Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

A Luz do Mundo

Mensagem natalina de Washington Rocha



(por especial pedido do meu querido irmão Fernando, tenho publicado esse texto todo fim-início de ano, desde 2005)

    
 Caminhava Jesus com seus discípulos quando avistou um cego de nascença. Os discípulos quiseram saber se o infeliz estava pagando os pecados próprios ou os pecados dos pais. Jesus respondeu que nem o cego nem os pais haviam pecado, mas era necessário que naquele sofredor se manifestassem as obras de Deus; e dispôs-se a curá-lo, dizendo: "Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo" (João: 9, 5).    

 Todos nós somos cegos de nascença; não cegos da visão, mas cegos do entendimento. Cegos da visão, alguns. Cegos do entendimento, todos. Não que a razão humana não possa conhecer, mas ela só conhece pelo tato aquilo que melhor conheceria pela vista. A razão humana, a rigor, apenas tateia a verdade; sendo da essência mesma desta nunca se revelar na sua inteireza.    

 Acresce que esta humana razão conhece sempre melhor o que importa menos, e pessimamente o que importa mais. Porque muito mais importa a verdade moral do que a verdade factual, muito mais as verdades interiores do que as verdades exteriores, muito mais as verdades da vida eterna que não vemos do que as verdades da vida efêmera em que vivemos. Por isso foi necessária outra luz, além da luz da razão. Se a razão tudo pudesse entender, não careceria Deus de enviar uma nova luz ao mundo. Desde que apareceu no mundo, há 2014 anos, essa luz aquece e ilumina sem cessar, e seu combustível é o amor.     

A denominação de "mago", na Antiguidade, indicava o sábio, especialmente da mais excelsa sabedoria da época: a sabedoria astrológica. Os três reis magos são, portanto, os três reis sábios.     Estes sábios, ao seguirem a estrela, iam à procura de uma luz nova, uma luz que pudesse iluminar mentes já saturadas de toda ciência, cansadas de muitas procuras, desesperançadas de tantas decepções.     

Eles a encontraram, a luz em botão, na forma de um bebê em uma humilde manjedoura. 

Essa pequenina luz se fez a Luz do Mundo.     

Hoje, neste início de 2014, por mais saturado, cansado e desesperançado que você esteja; essa luz está ao seu alcance. 

Procure-a com o coração.


Washington Rocha


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O PT lançou o melhor nome para o governo da Paraíba. Nadja Palitot é a cara da coragem e a cara do anti-ricardismo, mas não é a cara do PT, não vai sair por aí enaltecendo corruptos, atacando a Justiça e defendendo a censura

O PT da Paraíba surpreendeu ao lançar Nadja Palitot como candidata a governadora em 2014. A mim, pelo menos, surpreendeu. Nadja é recém filiada e está sem mandato. Eu tinha cogitado outros nomes, muito bons: o vereador Fuba e o deputado Anísio Maia. O nome de Nadja é ainda melhor. Lá no excelente WSCOM, o brilhante jornalista Walter Santos tem explicado muito bem a força que ganha a candidatura de Nadja como contraponto à reeleição do governador Ricardo Coutinho.

Com qualquer nome, a campanha será difícil, mas Nadja tem as melhores chances de ir ao segundo turno. A união das oposições no segundo turno será a condição da vitória. Um acordo neste sentido deve ser selado, especialmente entre o PT e o PMDB, entre Nadja e Veneziano.

O fato de Nadja não ser a cara do PT ajuda muito neste momento em que a cara mais exposta do PT é a carranca ensandecida de fanáticos que enaltecem corruptos, atacam a Justiça e fazem campanha pelo restabelecimento da censura (coisa que eles chamam de "controle social da mídia", "marco regulatório" ou mesmo, supremo deboche, "democratização dos meios de comunicação"). A candidata, certamente, não vai sair por aí glorificando petistas corrupto-mensaleiros, defendendo censura com qualquer nome ou esculhambando o STF e difamando o seu digno Presidente o Ministro Joaquim Barbosa.

