Tendo voltado a visitar o Facebook, estando a apreciar, dentre outras belas páginas, aquelas excelentes conversas de Solha com seus amigos, notei-lhe uns traços de desencanto; ele dizia que estava sendo esquecido, embora os amigos lhe afirmassem que não. Neste caso, o gênio está errado, os seus amigos estão certos. Os gênios não são esquecidos. Solha é um gênio e sabe disso, embora não goste que se diga. O reconhecimento universal que, cedo ou tarde, sempre vem para os gênios, virá para Solha; é questão de tempo.
Por falar em tempo, eu ganhei tempo. Vejam só: para escrever este post, fui pesquisar, no Google, uma obra de Solha da minha especial predileção, aqueles "Brevíssimos ensaios ilustrados"; e o que encontro? Ora, encontro, na cabeça da página, dois textos meus, um de 2011 outro de 2012, publicados aqui neste Blog ROCHA 100 (ganhei tempo e também um tantinho de orgulho literário). Eu os arrasto pra cá, e pronto: entrei na conversa. O primeiro, que é curtinho, vai inteiro; do outro, que é longo, vai só o início. Eis aí:
quinta-feira, 17 de março de 2011
O mais importante trabalho artístico-cultural (inclusive filosófico; sendo a filosofia a papa fina da cultura) do Brasil está sendo feito na Paraíba, no site “eltheatro.com”, por WJ Solha. Os tais ensaios tratam desde Deus até ao diabo. Com espantosa erudição e surpreendente clareza (os eruditos costumam ser obscuros). E as ilustrações? Ah, as ilustrações! Sabem aquele tom sarcástico em que uma pessoa, depois de explicar algo bem explicado, pergunta: “Tá bom ou quer que desenhe?”?. Sem sarcasmo, é isso que Solha faz: ele desenha as ideias e os conceitos, com o melhor acervo pictórico do mundo, onde se incluem obras do próprio Solha. O site “eltheatro.com” é, de longe, o melhor site de cultura do Brasil, e concorridíssimo. Mas Solha tem ainda a obrigação de transformar os seus “Brevíssimos” ou “Ilustradíssimos” em livro. Um livro grande, deste tamanhão, de luxo, em capa dura e papel couché, na mais requintada técnica de policromia. Será o maior lançamento de 2011. Ou de qualquer ano em que for lançado.sexta-feira, 13 de julho de 2012
WJ Solha e o Marco do "Marco do Mundo"
Faz tempo - eu já considerava o romance Israel Rêmora uma obra-prima, mas nem sabia que Solha era pintor -, estando a perambular pela Reitoria da UFPB, deparei-me com uma exposição de quadros de Solha retratando personagens de Shakespeare: em se tratando da arte da pintura, foi o maior impacto artístico da minha vida. Recentemente, Solha publicou no excelente ELTHEATRO.COM uma longa série de ensaios intitulados "Breves e Ilustradíssimos" (ou "Brevíssimos e Ilustrados", uma coisa assim); nem todos breves, mas todos geniais. Ensaios artístico-filosóficos de espantosa erudição, sem similar no Brasil.
Genialidade na Paraíba, aliás, não é coisa rara; e Solha é paraibano, de Pombal, embora tenha nascido em São Paulo.
Admirador e fã, tenho, não obstante, implicado com uma determinada intenção filosófico-literária de W. J. Solha: a desconstrução do cristianismo. Tal implicância se explica facilmente pelo fato de ser eu um cristão devoto e fervoroso. Porém, o que é difícil de explicar é o seguinte: apesar de pretender desconstruir o cristianismo, a maior e melhor parte da obra do angustiado gênio de Pombal é repassada, ou transpassada, por genuíno espírito cristão; se não a fé e a esperança, pelo menos a caridade.
Parêntese: embora a angústia seja tema recorrente na sua obra (daí o epíteto acima referido), Solha não é, de fato, um angustiado. Também não é doido. Esse, aliás, é o único possível motivo para se desconfiar da genialidade de Solha, porquanto os gênios, de ordinário, são abilolados e sofrem horrores com a chamada "angústia existencial".
Todavia, embora sereno, equilibrado, ponderado e lógico, o Anticristo de Pombal teve lá, um dia, sua agonia. E recebeu a visita de, vejam só...: Jesus Cristo; em pessoa.
Pior do que Tomé, um teimoso rude, o sofisticado intelectual marxista não acreditou no que seus olhos viram.
Isso faz tempo. Voltemos aos dias de hoje.