplo, tem o camarada Rodrigues na ponta da língua e o cita a propósito de tudo e qualquer coisa. Pelas narrativas da camarada, vamos tomando conhecimento da saga do grande bolchevista Nelson Rodrigues: foi preso todo nu no xadrez e castigado; casou com uma burguesa bonitinha, mas extraordinária (apesar de burguesa, converteu-se ao comunismo); jogou no time proletário Fluminense, foi exilado da pátria e pendurou as chuteiras.
Mas fujo ao assunto, camaradas; desculpem, faço auto-crítica. Voltemos ao decreto 8.243. Eu poderia copiar e colar aqui, mas é um decreto de 22 artigos com profusão de parágrafos, um troço "nimiamente extenso", como diria o finado Brás Cubas (diria, não diz mais; porque a camarada professora Patrícia Secco não deixa). Tratarei tão somentemente de fazer sua defesa diante dos ataques que vem sofrendo por parte de empedernidos reacionários.
SABE DE NADA DE DIALÉTICA, INOCENTE!
Vejam como é pérfida a reação à ainda desabrochante "dilmadura do proletariado". No Congresso, os partidos de direita, conservadores, mencheviques, neoliberais e perrepistas querem anular o decreto da camarada Presidenta. Sem saber o que diz, o deputado menchevique Mendonça Filho diz que o decreto da camarada Presidenta é "arbitrário, ditatorial e quer passar por cima do Parlamento brasileiro". Esse é um inocente que não sabe de nada de dialética marxista. Ora, dialeticamente concebida, a ditadura proletária foi feita para passar por cima de tudo mesmo. Já o senador menchevique Álvaro Dias, não afeito às sutilezas dialéticas, labora em erros primários. Vejam o que diz: "Essa cópia de modelo cubano ou de modelo venezuelano não aprimora o regime democrático". Ora, o decreto da camarada Presidenta Rousseff não é uma cópia das ditaduras do camarada Castro e do camarada Maduro, mas sim, pela sua sutileza, é um originalíssimo avanço. E, pior, este senador menchevique ainda não aprendeu que a ditadura proletária não tem intuito de aprimorar o regime democrático burguês, trata-se de exterminá-lo.
Também muito preocupa, camaradas, a ação deletéria, extra Congresso, de alguns juristas, intelectuais e falsos filósofos (falsos, sim; porque é falso todo filósofo que não captou a mensagem do professor Raimundo; quer dizer, do mestre Karl Marx) defensores da democracia burguesa e que estão dizendo coisas horrorosas do decreto proletário. Vê se pode, por exemplo, o que disse o filósofo Roberto Romano (que nem brasileiro é, pois é Romano; portanto, italiano):
"Com o decreto, o que se faz é gerar um Estado na periferia do Estado".
Vejam camaradas, esse filósofo Romano dá mostras de não saber nada de nada de dialética. Ora, o objetivo dos conselhos populares, ou sovietes, é justamente constituir-se como Estado periférico e, da periferia, partir para estrangular o poder burguês e assumir o centro governamental, implantando a "dilmadura do proletariado" em sua plenitude. Ocorrendo isso, os próprios conselhos populares deixarão de ter significado, podendo todo o poder proletário ser exercido pela camarada Presidenta Rousseff; como, aliás, foi feito pelo camarada Secretário-Geral Stálin na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e hoje é feito pelo jovem camarada Presidente Kim-Jung-Un na Coréia do Norte. Registre-se que esse camarada Presidente, apesar de tão jovem, também deu uma notável contribuição à arte dialética da solução de contradições, pois jogou seu tio e rival nu dentro da jaula para ser devorado por 120 cães famintos, velozes e furiosos. Muito eficaz. Já aqui no Brasil, na mesma linha da solução animal, o camarada Lula da Silva, guia espiritual da camarada Presidenta Rousseff, teve uma genial ideia de jerico para resolver o problema da mobilidade urbana nas metrópoles: os brasileiros vão deixar na garagem os poluidores automóveis e vão se locomover em lombo de jumento (o jegue-móvel). Como serão necessários milhões de jegue-móveis, vai ter bosta pra todo lado, o que sempre é melhor do que fumaça de gasolina e óleo diesel.
Voltemos aos falsos filósofos. Sobre o decreto revolucionário-proletário, o cientista político Oliveiros S. Ferreira (falso cientista, porquanto desprovido da ciência dialética marxista) afirmou em sentido negativo algo que, dialeticamente interpretado, revelará seu significado altamente positivo para o progresso da humanidade. Vejam:
"Com licença de Hayek, podemos dizer que o decreto 8.243 escancarou as portas para o caminho da servidão".
Repilamos de pronto os melindres de Hayek e Oliveiros quanto à liberdade burguesa. Karl Marx, na famosa carta a Pavel Annenkov, já havia feito o elogio da escravidão negra - citando o Brasil, inclusive -, demonstrando cabalmente a sua importância decisiva para o progresso das nações. Na mesma linha, havemos de considerar que a servidão para a qual a ditadura proletária, de modo geral, e a "dilmadura proletária" no Brasil, particularmente, abrem as portas, é, a servidão, condição sine qua non do avanço social. Vejam, camaradas, a experiência de todos os regimes marxistas já ensinou - e só os falsos filósofos não aprenderam -: sem servidão, não existe solução.
Finalmentemente, enfrentarei o falso filósofo Bolívar Lamounier, que também não é brasileiro (com esse nome, deve ser boliviano ou francês). É outro que não captou a dialética marxista. Vê se pode essa coisa agressiva que ele disse do decreto proletário:
"O decreto tem catinga de fascismo, na sua flagrante inconstitucionalidade, pela indigência intelectual que exala e pela sua mal-disfarçada sonoridade ideológica populo-esquerdóide-fascistóide".
Primeiramente, é inadmissível que esse falso sociólogo (desprovido que é da ciência dialética marxista) ponha em dúvida a excelência intelectual da camarada Rousseff, que é doutora PhD, com uma Tese sobre o já referido grande e maior dos marxistas brasileiros. Intitula-se a Tese: "À sombra das chuteiras da rapariga Flor - um corte epistemológico proustiano na semântica semiótica da obra seminal do marxista Nelson Rodrigues" (os mencheviques, como não podia deixar de ser, questionam o doutorado da camarada Presidenta). Segundamente - santa ignorância da dialética -, os conselhos populares, ou sovietes, são instrumentos do proletariado contra a ordem constitucional burguesa, portanto, têm de ser, dialética e necessariamente, inconstitucionais. Terceiramente, não cabe caracterizar um instrumento bolchevista como fascista. Fascistas e nazistas escravizaram e assassinaram para construir uma sociedade do mal. Já os bolchevistas, se bem que escravizaram e assassinaram muito mais do que os fascistas e nazistas juntos, sempre, os bolchevistas, escravizaram, assassinaram e promoveram toda ordem de crimes para construir uma sociedade do bem. Em assim sendo, e não existindo Deus, como demonstra a rigorosa dialética materialista, todo o mal é permitido. E, aliás, mais do que permitido, conveniente aos interesses do marxismo revolucionário.
The End - É o Fim!