A minha convicção é que se Nadja Palitot for eleita a primeira mulher governadora da Paraíba fará uma excelente administração, será uma grande governadora. Todavia, talvez não seja uma boa governadora petista. Ela, pelo que conheço dela, não se deixará disciplinar pelo PT. Nadja é independente, indomável. E esse traço de independência que tem marcado sua luta política deve transparecer plenamente na campanha, será um trunfo. Se ela se mostrar submissa à agenda do petismo autoritário, a candidatura naufragará.


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Na África do Sul: a ditadura do apartheid, Mandela e a Anistia Ubuntu - No Brasil: o golpe de 1964, a ditadura militar e a Anistia Ampla, Geral e Irrestrita

Na África do Sul, depois de 27 anos encarcerado, isolado, espezinhado, maltratado, torturado; depois de 27 anos Nelson Mandela saiu da prisão para criar uma Nação. Para que naquele território devastado pela injustiça e indignidade do apartheid pudesse surgir uma Nação era preciso escolher entre dois excludentes caminhos: a) o confronto entre os oprimidos (a maioria negra precariamente armada) e os opressores (a minoria branca, que possuía um exército poderoso, treinado para a guerra e acostumado à guerra de repressão); b) a reconciliação.

O primeiro caminho vislumbrava-se terrível; o segundo caminho vislumbrava-se impossível. Pois, Nelson Mandela comandou a realização do caminho impossível. Hoje, quando o mundo chora a sua morte e enaltece o seu exemplo, não escuto uma única voz que o venha recriminar por ter escolhido o caminho da reconciliação e  não o do confronto.

No Brasil, em 1964, um golpe de Estado deu início a uma ditadura militar que perseguiu milhares de brasileiros, que prendeu, torturou e assassinou centenas de brasileiros. Contra essa ditadura ergueram-se rebeldes desarmados e rebeldes armados. O confronto armado foi duro, pelo que veio a ser o seu período apelidado de "anos de chumbo". Sendo que, após sufocada a resistência armada - com os resistentes presos, exilados ou mortos -, gradativamente avolumou-se o clamor popular pelo retorno democrático, dois caminhos apenas se abriam aos defensores da democracia: a) o confronto dos populares desarmados com as poderosas forças armadas da ditadura, retomando-se o confronto sangrento dos "anos de chumbo" em escala multiplicada; b) a reconciliação.

O primeiro caminho vislumbrava-se terrível; o segundo caminho vislumbrava-se possível e lógico, visto que ao avanço do clamor popular por democracia correspondia um refluxo da ditadura pelo processo chamado de  "abertura lenta e gradual'. Os líderes oposicionistas no Congresso e, principalmente, o povo nas ruas decidiram pelo caminho da reconciliação.

Por todos os parâmetros, a reconciliação como caminho de superação da  ditadura militar no Brasil apresentou-se menos problemática do que viria a apresentar-se a reconciliação na África do Sul como superação da ditadura do apartheid.

Pois, se hoje não mais se ouvem vozes contra a política de reconciliação  de Mandela na África do Sul, erguem-se no Brasil vozes contra a política de reconciliação que o povo brasileiro escolheu para superar  a ditadura militar e abrir o processo de reconstrução democrática. Vozes que clamam pelo retorno ao passado, vozes que querem recuperar um confronto superado há mais de três décadas.

A proposta da revisão da Lei de Anistia para punir os crimes dos agentes da ditadura contém elementos de Justiça, mas estes estão embaçados pelo propósito da seletividade. Apenas seriam punidos estes crimes de terrorismo do Estado ditatorial, mas não seriam punidos os crimes de terrorismo revolucionário. Estes, aliás, não serão sequer investigados pela Comissão Nacional da Verdade.

O que, principalmente, falta à proposta de revisão da Lei de Anistia é visão histórica e tirocínio político. Uma coisa e outra, os propagandistas de boa fé da revisão poderiam aprender com Nelson Mandela. Os propagandistas de má-fé nunca querem aprender porque sempre pretendem que suas verdades sejam absolutas.

Mais de uma década após a Lei de Anistia de 1979 ter aberto o caminho da redemocratização no Brasil, foi instalada na África do Sul, em 1995, por determinação do presidente Nelson Mandela e gerenciamento direto do arcebispo Desmond Tutu, a Comissão de Verdade e Reconciliação, que promoveu ampla anistia e nenhuma punição. Essa esplêndida construção política, sem a qual a reconstrução nacional não teria sido possível, chamou-se Anistia Ubuntu.

É possível, e mesmo provável, que a Lei de Anistia brasileira de 1979 tenha sido fonte de aprendizado para os democratas da África de Sul em 1995. Já os que defendem a revisão da Lei de Anistia brasileira para promover justiça retroativa seletiva, não aprenderam com as lições do próprio Brasil nem aprenderam com as lições da África do Sul, de Mandela e do bispo Tutu.

A esquerda revolucionária e revanchista brasileira, que quer retornar à guerra dos "anos de chumbo", argumenta que o exemplo da punição dos torturadores e assassinos da ditadura é necessário, embora não se disponha sequer a fazer autocrítica dos crimes que cometeu; certamente, porque considera que tais crimes, em sendo seus, não são crimes. A esquerda revolucionária arvorou-se a todos os direitos, como muito bem disse Norberto Bobbio: "Inclusive o direito de impunidade que foi sempre a prerrogativa dos soberanos absolutos e dos déspotas".

Eu tenho defendido a Lei da Anistia de 1979 no Brasil. Eu lutei por essa Lei. Lutei por essa Lei junto com milhões de brasileiros. Clamamos pelas ruas e praças de todo o Brasil por Anistia Ampla, Geral e Irrestrita. Na minha cidade, comandei essa luta, na condição de presidente do Comitê Brasileiro de Anistia/secção João Pessoa.

Os propagandistas da revisão escoram-se em verdades inquestionáveis para enfiar na mente dos incautos mentiras insustentáveis.
Eis as verdades: a) a ditadura militar perseguiu, prendeu, torturou e assassinou; b) a esquerda revolucionária combateu a ditadura militar.

Eis as mentiras: a) apenas a ditadura militar cometeu crimes; b) a esquerda revolucionária lutava pela democracia.

Desgraçadamente, a esquerda revolucionária cometeu crimes de terrorismo, com vitimas fatais. Cometeu, inclusive, crimes de "justiçamento", que é o torpe assassinato dos próprios companheiros. A esquerda revolucionária marxista-leninista não fez a luta armada pela democracia, mas para estabelecer a "ditadura revolucionária do proletariado". Isso era ponto de doutrina. A única organização marxista relevante que fez a luta, pacífica, pela democracia, foi o PCB, o Partidão velho de guerra.

A democracia brasileira tem uma agenda difícil para consolidar os direitos de liberdade e fazer avançar os direitos de igualdade. Sendo assim, é lastimável ver que democratas sinceros sejam arrastados de volta ao passado por bolchevistas audaciosos que buscam uma nova oportunidade de confronto revolucionário.

Os marxistas-leninistas têm todo direito de propor a revolução bolchevique, mas é um pouco demais que o façam em nome da democracia cuja destruição é seu primeiro objetivo. E é também um pouco demais que existam democratas sinceros ingênuos ao ponto de se deixarem engabelar por tal artifício.

Os democratas sinceros que aprendam com a Anistia Ubuntu, com o bispo Tutu e com Mandela. Vejam as lições que aqui transcrevo, como singela homenagem ao Madiba, que enfrentou a ditadura do apartheid pela luta armada, mas depois chegou ao entendimento de que o caminho para construir a nova Nação teria de ser o caminho da reconciliação.

Sobre a Anistia Ubuntu - do excelente ensaio de Simone Martins Rodrigues Pinto, Justiça transicional na África do Sul: restaurando o passado, construindo o futuro (www.scielo.br):

"Em 1995, quando a África do Sul pós-apartheid estabeleceu a Comissão da Verdade e Reconciliação, recebeu duras críticas dos ativistas ocidentais por oferecer anistia aos agentes da opressão. Todavia, os procedimentos foram baseados na ideia de justiça restaurativa e não retributiva. Apesar da anistia, o reconhecimento da verdade e a rejeição social dos atos cometidos funcionaram como um processo de reprovação moral. O arcebispo africano Desmond Tutu, um dos maiores defensores das comissões de verdade e justiça, ressaltou que esta visão é baseada não só em ideias cristãs do perdão para aqueles que reconhecem seus erros como também no conceito indígena africano de ubuntu";

"Para ele (Tutu), um justiça nos moldes de Nuremberg não seria possível na África do Sul, porque poria em risco a transição pacífica e negociada. Nenhum lado poderia impor justiça de vencedores, pois nenhum lado teve vitória definitiva: 'Quando os aliados podiam fazer suas malas e voltar para casa depois de Nuremberg, nós da África do Sul temos de conviver uns com os outros'".

Palavras de Nelson Mandela:

"Precisamos lutar continuamente para derrotar esse traço primitivo de glorificação das armas";

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar";

"O ressentimento é como beber veneno e esperar que ele mate seus inimigos";

"Pessoas corajosas não têm medo de perdoar em prol da paz"; 

"Com frequência, revolucionários do passado sucumbiram à ganância e acabaram sendo dominados pela inclinação de desviar recursos públicos para o enriquecimento pessoal. Ao acumular vasta riqueza pessoal e ao trair os objetivos que os tornaram  famosos, eles virtualmente desertaram do povo e se juntaram aos antigos opressores, que enriqueceram impiedosamente roubando dos mais pobres dos pobres";

Durante a minha vida inteira eu me dediquei a lutar pelo povo africano. Eu lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra. Eu celebrei o ideal da democracia e da sociedade livre, que todas as pessoas vivam em harmonia e com oportunidades iguais. Isso é um ideal que eu espero viver para conseguir. Mas, por Deus, também um ideal pelo qual eu estou preparado para morrer".

"Sempre parece impossível até que seja feito";

"Perdoem. Mas não esqueçam!".



segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

"TODOS OS ANIMAIS SÃO IGUAIS, MAS ALGUNS ANIMAIS SÃO MAIS IGUAIS DO QUE OS OUTROS": os bichos de George Orwell e os bichos do PT

A turma barra-pesada do petismo falcônico-dirceuzista defende intrepidamente a corrupção, mas só quando a corrupção é praticada por petistas graúdos. Corrupção de adversários, os petistas sempre atacaram ferozmente. Corrupção de aliados ou de petistas menores merecem deles apenas um apoio enfadado, de ocasião e conveniência. Mas, para o bolche-fascismo falcônico-dirceuzista, o maior de todos os crimes já praticados no Brasil foi o julgamento, condenação, sentenciamento e prisão de alguns daqueles que o Lula da Silva chama de "altos companheiros".

Esse termo, "altos companheiros", é uma genial contribuição de Lula da Silva para a "novilíngua petista", uma perfeita tradução daquela ideia expressa por George Orwell em "A Revolução dos Bichos" de que "todos os bichos são iguais", mas os chefes-porcos "são mais iguais".

Elevar o Partido (e, consequentemente, os chefes que falam pelo partido) acima do Estado, da Justiça e da Moral foi uma  invenção bolchevista de primeira hora, coisa engendrada pelo chefe Lênin, que prosperou com Stalin, mas também com Trotski. Este, aliás, escreveu uma das mais indecorosas obras da história do pensamento axiológico para demonstrar porque é e porque deve ser assim. Esse texto indecente tem já  um título de confronto: "Nossa Moral e a Deles". A "nossa moral", no caso a moral bolchevista, extensa e profundamente meditada por Trotski, resume-se à seguinte indecência: mediante a autoridade do Partido, pode-se e deve-se fazer tudo: mentir, roubar, matar e tudo mais que seja necessário ao êxito revolucionário. É espantoso, mas é assim mesmo. Quem duvidar, leia o livro.

Porém, melhor do que ler o livro de Trotski será ler os livros com que George Orwell desconstrói a utopia marxista-leninista: o já referido "A Revolução dos Bichos" (Animal Farm) e "1984" (Nineteen Eighty-Four). No primeiro, fica demonstrado como o processo revolucionário porco-bolchevista reduziu o ideal da igualdade de todos os animais à tirania dos chefes-porcos sobre todos os outros animais. O segundo estampa o sufocamento de toda liberdade em um período mais avançado do processo revolucionário bolchevista (o livro foi escrito em 1949): o totalitarismo no mais alto estágio, onde todos são permanentemente vigiados, monitorados, controlados e escravizados pelo Big Brother (às vezes, eu penso que pior que o Big Brother imaginado por Orwell só os vários tipos de Big Brother que passam hoje na TV - num e noutro caso, é muito melhor a morte). Na ficção "1984", os chefes totalitários criam a "novilíngua", que consiste em  uma espécie de linguagem "politicamente correta", onde se usam eufemismos para esconder verdades ruins, muitas vezes com inversão total do termo. Exemplos: o ministério encarregado de prender, interrogar, torturar e assassinar é denominado Ministério do Amor; o ministério encarregado de propagar mentiras é denominado Ministério da Verdade.

Que eu saiba, a turma do bolche-fascismo brasileiro ainda não cogita instituir o Ministério do Amor, mas o Ministério da Verdade é um projeto em andamento, a ser deslanchado com o estabelecimento da censura, chamada por eles de "controle social da mídia", "marco regulatório", "democratização dos meios de comunicação" e outros termos de novilíngua.

Com o julgamento, condenação e prisão de 3 petistas corrupto-mensaleiros (um outro fugiu para a Itália; ainda outro espera a prisão sentado na cadeira de deputado), os falcônicos-dirceuzistas entraram em ebulição. Quando isso acontece, os pendores bolchevistas represados pela convivência forçada com a "democracia burguesa" fazem valer seu domínio e a novilíngua escorre como larva de suas bocas: os criminosos julgados, condenados, sentenciados e presos pela Justiça da Democracia brasileira são chamados de "heróis".

A corrente falcônico-dirceuzista do petismo está em aberta campanha contra as instituições democráticas, notadamente contra a Justiça e contra a Liberdade de Imprensa. Uma das armas dessa campanha é a "novilíngua", que também se pode dizer "linguagem de porco".

Não creio que tal campanha pró-corruptos e liberticida prospere. Os chefes falcônicos-dirceuzistas estão dispostos, aguerridos, muito empenhados e contam com um número expressivo de apoiadores entre os militantes do PT, partidos satélites e na mídia. Mas não contam com a massa do partido nem com massa nenhuma. Para que pudessem arrastar a sociedade, seria preciso que arrastassem primeiro o próprio partido. Recente pesquisa indica que em todo o Brasil é amplo a aprovação às decisões do STF e à execução dessas decisões. Esse apoio é de cerca de 80%; e, surpreendentemente, é ainda maior entre os filiados do PT.

Não, essa campanha mistificadora e mentirosa não vai prosperar. Desde que não se deixe que os mistificadores e mentirosos fiquem falando sozinhos. Linguagem de porco é uma  baba venenosa, tem de ser combatida com o contraveneno da verdade.